1º BIMESTRE
1. Leitura de
paisagens
Paisagem é um
conceito central para a Geografia, mas também faz parte do senso comum.
A paisagem pode
receber vários significados, mas na ciência geográfica é definida como um
conjunto de estruturas naturais e sociais de um determinado lugar no qual
desenvolvem uma intensa interatividade entre os elementos naturais, entre as
relações humanas e desses com a natureza.
Geograficamente, a
paisagem é tudo aquilo que podemos perceber por meio de nossos sentidos
(audição, visão, olfato e tato), mas o que mais destaca é a visualização da
paisagem.
Costuma-se
considerar como paisagem somente os elementos naturais, tais como montanhas,
rios, mares, florestas entre outros. Entretanto, paisagem também abrange as
construções humanas como pontes, ruas, edifícios, além das relações humanas
como feiras e jogos de futebol (há uma variação das paisagens, pois se trata de
uma composição momentânea).
Diante desse
contexto, a paisagem se divide em paisagens naturais (lagos, oceanos, vales,
florestas, montanhas, seres vivos) e as interações existentes. A variação de
cada elemento determina a configuração de cada paisagem. Por exemplo, o clima
quente e úmido produz florestas com uma grande quantidade de vidas, tanto da
fauna como da flora. Em contrapartida nas zonas polares, onde o frio é intenso,
não há o desenvolvimento de elevado número de vidas e nem diversidade.
As paisagens
culturais correspondem a todos os elementos construídos pela ação antrópica
(ação do homem), como pontes, portos, ferrovias, túneis e muito outros. Apesar
da divisão entre paisagem natural e cultural, não existe nenhum lugar no
planeta que não tenha sofrido interferências diretas ou indiretas do homem, até
porque o que é produzido de poluição nas cidades se dispersa por todo o
planeta. As paisagens culturais podem ser divididas em paisagem rural e
paisagem urbana. A primeira é formada pela atividade agropecuária, como
lavouras de uma infinidade de culturas, hortaliças, frutas, além da criação de
bovinos (corte e leite), aves e suínos. Esses elementos fazem parte da
realidade de propriedades rurais como fazenda, chácaras e sítios. A segunda é
constituída por elementos urbanos como ruas, avenidas, praças, viadutos,
prédios que se encontram habitados por pessoas que realizam suas atividades
nesse espaço.
A paisagem é uma
“acumulação desigual de tempos históricos”. As técnicas e o trabalho humano
constroem e reconstroem a paisagem. Os tempos da natureza são responsáveis pela
criação das formas naturais, e o tempo histórico são as medidas das
intervenções humanas na superfície do planeta.
Objetos naturais
são aqueles produzidos pela natureza, sem a intervenção humana; os objetos
sociais são aqueles produzidos pelo homem.
A humanização das paisagens
O
processo intensivo de transformação de uma paisagem particular acontece por
meio da implantação de um conjunto de novos objetos sociais que a transformam
radicalmente: é a humanização das paisagens.
As paisagens na história: os sistemas
técnicos
Vamos
acompanhar o processo de transformação de uma paisagem ao longo da história: a
da cidade alemã de Essen, na página 8 do caderno do aluno.
A cidade em
1829, com cerca de 10 mil habitantes, era pouco mais que um povoado rural
rodeado de campos cultivados e bosques. Os campos cultivados que rodeavam Essen
prosseguiam no interior do núcleo urbano, pontilhado por hortas e pomares e
pela criação doméstica de bois, vacas, ovelhas, porcos e aves. A torre da
igreja era destaque absoluto na paisagem.
Em 1867,
a população ultrapassava 50 mil habitantes, um crescimento espantoso em menos
de 40 anos. Aqui, é importante atentar para as mudanças que a industrialização
imprimiu na paisagem: as chaminés e o trem carregado de carvão, por exemplo.
Na 3ª. imagem, as
chaminés da cidade industrial desapareceram na Essen contemporânea. Essen é a
sexta maior cidade da Alemanha, com cerca de 650 mil habitantes. A mancha
urbana expandiu-se horizontalmente. A torre da primeira igreja é o único
testemunho destacado do passado distante, mas ela praticamente se perde entre
os edifícios de uma aglomeração, cuja economia é movida principalmente pelo
comércio e os serviços.
O sistema de
objetos técnicos (objetos sociais), que constituem uma paisagem, se transforma
ao longo do tempo, acompanhando as mudanças da sociedade. Exemplos de objetos
sociais: os campos de cultivo e o arado, o trem carregado de carvões e as
fábricas, as grandes avenidas e os arranha-céus.
2. Paisagem e
memória (direto no caderno do aluno)
3. As paisagens
captadas pelos satélites
A Terra esférica
foi definitivamente incorporada à cartografia no início da Idade Moderna. Há
500 anos, os planisférios representam os 360 graus de longitude e os 180 graus
de latitude da esfera. Mas há apenas algumas décadas, com as naves espaciais, a
humanidade tornou-se capaz de produzir fotografias da totalidade do planeta.
Essas imagens trouxeram uma nova e poderosa visão da Terra. As imagens de
satélite nos apresentam diversos aspectos como, por exemplo, a extensão da
intervenção humana sobre a superfície da Terra, que acontece de maneira
desigual.
Os pontos amarelos,
na imagem “Planisfério: imagem noturna de satélite” nas páginas 22 e 23 do
caderno do aluno, destacam as grandes concentrações urbanas e mostram a difusão
(multiplicação) desigual da intervenção humana na superfície do planeta,
explicando porque algumas áreas são mais densas do que outras.
O satélite é um
corpo que gira, descrevendo uma órbita em torno de outro, devido
fundamentalmente à força de atração (gravidade) exercida por este último. O
satélite pode ser natural ou artificial. O natural é um planeta, um corpo
celeste, que orbita (circula) um planeta ou outro corpo menor. Um exemplo de
satélite natural é a Lua, que orbita a Terra. O satélite artificial é um
engenho feito pelo homem, que é colocado por meio de foguetes em uma órbita elíptica,
e tem como um dos focos, o centro da Terra. Um satélite emite ou retransmite um
sinal para a(s) estação (estações) terrestre(s) de destino, que pode ser sinais
televisivos e telefônicos, dados ou imagens.
Os primeiros
satélites colocados em órbita foram o Sputnik I (04/10/1957) e o Sputnik II
(03/11/1957), lançados pelos soviéticos e o Explorer I (31/01/1958), lançado
pelos norte-americanos.
4. As paisagens da
Terra (uso do vídeo)
A
superfície da Terra desvenda uma multiplicidade de paisagens singulares. As
paisagens naturais resultam de uma combinação particular de elementos, como o
relevo, os solos e as formações vegetais. As paisagens também revelam a
intervenção das sociedades sobre a superfície terrestre. Vamos recuperar o conceito
de paisagem: produto do trabalho social, isto é, do esforço coletivo e
organizado de gerações que, por meio das técnicas disponíveis, instalam
artefatos que servem a finalidades úteis. Como o sistema técnico não é uniforme
e não se difunde de forma homogênea pela superfície da Terra, as paisagens são
bastante diversificadas.
2º BIMESTRE
5. O mundo e suas
representações
A cartografia
é uma forma de linguagem que busca localizar os fenômenos ocorridos na
superfície da Terra e estabelecer relações entre eles. Os mapas são formas
de representação da superfície da Terra ou de parte dela; é uma
representação seletiva porque apenas alguns elementos da realidade são
selecionados na representação gráfica. É importante o domínio sobre essa
linguagem na vida cotidiana.
A cartografia na história
Desde os primórdios
da história humana, os mais diversos povos buscaram representar graficamente o
mundo que conheciam, produzindo mapas que eram utilizados para localizar
os fenômenos que consideravam importantes.
Os mapas sempre
foram uma representação seletiva da realidade. Isso significa que neles são
registrados os fatos que interessam, de acordo com a finalidade do mapa e com
as características da sociedade que os produziu.
Exemplos:
- Os povos indígenas da América do
Norte desenhavam em peles de animais ou em cascas de árvores uma espécie de
zoneamento do território no qual viviam, identificando as áreas de pesca, de
caça e de coleta de alimentos;
- Os povos nômades que viviam em
deslocamento pelo deserto de Saara, como os tuaregues, costumavam gravar nas
pedras as suas constantes rotas;
- Os habitantes originais das Ilhas
Marshall, no Oceano Pacífico, orientavam-se nos mares usando curiosos mapas de
bambus, como ilustrado na figura “Réplica dos mapas produzidos pelos nativos
das Ilhas Marshall” na página 4 no caderno do aluno. Os nativos levavam essas
cartas marinhas, confeccionados com bambus entrecruzados, estendidas em suas
embarcações. As varetas representam a direção das ondas nas vizinhanças dos
arquipélagos, enquanto as pedras marcavam a posição das ilhas.
Os mapas elaborados
pelos povos antigos são diferentes entre si porque eles dispunham de tecnologias
e materiais diferentes, e desenhavam mapas com finalidades diversas. Assim,
para os povos indígenas da América do Norte, o importante era localizar as
reservas de alimento; para os povos nômades, o fundamental era mapear os
deslocamentos pelo deserto e; para os povos do Pacífico, era preciso se
orientar pelos mares.
Os povos no passado
produziam mapas representando graficamente aquilo que era importante para as
atividades que realizavam.
Os mapas e as fotos de satélites
A idéia dos mapas
como representação seletiva da realidade, pode ser apresentada por meio de uma
fotografia, tirada por um astronauta, e também através de um mapa político. As
imagens espaciais – fotografias – não podem ser utilizadas em lugar dos mapas.
As fotografias completam os mapas: a fotografia registra tudo o que é visível
na área captada e os mapas só registram os fatos selecionados pelo cartógrafo,
como observamos na foto de satélite “Eixo Rio de Janeiro – São Paulo: foto de
satélite” e no mapa “Eixo Rio de Janeiro – São Paulo: mapa” nas páginas 6 e 7
no caderno do aluno. Assim, mapas e fotografias são complementares.
6. Orientação
relativa: a rosa-dos-ventos
Os movimentos da Terra
Diariamente,
enxergamos o Sol “levantar-se” num lado do horizonte, percorrer uma trajetória
pelo céu e “esconder-se” do outro lado do horizonte. Trata-se do movimento
aparente do Sol: aparente, pois, na realidade, não é o Sol que gira em torno da
Terra, mas a Terra que gira em torno do Sol. Por causa disso, muitos povos e civilizações
antigas acreditaram que a Terra era o centro do Universo. Este giro é chamado
de movimento de translação e se completa em um período de 365 ou 366 dias. Veja
as figuras “Movimento aparente do Sol” e “Movimento de translação” nas páginas
10 e 12 no caderno do aluno. O ano bissexto visa sincronizar o calendário
convencional com o solar, acrescentando, a cada 4 anos, 1 dia ao ano.
A Terra também gira
em torno de si mesma, realizando o movimento de rotação, no sentido
anti-horário, que se completa em 23 horas e 56 minutos. Devido ao movimento de
rotação, para um observador na superfície, parece que é o Sol que está se
movimentando no céu, percorrendo uma trajetória que vai do nascente até o
poente. Veja a figura “Movimento de rotação” na página 10 do caderno do aluno.
A rosa-dos-ventos
Entre outras
coisas, os mapas servem para definir a posição dos lugares na superfície da
Terra. Para determinar a posição relativa de um lugar, ou seja, a posição de um
lugar em relação a outro, é preciso usar referências. A trajetória do Sol na
abóbada (céu) celeste é a mais importante dessas referências.
O movimento de
rotação se realiza no sentido anti-horário, ou seja, no sentido inverso dos
ponteiros do relógio. Assim, do ponto de vista de todos os observadores situados
na Terra, o Sol parece “nascer” sempre do mesmo lado do horizonte. Esse lado é
chamado de leste ou oriente. O lado do horizonte onde o Sol parece “se
esconder” é chamado de oeste ou ocidente. A partir da identificação do leste e
do oeste, fica fácil localizar o rumo do norte e do sul. Uma pessoa de pé,
quando olha para o leste, tem às suas costas o oeste, à sua direita, o sul e, à
sua esquerda, o norte. Esses quatro pontos são chamados pontos cardeais. Veja
as figuras “Os pontos cardeais” e “A rosa-dos-ventos” na página 13 do caderno
do aluno.
Entre o norte (N) e
o leste (E) temos o nordeste (NE); entre o sul (S) e o leste (E) temos o
sudeste (SE); entre o norte (N) e o oeste (O), o noroeste (NO) e, finalmente,
entre o sul (S) e o oeste (O), o sudoeste (SO). Estes pontos são os colaterais
ou intermediários e também estão presentes nas bússolas, instrumento inventado
pelos chineses há muitos séculos. A agulha da bússola funciona como um ímã, e
sempre aponta para o campo magnético da Terra, situado nas proximidades do pólo
norte. Estabelecido o rumo do norte, pode-se determinar o rumo dos demais
pontos cardeais e colaterais. Para permitir a determinação da posição relativa
dos lugares, os mapas devem apresentar a orientação. Por isso, muitas vezes,
eles exibem uma seta apontada para o norte, como se fosse a agulha de uma
bússola.
A localização relativa
Com base no que
aprenderam sobre os pontos cardeais e colaterais, a posição relativa de algumas
das cidades do estado de São Paulo, por exemplo, é relativa, ou seja, depende
do referencial escolhido. Por exemplo, a cidade A pode estar a norte da cidade
B, mas ao sul da cidade C.
7.
As coordenadas geográficas
A
orientação ou localização relativa tem limites. Ela só faz sentido se
utilizarmos um ponto de referência. A rosa-dos-ventos não ajuda quando
precisamos determinar a posição de qualquer ponto da superfície da Terra sem
tomar um outro ponto como referência. Assim, existem outros tipos de sistema de
localização.
A rede de
coordenadas geográficas
Veja
a seguir, os passos que levaram à construção do sistema de coordenadas
geográficas, que conferem a cada lugar da Terra um endereço único:
- No século VI
a.C., o filósofo grego Pitágoras chegou à conclusão de que a Terra era uma
esfera. Devido à sua curvatura, os navios surgem no horizonte quando se
aproximam do litoral, como aparece na figura “Navios surgindo na linha do
horizonte” na página 17 do caderno do aluno. De fato, o nosso planeta é uma
esfera quase perfeita, apenas ligeiramente achatada nos pólos;
- Sendo uma
esfera, a Terra pode ser dividida em duas metades, uma ao norte e outra ao sul
da linha divisória. Podemos também traçar círculos paralelos (horizontais) e
perpendiculares a esta linha divisória. São as coordenadas geográficas;
- O Equador é a
linha imaginária que divide a Terra em duas partes iguais. As linhas
imaginárias paralelas ao Equador descrevem círculos chamados de paralelos
(linhas horizontais). Os círculos descritos pelos paralelos são tanto menores
quanto mais se afastam do Equador para o norte ou para o sul. Todos os pontos
atravessados por um paralelo apresentam a mesma distância em relação à linha do
Equador, isto é, possuem a mesma latitude. Devido ao formato da Terra, essa
distância é medida em graus, minutos e segundos. As latitudes variam entre 0º,
na linha do Equador, e 90º, nos Pólos Norte e Sul, como na figura “O equador,
os paralelos e os pólos”, na página 19 do caderno do aluno;
- Os meridianos
são linhas imaginárias que descrevem semicírculos e se encontram nos pólos
(linhas verticais).Todos os meridianos são iguais, isto é, descrevem
semicírculos de mesmo tamanho. No século XIX, o meridiano que passa sobre o
Observatório de Greenwich foi escolhido como referência para o cálculo da
longitude. Assim, as longitudes variam entre 0º, no meridiano de Greenwich, e
180º, no meridiano oposto, para leste e para oeste, como aparece na figura
“Greenwich e os meridianos”, na página 20 do caderno do aluno;
- A rede de
coordenadas geográficas formada pelos paralelos e meridianos permite a
localização de qualquer ponto da superfície da Terra. Todos eles possuem uma
latitude, ou seja, uma medida angular em relação à linha do Equador, e uma
longitude, uma medida angular em relação ao meridiano de Greenwich.
Latitude,
longitude e fusos horários
A
rede de coordenadas geográficas permite que cada ponto do planeta tenha um
endereço único e exclusivo. Entretanto, não é simples medir a distância angular
de um ponto em direção ao Equador (latitude) ou em relação ao meridiano de
Greenwich (longitude). Vamos abordar algumas estratégias para a realização
deste cálculo.
É
possível calcular a latitude com base na observação dos astros no céu. No
hemisfério norte, há séculos os viajantes utilizam a Estrela Polar como
referência para este cálculo. Nas proximidades do pólo norte, a estrela está
acima da cabeça do observador; na altura do Equador, a estrela está
posicionada na linha do horizonte. Assim, quando um viajante move-se na direção
do Pólo Norte, ele enxerga a estrela cada vez mais elevada no céu. No
hemisfério sul, os viajantes costumavam utilizar como referência a
Cruzeiro-do-Sul, constelação mais próxima do Pólo Sul celeste. Com o auxílio
de um instrumento chamado astrolábio (página 23 do caderno do aluno), uma
espécie de compasso inventado pelos gregos há mais de 2 mil anos, é possível
estabelecer a medida em graus entre a estrela-guia e o horizonte e, assim,
determinar a distância angular de um certo ponto em relação ao Equador, ou
seja, determinar a latitude.
Para
calcular a longitude, é preciso considerar o movimento de rotação da Terra.
Como já foi visto, o nosso planeta realiza um giro completo (360°) em torno de
si mesmo a cada, aproximadamente, 24 horas. Então, a cada hora, ela gira 15°
(360o/ 24 horas = 15°). Para estabelecer a longitude de um ponto
qualquer da Terra, é preciso saber a hora exata naquele ponto e a hora exata no
meridiano de referência, ou seja, no meridiano de Greenwich. Então, a
diferença entre o horário local e o horário de referência pode ser convertida
em graus, determinando a distância angular que define a longitude. No mapa dos
fusos horários, os fusos que estão a leste (direita) de Greenwinch têm as
horas adiantadas em relação ao horário de referência mundial, enquanto os fusos
a oeste (esquerda), as horas são atrasadas em relação ao horário de Greenwich,
como podemos observar no mapa “Fuso horário civil”, na página 25 do caderno do
aluno. Os fusos são ajustados em função dos horários oficiais dos
países.
8. Os atributos dos
mapas
Vamos aprender as
regras básicas da representação cartográfica contemporânea. Os mapas, além de
serem uma reprodução seletiva da realidade, são também representações
convencionais, isto é, obedecem a um conjunto de regras: as convenções
cartográficas. Por isso mesmo, a cartografia é expressa por meio de alguns
atributos fundamentais, tais como título, legenda e escala. No que diz respeito
à escala, vamos apenas introduzir o assunto.
O título e a legenda
Todo bom mapa deve
apresentar um título que informe, de maneira sucinta, quais foram os fenômenos
da realidade selecionados para representar.
A legenda, por sua
vez, é o quadro que explicita o significado dos símbolos e grafismos utilizados
no mapa.
A escala
A escala é também
um dos atributos fundamentais do mapa. Ela estabelece a correspondência entre
as distâncias representadas e as distâncias reais da superfície mapeada.
É preciso reduzir
as distâncias reais para poder representar uma cidade, uma região ou o mundo
inteiro em um mapa. É importante observar que, para a elaboração de um
planisfério, por exemplo, as distâncias reais devem ser reduzidas milhões de
vezes.
Há duas
classificações de escala: a escala numérica e a escala gráfica.
A escala numérica
se trata de uma operação de divisão e que, portanto, existe um numerador e um
denominador. O numerador é sempre o número 1, enquanto o denominador varia de
acordo com a redução realizada.
Em um mapa em
escala 1:1.000.000 (lê-se 1 por um milhão), a superfície representada foi
reduzida um milhão de vezes. Em um mapa em escala 1:1.000 (lê-se um para mil),
a superfície representada foi reduzida mil vezes. Vamos pensar: qual destes
mapas apresenta uma escala menor? Dica: Quanto maior é o denominador, menor é a
escala do mapa, pois mais vezes as distâncias reais foram reduzidas para serem
representadas no papel. Assim, resposta é 1:1.000.000.
Quando a superfície
a ser representada é muito grande, é necessário usar uma escala pequena. Contudo,
quando se representa uma superfície relativamente pequena, é possível utilizar
uma escala grande.
A escala gráfica é
uma linha horizontal dividida em centímetros, que indica diretamente a relação
entre as distâncias no mapa e as distâncias correspondentes na realidade. Com
ela, é possível medir a distância entre os lugares sem precisar recorrer a
cálculos matemáticos.
Para usar a escala
gráfica, você mede a distância que aparece na escala (por exemplo, 1cm). Para
saber a medida entre duas cidades, você mede com a régua (por exemplo, 6cm).
Como na escala aparece 0 – 120km, quer dizer que 1cm vale 120km, assim os 6cm
de distância entre as cidades, com a régua no mapa, vale 720km (120 vezes 6).
Observe exemplos de
escalas nos mapas das páginas 28, 30, 32 e 33 no caderno do aluno.
9.
A cartografia temática
Os mapas podem ser
classificados em duas grandes categorias: os mapas de base e os mapas
temáticos. Os mapas de base são aqueles cujo objetivo é a representação exata e
detalhada da superfície terrestre no que diz respeito à posição, à forma, às
dimensões e à identificação dos acidentes no terreno, assim como dos objetos
concretos que nele se encontram. Os mapas temáticos, por sua vez, buscam a
representação de um ou mais fenômenos e das relações que possam existir entre
eles, tendo como base mapas já produzidos.
A cartografia temática
Como
sabemos, os mapas temáticos representam uma imensa variedade de fenômenos,
tanto aqueles originados de aspectos do meio natural, quanto do ambiente construído.
Representação qualitativa e
quantitativa
A
cartografia temática utiliza-se dos mais diferentes métodos de representação.
Dentre eles, o de representação qualitativa, que retrata fenômenos diversos sem
que haja relação de tamanho entre eles, e o de representação quantitativa,
utilizada para expressar relações de tamanho e proporcionalidade entre os
fenômenos.
3ºBIMESTRE
10. Os sistemas
naturais
Para compreender as
transformações que ocorrem na superfície terrestre, é preciso estudar os fluxos
de matéria e de energia. Cada fluxo consiste em trajetórias de matéria e
energia conectadas em movimentos contínuos. A maioria dos sistemas naturais é
impulsionada pela energia solar, envolvendo massas de ar, água, matéria
mineral e organismos vivos.
Vista
de longe, o que pode ser observado na superfície do planeta? Veja a imagem
“Terra” na página 3 do caderno do aluno. Identificamos a presença de
massas continentais, das águas oceânicas e de nuvens. Por meio da evaporação,
as águas oceânicas formam nuvens e podem se precipitar em outras regiões, como
nas margens litorâneas dos continentes (chamamos de ciclo da água). Muitos
processos que ocorrem na superfície terrestre são cíclicos e, portanto,
repetem-se continuamente de uma mesma maneira. Em função disso, ao estudá-los,
podemos desenvolver nossa capacidade de previsão dos acontecimentos.
Na medida em que é
possível observar três componentes básicos da superfície terrestre
(continentes, oceanos e nuvens), que outros elementos podemos afirmar que
existem neste planeta?
- Se há massas continentais, elas são
constituídas de rochas;
- A existência dos oceanos indica uma
superfície irregular, na qual foi armazenada água nas partes mais baixas;
- As nuvens circulam por uma camada
de ar que circunda o planeta.
Até agora
identificamos elementos que compõem a superfície terrestre, bem como suas
relações de interdependência. Os elementos observados podem ser agrupados
em diferentes camadas:
- Litosfera: camada rochosa que cobre
o planeta, formando tanto os continentes como o piso dos oceanos;
- Hidrosfera: formada pela água dos
oceanos, rios, lagos e geleiras;
- Atmosfera: a camada de ar que
envolve a Terra.
É evidente que o
limite entre uma camada e outra não é abrupta. Ou seja, fragmentos rochosos e
oxigênio podem ser encontrados nas massas oceânicas, assim como há água na
atmosfera e nas fendas da litosfera. Onde estaria localizada a esfera da vida,
denominada de biosfera? (ver ilustração “As esferas terrestres” na página 4 do
caderno do aluno). A biosfera se desenvolve na interface entre as três outras
esferas. Há uma diversidade dos materiais presentes na Terra, decorrente das
variadas condições de formação dos materiais terrestres.
Estudo da formação de minerais
As rochas que
formam a litosfera são constituídas de minerais. Quase todos os minerais são
formados pela combinação de dois ou mais elementos químicos. Como exceções a
esse padrão, podem ser citados o ouro, a prata e o diamante, formados por
apenas um elemento. Mas, o aspecto comum a todos os minerais é o fato deles
ocorrerem naturalmente na crosta terrestre.
Em geral, os
utensílios e produtos fabricados pelo homem derivam de minerais. Em função da diversidade
de propriedades dos minerais, pode ser encontrado na natureza qualquer material
necessário às necessidades humanas. Assim:
- para ferramentas que exigem finas
lâminas, utilizam-se minerais que possuem maleabilidade, como o cobre e a
prata;
- se o produto exige flexibilidade,
para a fabricação de objetos curvos que dificilmente se quebram, utiliza-se
vermiculita ou talco;
- se a necessidade é de fabricar um
material com resistência para riscar e cortar outros materiais, é preciso
utilizar minerais com maior dureza, como o diamante;
- para a fabricação de lentes e
outros materiais transparentes, será preciso utilizar minerais translúcidos,
como o quartzo.
Assim, as
propriedades apresentadas das rochas são maleabilidade, flexibilidade, dureza,
translucidez, cor e brilho (metálico e não-metálico). A formação de quase todos
os minerais ocorre em profundidades muito maiores do que o homem pode observar,
em condições de temperatura e pressão extremamente elevadas. Contudo, o estudo
dos minerais e, principalmente, da formação de seus cristais, é uma boa
oportunidade para se compreender como as rochas foram originadas.
O cristal é a forma
sólida na qual os elementos do mineral foram organizados. Cada mineral
apresenta um padrão característico de cristais. Observando-se o desenvolvimento
de cristais, pode-se concluir a respeito da variedade de características de
materiais diferentes. O tamanho dos cristais de um mineral depende da
velocidade de sua formação. Quanto mais rápida for a formação do cristal, menor
ele será. Quer ver? Prepare em casa uma solução saturada de sal de cozinha,
dissolvendo sal em duas vasilhas rasas de vidro refratário com água quente (não
faça sozinho). Uma das vasilhas deve ser levada ao fogo, provocando a rápida
evaporação da água. A outra deve ficar em repouso até o dia seguinte. No fundo
das duas vasilhas, podem ser observadas placas de cristais de sal, mas, na
vasilha em que a evaporação foi mais lenta, as placas são maiores. As condições
no interior da Terra poderiam causar a variação no tamanho dos cristais. Em
uma erupção vulcânica, as lavas do vulcão derramam material incandescente sobre
a superfície terrestre e o contato com a atmosfera provoca um resfriamento mais
rápido. Em outras situações, as rochas foram formadas por minerais que se
resfriaram muito mais lentamente.
A
constituição da crosta terrestre é basicamente de rochas. Como as rochas são
materiais resultantes da junção natural de minerais, o estudo da composição, da
textura (por meio do tamanho dos grãos) e da estrutura (formas cristalinas)
dos minerais permite uma melhor compreensão das formações rochosas. Assim, as
rochas podem ser classificadas, de acordo com sua origem, em três grupos
principais:
- Rochas ígneas: formadas pelo
resfriamento e endurecimento de material fundido. Dependendo da velocidade de
seu resfriamento, apresentará cristais maiores ou menores;
- Rochas sedimentares: formadas pelo
desgaste de outras rochas e pelo acúmulo e compactação de
sedimentos nas partes mais baixas do relevo e;
- Rochas metamórficas: formadas pela
alteração de rochas pré-existentes, seja por aumento de calor ou pressão
sobre elas.
O ciclo das rochas
Vocês estão
habituados a observar mudanças bruscas de temperatura ou mesmo os danos
provocados na cidade por um forte temporal. O que pode parecer estranho é que
tudo está em transformação na superfície terrestre, mesmo as coisas que
aparentemente estão estáticas. Esse é o caso das rochas que envolvem o planeta.
O interior do planeta é bastante ativo e promove uma dinâmica muito intensa das
rochas submetidas a variações de pressão e temperatura, como abalos sísmicos e
atividades vulcânicas. Alguns processos ocorrem numa escala de tempo que,
muitas vezes, é bem mais longa do que a vida de um homem:
- Calcula-se que 95% da crosta
terrestre é formada por rochas cristalinas (ígneas e metamórficas) e apenas 5%
da massa rochosa é formada por rochas sedimentares;
- Porém, quando se considera a
proporção desses tipos de rochas que estão expostas a céu aberto, a situação se
inverte: 75% das rochas são sedimentares e apenas 25% são cristalinas;
- As rochas ígneas são mais antigas
que as rochas sedimentares.
Esses dados
indicam, a respeito da história da crosta terrestre, que as camadas
superficiais foram formadas depois das camadas interiores da crosta. As rochas
sedimentares predominam no ambiente de céu aberto, apesar da maioria das rochas
que forma a litosfera ser de rochas ígneas e metamórficas. Isso acontece porque
as rochas sedimentares, mais recentes, formam uma camada rochosa sobre as mais
antigas e elas se originam da desagregação e do depósito dos materiais das
rochas cristalinas e metamórficas, resultado de intemperismo, erosão,
transporte e litificação.
Observe o esquema
“O ciclo das rochas” na página 7 no caderno do aluno: ele apresenta o processo
de formação de rochas cristalinas, desgaste de formações rochosas, erosão e
deposição de sedimentos, solidificação de novas rochas, e assim sucessivamente.
Muitos outros
ciclos naturais poderiam ser estudados, além do ciclo da água e das
rochas, bastante estudados nas séries iniciais. Os ciclos do dióxido de
carbono e do nitrogênio são importantes também. O dióxido de carbono (CO2)
é um gás extremamente importante para a manutenção da temperatura da superfície
terrestre e o crescimento das plantas. Apesar de a atmosfera da Terra apresentar
atualmente um nível baixíssimo de dióxido de carbono (0,03%), é essa
concentração que conserva calor no ar, promovendo o efeito estufa. Por sua vez,
o nitrogênio é o gás mais abundante da atmosfera (80% dela). Como ele se
encontra quase totalmente no ar, os microorganismos exercem um papel
importante de transferência para o solo e para a água, garantindo sua absorção
pelos seres vivos. O nitrogênio é fundamental para a manutenção da vida no
planeta, uma vez que ele é importante na formação das proteínas.
11.
A água e os assentamentos humanos
Graças
a sua enorme importância na manutenção dos ciclos naturais e na manutenção da
vida na Terra, vamos dar uma atenção especial à água. Afinal, a Terra é vista
do espaço como um planeta azul por ser praticamente 70% coberta por superfícies
aquosas. Além disso, veremos como as formas de uso dos recursos hidrícos se
transformam ao longo da história humana.
Apesar
da abundância dos recursos hídricos na Terra, sua distribuição é bastante
desigual pelos continentes. O problema do acesso à água potável acontece,
especialmente, nos países mais pobres. Por causa da poluição e da super
exploração, a água potável é atualmente considerada um recurso natural finito.
É necessário uma atitude responsável no que se refere à preservação da água.
Veja
alguns dados aproximados a respeito do consumo residencial de água: cinco
minutos com a torneira do banheiro meio aberta - 80 litros; 15 minutos de banho
de chuveiro - 144 litros; seis segundos de válvula da descarga - 30 litros; 15
minutos com a torneira da cozinha aberta - 243 litros; lavadora de roupas de
cinco quilos - 135 litros; 15 minutos com a torneira do tanque aberta - 279
litros; 30 minutos com a mangueira aberta para lavar o carro - 216 litros; 15
minutos com o esguicho aberto para lavar a calçada - 243 litros (fonte: Associação
de Defesa e Orientação do Cidadão). Pense na rotina de sua casa, considerando
os hábitos de todas as pessoas que lá residem e analise a situação doméstica.
Quais medidas para um consumo mais responsável e economizar o volume de água no
seu dia a dia?
Algumas
formas de evitar o desperdício do uso da água no banho, na cozinha, no quintal
e em outras dependências da casa são:
- na hora
do banho, em vez de manter o chuveiro ligado o tempo todo, pode-se molhar o
corpo, desligar a água enquanto usa o sabonete e, somente depois, abri-lo para
se enxaguar;
- não escovar os
dentes com a torneira aberta;
- para evitar o
uso prolongado da descarga, não jogar objetos e papel no vaso sanitário;
- na cozinha,
molhar a louça de uma só vez e, depois, abrir a torneira quando tudo já estiver
ensaboado;
- lavar o carro,
o quintal e a calçada com balde, evitando o uso da mangueira.
O desenvolvimento
de uma campanha de consumo responsável da água ajudaria: você pode distribuir
cartazes em sua própria casa e assim, divulga propostas de mudança de conduta.
Depois de um mês, vemos a diferença na conta de água. No início vamos encontrar
algumas dificuldades, mas os resultados obtidos em termos de consumo de água
serão gratificantes.
A presença da água nos ciclos da natureza
A presença da água nos ciclos da natureza
A
água está presente em toda parte, não apenas nos reservatórios que compõem a hidrosfera.
Para buscar essa evidência, realize dois experimentos em casa: no primeiro
deles, com a ajuda dos pais ou responsável, escolha um galho de árvore no
quintal, no jardim ou na rua. Para quem mora em apartamento, pode escolher
alguma planta ornamental que esteja em um vaso. Com cuidado, para não quebrar o
galho, coloque um saco plástico na extremidade da planta, amarrando a ponta
com o barbante. No segundo experimento, reserve no congelador um copo de vidro
vazio. Após 24 horas, enquanto retira o saco plástico do galho, deixe na pia da
cozinha o copo de vidro que estava no congelador. No primeiro caso, houve o
acúmulo de água no saco plástico, originado da transpiração da planta. Imaginem
a quantidade de água que as plantas de uma floresta tropical transferem para a
atmosfera! No segundo caso, como a superfície do copo de vidro estava mais
fria que o ar ao seu redor, ocorreu o processo de condensação do vapor de água
existente no ambiente. Por isso que, com a chegada de uma frente fria, há uma
queda brusca de temperatura e normalmente provoca chuvas.
A
importância histórica da água
Uma
vez analisado o papel da água nos processos naturais, vamos realçar ainda mais
a sua importância, discutindo o uso dos recursos hídricos no desenvolvimento
humano. Vamos identificar a estreita relação entre a localização dos
assentamentos humanos e a disponibilidade dos recursos hídricos, seja para o
abastecimento da população e para o transporte, seja, principalmente, para a
irrigação, que permite expandir as áreas de cultivo e aumentar a produção
agrícola.
Muitas cidades
na Antiguidade surgiram ao redor de rios localizados no norte da África e na
Ásia: núcleos urbanos que surgiram às margens do Rio Nilo, como Tebas, Luxor,
Mênfis e Assua; outro exemplo são os rios Tigre e Eufrates, em cujas margens
surgiram as cidades de Ur, Lagash, Nínive, Mari e Kish; na Índia, os núcleos
urbanos às margens do Rio Indo e, na China, ao redor dos rios Huang-ho e Yang
tsé-kiang. O rio Nilo foi muito importante para a civilização que se
desenvolveu no Egito antigo e ainda tem grande importância ecológica e
econômica. Até atingir sua foz, no Mar Mediterrâneo, o Nilo percorre uma região
desértica. Do ponto de vista ecológico, são suas águas que mantêm a vida
naquela região. Sem ele não teria havido condições para o desenvolvimento da
agricultura. O Nilo foi também fundamental para a comunicação entre diferentes
assentamentos humanos pertencentes à civilização egípcia.
Em
áreas mais planas, os rios inundam uma extensa área ao seu redor nos períodos
das cheias. Nos períodos da estiagem, o volume das águas diminui, expondo os
solos de sua várzea. É o que acontece com o Rio Amazonas. Parte das populações
ribeirinhas amâzonicas se protege dos efeitos potencialmente danosos das
variações sazonais do rio construindo palafitas, tais como as que aparecem na
Figura “Palafitas na beira do Rio Negro” na página 13 do caderno do aluno.
Imagine como essas variações afetariam seus deslocamentos diários, se você
vivesse em uma palafita. No mínimo, viveríamos duas situações cotidianas: na
primeira delas, vários dias que a chuva cai sem parar. As casas praticamente
ficam no nível das águas e é possível, inclusive, aproximar o barco da porta da
cozinha. Numa outra situação extrema, o nível do rio está bem baixo e é preciso
descer escadas para se alcançar sua margem. As pessoas ficam mais fora da
casa, mas também é mais difícil se deslocar para outras localidades. A situação
social dos moradores das palafitas é precária: na maior parte dos casos são
populações pobres e com acesso difícil aos serviços públicos básicos, tais como
saúde e educação.
12.
Natureza e sociedade na modelagem do relevo
Desde
o começo do bimestre, o objetivo é enfatizar a compreensão do sistema terrestre
como resultado da interação entre a atmosfera, a crosta terrestre e os
organismos vivos. Estudamos a importância do ciclo da água, mas precisamos
estar atentos a muitos outros processos que tornam a superfície da Terra um
ambiente dinâmico e em permanente transformação. E isso ocorre por meio da
força de alguns importantes agentes de modelação do relevo, como o vento, a
chuva, o deslocamento de geleiras e o curso dos rios. As formas de relevo
também podem ser analisadas tendo em vista a ação de vários agentes internos e
externos, movidos pelas forças da natureza e do trabalho humano.
As
transformações que ocorrem na superfície terrestre podem ser lentas, como é o
caso do desgaste das encostas de uma montanha pelo deslizamento de geleiras, ou
muito rápidas, quando ocorre no mesmo lugar uma grande avalanche de neve.
Vamos pensar a respeito das transformações que esses agentes provocam, assim
como da modelagem de novas formas de relevo.
A força do vento
O
desgaste provocado pelo vento depende da quantidade e do tamanho das partículas
transportadas. Nos países desérticos, por exemplo, os postes instalados na
beira das estradas precisam da proteção de chapas de aço na sua base. Caso
contrário, em pouco tempo estariam gastos pela corrosão dos jatos de areia
trazidos pelos ventos, e não ficariam em pé. Ventos fortes, com velocidade
acima de 50 km/h, quebram galhos de árvores e arrancam telhas, que pesam
aproximadamente 2 kg. Quando o vento é muito forte, uma grande quantidade
de areia é transportada por milhares de quilômetros. O que acontece com esse
material em movimento? O material desgastado pelo vento num dado local pode
ser transportado e depositado em outras regiões. É o que ocorre com os
sedimentos provenientes das regiões desérticas do norte da África, que são
depositados na Alemanha e até mesmo na Inglaterra.
A força da gota
de chuva
Quando
as gotas de chuva caem sobre o solo descoberto, isto é, sem cobertura vegetal,
elas podem compactá-lo ou, ainda, desagregá-lo aos poucos. Procure
imaginar o impacto de uma chuva forte em um solo sem cobertura de vegetação. O
que você acha que acontece? Há o deslocamento de partículas do solo pelo
impacto de chuva, um escoamento superficial e a formação de ravinas (grandes
buracos de erosão).
A força dos rios
Os
rios colaboram para o desgaste do relevo e, ao mesmo tempo, transporta
sedimentos que serão depositados em outros locais. O tempo que uma rocha leva
para ser desgastada por um rio pode ser calculado em localidades às margens do
Rio Nilo, no Egito, onde se formaram corredeiras e cachoeiras. Ao medir a
profundidade do desgaste anual, os estudiosos obtiveram evidências de que o
rio leva cerca de 500 anos para desgastar 1 m de rocha. Segundo a Agência
Nacional de Águas, o Rio Amazonas deságua no mar cerca de 209 mil m3/s
(metros cúbicos por segundo) da água doce que atualmente chega aos oceanos
(20%), despejando no Atlântico 600 milhões de toneladas de sedimentos por ano.
A força do gelo
As
gigantescas massas de gelo que formam as geleiras movimentam-se muito lentamente
(a maioria delas move-se apenas alguns milímetros por ano). No entanto, com a
elevação de temperatura, na primavera, as geleiras podem se mover com
velocidade dez vezes maior à comum. Na Groenlândia, por exemplo, há uma das
geleiras mais "velozes", que chega a se deslocar 15 a 18 metros por
dia. A neve acumulada nos topos pode despencar morro abaixo, formando
avalanches (ou avalanchas) que alcançam mais de 300 km/h. Nessa velocidade, a
neve pode atingir o fundo do vale e ainda subir do outro lado da encosta centenas
de metros, arrancando grandes árvores e soterrando tudo o que encontra pela
frente. Da maneira que as geleiras se movimentam (arrastamento da geleira
por longas distâncias e possíveis avalanches), não é difícil identificar um
depósito glacial originado por essa movimentação, mesmo em regiões que
atualmente não possuem mais neve, porque esses sedimentos, de origem glacial,
são bastante heterogêneos, com materiais rochosos e vestígios de seres vivos de
diferentes regiões.
Erosão fluvial e
a modelagem do relevo terrestre
Entre
os agentes modeladores do relevo, deve-se dar atenção especial aos rios, dada
sua capacidade de erosão, transporte e deposição. Observem as fotos da página
16, que representam trechos do Rio Jacaré-Pepira, localizado no interior do
Estado de São Paulo, próximos à cidade de Brotas. Trata-se de um rio bastante
utilizado para a prática de esportes radicais, como o rafting ou a
remada de caiaque. Nas imagens apresentadas, ocorre o predomínio da
erosão e do transporte de sedimentos ou de deposição de sedimentos? Os
processos erosivos e o transporte de sedimentos são predominantes. Chegamos a
essa conclusão pela grande velocidade da água e pela existência de corredeiras.
As obras de
engenharia na calha dos rios
O
Rio Tietê é o mais importante rio para os paulistas. Afinal, por meio do Rio
Tietê, os bandeirantes exploraram o interior do continente em busca de
riquezas, transformando o rio numa espécie de estrada fluvial. Desde a fundação
de São Paulo, formou-se ao redor do Rio Tietê um eixo de desenvolvimento de
inúmeras cidades, que aproveitaram suas águas não apenas para o transporte, mas
também para o abastecimento da população, e, com o decorrer do tempo, para a
produção de energia elétrica e irrigação dos campos agrícolas. O Rio
Tietê não é importante apenas para o Estado de São Paulo. Ele foi a porta de
entrada para o Brasil Central no século XVII e,
hoje, por meio da Hidrovia Tietê-Paraná, é essencial para o escoamento de
produtos brasileiros para os países do Mercosul (Argentina, Paraguai e
Uruguai). Se observarmos seu percurso pelos mapas do atlas geográfico escolar,
encontraremos grandes obras de engenharia ao longo do curso do rio, que são as
usinas hidrelétricas (intervenções humanas para utilizar a força das águas do
rio para geração de energia). O Rio Tietê nasce nas encostas da Serra do
Mar, no município de Salesópolis, atravessa o Planalto Atlântico e percorre o
interior paulista até desaguar no Rio Paraná, no município de Itapura. Entre
os inúmeros afluentes do Tietê, o Rio Piracicaba será o mais fácil de localizar
nos atlas escolares. No curso do Tietê foram construídas inúmeras
represas, como a de Barra Bonita, Promissão, Nova Avanhandava, Três
irmãos, entre outras. Elasforam construídas, ainda que sejam utilizadas para a
prática do lazer, abastecimento de água e irrigação, para gerar energia
hidrelétrica.
Outras
formas de intervenção humana nos cursos de água, além das barragens das usinas
hidrelétricas, são os canais artificiais e as eclusas. Um bom exemplo de
canal é o localizado no trecho da Marginal do Rio Pinheiros, na cidade de São
Paulo (figura página 19). Para o caso da eclusa, o exemplo escolhido foi a da
Hidrovia Tietê-Paraná (figura página 18). Na Hidrovia Tietê-Paraná, o curso do
rio foi desviado para a realização da obra, o leito do rio foi dinamitado para
o aprofundamento da calha, máquinas escavadeiras foram utilizadas para retirar
o entulho e foram construídos muros de contenção nas paredes laterais. As
eclusas funcionam como uma espécie de "elevador hidráulico",
permitindo que as embarcações atravessem as barragens das hidrelétricas e
percorram o curso do rio adiante. No caso da Marginal do Rio Pinheiros, com a
retificação do leito do rio, foram construídas avenidas para a circulação de automóveis
na cidade de São Paulo.
13.
O clima, o tempo e a vida humana
Vamos
trabalhar com os fenômenos observados numa das esferas do sistema terrestre
que mais diretamente impuseram limitações à vida humana na escala global: a
atmosfera. Assim, nas latitudes elevadas da zona polar, onde as temperaturas
médias ficam abaixo de 20°C negativos e as camadas de gelo raramente ou nunca
derretem, as condições de adaptação são bastante restritas ou quase
inexistentes. O mesmo se pode dizer das condições de aridez extrema dos grandes
desertos da Ásia Central e do Saara africano, por exemplo, ocupados por comunidades
esparsas e altamente especializadas na sobrevivência em condições tão adversas
para a vida humana. A observação e os conhecimentos das condições atmosféricas
ajudam o homem na sua adaptação em praticamente todos os ambientes terrestres.
Os
eventos atmosféricos, tais como a ocorrência de fortes pancadas de chuva,
estiagens prolongadas e ventos fortes, normalmente recebem um grande destaque
da imprensa. Contudo, é muito comum que a notícia esteja relacionada com a
destruição de vias públicas, alagamentos e deslizamentos, sem um comentário
mais crítico da ocupação de áreas inundáveis, da qualidade das construções e da
falta de investimentos governamentais na infraestrutura urbana. Vamos ler duas
notícias veiculadas pela imprensa nas páginas 24 e 25 “Chuva causa estragos em
dez cidades de SP” e “Em MG, chuva danifica quase cem carros”. As
duas destacam os danos causados em cidades durante um período de chuvas
intensas. Nas duas notícias o excesso de chuvas é apontado como causador
dos danos. Mas as ações humanas aumentam a vulnerabilidade dos
ambientes, tornando-os mais suscetíveis a desastres. Para isso, podemos retomar
o exemplo do canal artificial na Marginal do Rio Pinheiros. Em muitas outras
várzeas de rio, a intervenção humana teve como objetivo o controle do
transbordamento natural dos cursos de água no período das chuvas para a
construção de avenidas resultando no alagamento de casas e ruas que ocuparam
essas áreas inundáveis e a impermeabilização do solo urbano, sem condições de
infiltração da água pluvial.
Observação do
tempo atmosférico
A
observação das condições atmosféricas é muito antiga. Tempo atmosférico é uma
combinação das condições atmosféricas num dado momento e clima é a sucessão
habitual dos tipos de tempo em um dado lugar.
Padrões de
circulação de massas de ar e tipos climáticos
A
atmosfera é muito dinâmica e está sempre em movimento. O determinante
fundamental da circulação das massas de ar é a entrada de radiação solar no
ambiente terrestre, provocando diferenças de aquecimento da atmosfera, dos
oceanos e dos continentes. Os ventos e as chuvas são resultados desse processo.
Se
não existisse o movimento de rotação, a circulação atmosférica seria diferente:
na faixa equatorial, as massas de ar mais aquecidas pela radiação solar, por
serem quentes e leves, realizariam um movimento ascendente. Com o resfriamento
dessas massas de ar nas grandes altitudes, inicia-se um movimento descendente.
As massas de ar formadas nos polos são frias e mais densas, movimentando-se em
direção aos trópicos, mais próximas da superfície. Agora, com o efeito do
movimento de rotação na circulação das massas de ar, à medida que a massa de ar
se desloca, ela sofre um desvio para oeste e jamais chega aos polos. Ela sofre
um movimento descendente na faixa entre 20 e 30 graus de latitude. Esse é um ar
seco, uma vez que foi perdendo umidade no decorrer de sua trajetória.
Os
meteorologistas acompanham o movimento das massas de ar no decorrer das semanas
por meio das imagens de satélite. Se determinada área estiver sob influência
das massas de ar equatoriais, as temperaturas e a umidade são elevadas, estando
o ambiente sujeito a chuvas fortes no decorrer do período. Por sua vez, a
chegada de uma massa de ar polar provoca a queda da temperatura, com
possibilidades de chuva fina e constante. São esses movimentos circulares da
atmosfera que estabelecem um padrão climático, ou seja, uma sucessão habitual
de tempos atmosféricos que definem os tipos climáticos.
Previsão do
tempo e a vida humana
Escreva
uma redação sobre a influência do tempo atmosférico em sua vida na última
semana.
4º BIMESTRE
14.
Os setores da economia e as cadeias produtivas
Tradicionalmente,
as estatísticas internacionais dividem a economia em três grandes setores.
O setor primário reúne as atividades agropecuárias e extrativas,
vinculadas às dinâmicas da natureza. O setor secundário engloba a
produção de bens materiais, resultantes da transformação de matérias-primas.
Nele figuram atividades que dependem de máquinas e equipamentos, como o
conjunto da produção fabril, a construção civil e a geração de energia.
O setor terciário, por sua vez, abrange os serviços em geral e inclui
o comércio, as atividades financeiras, a saúde, a educação, as telecomunicações
e a administração pública.
Nos
relatórios produzidos pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(PNUD), por exemplo, as estatísticas sobre a estrutura de empregos dos países
pesquisados são organizadas de acordo com esses três setores de atividade, de
forma a criar uma base genérica de comparação entre suas estruturas econômicas.
Entretanto, como sabemos, a divisão em três setores não é capaz de responder às
complexidades das economias nacionais contemporâneas. Por isso, no caso
brasileiro, por exemplo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) adota a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE),
organizada em 21 grandes categorias, que agrupam um enorme conjunto de
subcategorias:
- Agricultura,
pecuária, produção florestal, pesca e agricultura;
- Indústrias
extrativas;
- Indústrias de
transformação;
- Eletricidade e
gás;
- Água, esgoto,
atividades de gestão de resíduos e descontaminação;
- Construção;
- Comércio,
reparação de veículos automotores e motocicletas;
-
Transporte, armazenagem e correio;
- Alojamento e
alimentação;
- Informação e
comunicação;
- Atividades
financeiras, de seguros e serviços relacionados;
- Atividades imobiliárias;
- Atividades
profissionais, científicas e técnicas;
- Atividades
administrativas e serviços complementares;
- Administração
pública, defesa e seguridade social;
- Educação;
- Saúde humana e
serviços sociais;
- Artes,
cultura, esporte e recreação;
- Outras
atividades de serviços;
- Serviços
domésticos;
- Organismos
internacionais e outras instituições extraterritoriais.
Essa
classificação, que segue padrões estabelecidos internacionalmente, permite
mapear a organização das atividades no país e também funciona como instrumento
de harmonização e comparação de informações econômicas mais detalhadas, em
âmbito mundial.
Independentemente
da forma pela qual são agrupados para fins estatísticos, os setores de
atividade econômica não existem de forma isolada; eles estabelecem uma rede de
relações entre si. A agricultura moderna, por exemplo, só pode ser compreendida
se analisada em suas relações com a indústria fornecedora e de transformação,
com o sistema de comércio e com as instituições financeiras.
Na
organização das atividades econômicas no mundo contemporâneo, grande parte dos
produtos alimentares que são vendidos nos supermercados passou por algum
processo de industrialização. Alguns exemplos: sucos de frutas, arroz
beneficiado, leite pasteurizado, macarrão, óleos, entre outros. As
matérias-primas foram produzidas em estabelecimentos rurais, como sítios e fazendas.
Os estabelecimentos rurais, que produzem essas matérias-primas, também utilizam
produtos industriais, como tratares e fertilizantes químicos industrializados.
Com
base no esquema “Relações entre os diferentes tipos de atividades econômicas”,
da página 3 do caderno do aluno, é possível construir o conceito de cadeia
produtiva, ou seja, uma série de atividades econômicas relacionadas pelas quais
a matéria-prima se torna um produto industrial e é consumida.
Os setores de atividades
A
economia moderna comporta uma enorme quantidade de atividades econômicas.
Entretanto, elas podem ser agrupadas em três grandes setores.
O
setor primário é composto da agricultura, da pecuária (criação de animais) e
do extrativismo (mineral, vegetal ou animal).
O
setor secundário é formado pelas atividades industriais, pela indústria
extrativa e pela construção civil (que constrói casas e estradas, por exemplo).
A atividade de extração mineral, quando é realizada em grande escala e envolve
maquinários pesados, é classificada como indústria, e também pertence ao
setor secundário.
O
setor terciário compreende as atividades de comércio, dos bancos, da prestação
de serviços (como educação), do transporte e da administração pública.
Em
alguns países, uma parcela pequena dos trabalhadores está empregada no setor
primário, pois a força de trabalho humano foi largamente substituída pelas
máquinas. Também na indústria, tecnologias sofisticadas e a automação
reduziram a necessidade de trabalhadores. Por isso, nesses países, a maior
parte da população ativa está no setor terciário.
Há
uma diversidade de formas de trabalho existentes em cada um desses setores:
- A agricultura,
tanto no Brasil como no mundo, é extremamente diversificada em termos do uso
de tecnologia. A criação de animais também se diferencia pelo uso de
tecnologias. São classificados como sistemas agrícolas modernos o uso de
tratores, semeadeiras e colheitadeiras. Já o trabalho realizado manualmente faz
parte dos sistemas tradicionais de agricultura;
- O setor
terciário é muito diversificado. O comércio, por exemplo, abriga tanto a venda
de mercadorias nos faróis como a das lojas mais sofisticadas. Advogados,
médicos, professores e empregados domésticos também fazem parte desse setor,
pois são prestadores de serviços.
O mapa “Mundo:
população ativa no setor primário”, na página 5 do caderno do aluno, apresenta
as regiões do mundo que exibem maior porcentagem de
trabalhadores no setor primário da economia: o continente africano, a Ásia
Meridional, o Sudeste Asiático e a China. Nas regiões que exibem maior
porcentagem de trabalhadores no setor primário predominam os sistemas
tradicionais de agricultura.
Montando uma cadeia produtiva
Uma
roupa voltada para o consumo popular, mais barata, ou de uma roupa que busca
atender à demanda do mercado de luxo? Essa decisão é crucial para a distinção
de todas as etapas da cadeia produtiva, especialmente na concepção, na
publicidade e no consumo. As etapas detalhadas do funcionamento da cadeia
produtiva de uma mercadoria são:
- Concepção do
produto: o que é atraente para os potenciais compradores?
-
Matéria-prima: quais são as matérias-primas necessárias para a fabricação
do produto?.
-
Industrialização: quais indústrias serão envolvidas na fabricação do
produto? As roupas, por exemplo, mobilizam a indústria têxtil e de confecção.
Os fabricantes de tênis usam tecidos, tintas, borrachas e plásticos.
- Publicidade:
a propaganda também faz parte da cadeia produtiva. Criar uma estratégia
de venda do produto selecionado é muito importante, criando campanhas de
propaganda direcionadas aos consumidores potenciais desse produto.
-
Consumo: quais são os melhores pontos de venda para o produto selecionado,
de acordo com o perfil do consumidor potencial?
15.
A cadeia produtiva da laranja
A
cadeia produtiva da laranja é uma das mais importantes da agricultura paulista
e que também figura entre os principais produtos do agronegócio brasileiro. O
conceito de agroindústria envolve diversas etapas anteriores e posteriores à
produção agrícola propriamente dita e surge da integração entre a agricultura
e a indústria, isto é, entre o campo e a cidade.
O
Brasil é um dos maiores produtores mundiais de laranja e de suco de laranja, e
a cadeia produtiva da laranja gera cerca de 400 mil empregos diretos e
indiretos no país. Trata-se, portanto, de um setor importante para a geração de
emprego e de renda, tanto no campo como na cidade.
O
cultivo da laranja e a produção industrial de suco de laranja integram a mesma
cadeia produtiva, pois a laranja é matéria-prima para as fábricas de suco de
laranja.Nem toda a produção de laranja no Brasil é processada industrialmente,
uma parte é vendida diretamente no mercado, como fruta fresca. A laranja que
chega sem processamento ao mercado também integra uma cadeia produtiva, pois o
cultivo da laranja está integrado às atividades industriais (produção de
fertilizantes e maquinarias agrícolas), ao setor de transportes e ao comércio,
por meio do qual a fruta finalmente chega ao consumidor final.Diferentes elos
integram as atividades econômicas envolvidas na cadeia produtiva da laranja,
mesmo quando não ocorre o processamento industrial da matéria-prima.
A geografia da laranja no
Brasil (um pouco da história da citricultura no Brasil)
Em
1501, os portugueses trouxeram da Espanha as primeiras mudas de plantas
cítricas para o Brasil. O objetivo era criar abastecimento de vitamina C, para
ser utilizada no combate ao escorbuto, doença que atacava as tripulações no
período dos Descobrimentos.
No
século XIX, a laranja já era cultivada no Rio de Janeiro para exportação.
No
início da década de 1930, as principais empresas exportadoras se transferiram
do Rio de Janeiro para Limeira, no Estado de São Paulo, por causa das
facilidades de transportes encontradas na região.
A
partir de 1960, o cultivo se espalhou para as regiões de Araraquara e
Bebedouro.
Em
1963, foi instalada em Araraquara a primeira fábrica brasileira de suco concentrado
e congelado.
Na
década de 1970, os pomares paulistas se expandiram, e o Brasil começou a
exportar não apenas a fruta, mas também o suco.
Em
1977, as duas maiores fabricantes de suco de laranja em operação no Brasil alcançaram
o controle de pelo menos 50% da capacidade produtiva instalada no país. Desde
então, elas continuam sendo as maiores empresas industriais do
setor.
Em
2005, o Brasil detinha 83% do mercado mundial de suco de laranja, sendo,
portanto, o maior exportador mundial do produto. 88% de todo o suco de laranja
produzido no mundo é consumido na Europa e na América do Norte.
O
mapa “Brasil: produção de laranja, 1999”, na página 9 do caderno do aluno,
apresenta a principal região produtora de laranja no Brasil: o interior do
Estado de São Paulo (onde tem bastante bolinhas). Entretanto, existem
também regiões produtoras importantes no Rio de Janeiro, na Bahia e no Rio
Grande do Sul.
Vamos
analisar a geografia da produção na escala estadual: observe o mapa “São
Paulo: produção de laranja, 2003”, na página 10 do caderno do aluno. São Paulo
compreende 645 municípios. Os seis maiores municípios produtores de laranja no
estado são Bebedouro, Itapetininga, Itápolis, Matão, Tambaú e Mogi-Guaçu (em
vermelho). Nenhum município litorâneo do estado figura entre os produtores de
laranja (em branco).
Produção e consumo de suco de
laranja
Observe
os três gráficos de barra “Mundo: maiores produtores de suco de laranja,
2008-2009”, “Mundo: maiores exportadores de suco de laranja, 2008-2009” e
“Mundo: maiores consumidores de suco de laranja, 2008-2009”, nas páginas 11 e
12 do caderno do aluno.
A
idéia central é comparar a situação do Brasil, do México, da União Européia e
dos Estados Unidos no que diz respeito à produção, ao consumo interno e às
exportações de suco de laranja. Nos dois primeiros casos, a maior parte da
produção é direcionada ao mercado externo. Na safra 2008-2009, o Brasil
produziu 1.240.00 toneladas de suco de laranja. Essa produção se dirige quase
que exclusivamente ao mercado externo. Em 2008-2009, o Brasil exportou
1.220.000 toneladas de suco, ou seja, quase tudo o que produziu. Isso ocorre
porque o suco de laranja industrializado é muito caro em nosso país e, por
isso, não é consumido pela maior parte das famílias. No caso dos Estados
Unidos, segundo maior produtor mundial, o consumo de suco de laranja é maior
que a produção. A maior parte da população ganha o suficiente para comprar suco
de laranja industrializado e, por isso, o consumo é muito elevado. Mesmo
sendo um grande produtor, o país precisa importar suco de laranja para
garantir o abastecimento de sua população. No caso do México, a maior parte do
suco produzido é exportada, tal como ocorre no Brasil. O mesmo acontece em
relação ao poder aquisitivo das famílias e o hábito de consumo desse produto.
Dizemos que a
cadeia produtiva do suco de laranja no Brasil é internacionalizada, pois a
produção é feita no Brasil, mas o consumo ocorre principalmente fora do país,
nos Estados Unidos, na União Européia, no Japão, no Canadá e na China.
Investigando a cadeia
produtiva da laranja
A
cadeia produtiva da laranja envolve um grande número de agentes que operam
basicamente em três estágios: antes das fazendas, nas fazendas e após as
fazendas.
O
diagrama “Brasil: cadeia produtiva da laranja, 2003” na página 14 e 15 do
caderno do aluno, ilustra esses estágios: As fazendas de produção de
laranja são consumidoras de produtos industrializados, como fertilizantes,
tratores e equipamento de irrigação, entre outros. Ao mesmo tempo, fornecem
para diversos tipos de indústria, como as de suco de laranja pasteurizado e as
de ração. A cadeia produtiva da laranja mobiliza todos os setores da economia:
o setor primário (agricultura), o setor secundário (indústria) e o setor
terciário (comércio e distribuição).
16.
A cadeia produtiva do setor automobilístico
Qual
a teia de relações que as indústrias estabelecem entre si e a diferença entre
as indústrias de bens de produção e as de bens de consumo?
Todos
os setores industriais utilizam recursos extraídos da natureza, mesmo que
esses recursos já tenham sido processados anteriormente por outra indústria. O
aço que abastece as indústrias automobilísticas, por exemplo, foi fabricado em
uma siderúrgica, que utilizou minério de ferro como matéria-prima. O petróleo,
por sua vez, é matéria-prima para os mais diversos produtos industrializados
como pneus, tintas, tubulações, brinquedos, sapatos, tecidos sintéticos,
insumos agrícolas, remédios e em todos os produtos plásticos. As indústrias de
alimentos processam produtos da agropecuária, isto é, plantas e animais.
As
cadeias produtivas não apenas conectam os diferentes setores da economia, como
também integram empresas que atuam dentro de um mesmo setor.
As
indústrias de bens de produção são aquelas que fabricam produtos
destinados ao uso de outras indústrias. Nessa categoria estão, por exemplo, as
indústrias siderúrgicas (que produzem aço), as metalúrgicas (que produzem
peças metálicas), as petroquímicas e as que produzem máquinas e equipamentos.
As indústrias
de bens de consumo são aquelas que compram produtos das indústrias de
bens de produção e com eles fabricam produtos destinados diretamente ao uso dos
consumidores finais. Automóveis, eletrodomésticos, roupas e remédios são fabricados
nessas indústrias.
A cadeia produtiva dos
automóveis
O
esquema “A cadeia produtiva dos automóveis”, na página 17 do caderno do aluno,
distingue as principais etapas dessa cadeia produtiva.
Produzindo no limite
Em
junho de 2008, diversos jornais noticiaram que a cadeia produtiva dos
automóveis no Brasil estava sendo pressionada pelo aumento da venda de carros.
Leia, na página 19 do caderno do aluno, alguns trechos de uma reportagem do
jornal Folha de São Paulo sobre o assunto. Vamos verificar por que o aumento da
venda de carros tem estressado os fornecedores que participam dessa cadeia
produtiva. Uma teia de relações e interdependência é estabelecida entre as
indústrias. O crescimento da indústria de carros repercute em um grande
número de setores industriais que atuam como fornecedores.
17.
A sedução do consumo
O
consumo e a publicidade são componentes essenciais das cadeias produtivas. O
geógrafo Milton Santos afirma que, no mundo contemporâneo, as empresas
hegemônicas produzem primeiramente o consumidor, depois os bens de consumo. A
jornalista canadense Naomi Klein, por sua vez, afirma que, desde a década de
1980, as grandes corporações mundiais deixaram de fabricar "coisas" e
passaram a produzir imagens de suas marcas, ou seja, símbolos. A produção pode
ser terceirizada, transferida para países pobres, nos quais a mão de obra é
muito mais barata. Dessa maneira, os fabricantes mais conhecidos do mundo
produzem cada vez menos: eles compram produtos e lhes imprimem suas marcas,
enquanto a publicidade se encarrega de associar essas marcas a desejos e
emoções. Em nossa sociedade, comprar não significa apenas adquirir um bem ou um
serviço, mas também pode representar status e definir a
identidade das pessoas. Será que essa é uma boa lógica? As pessoas podem ser
definidas pelas roupas que usam ou pelos carros que dirigem? Ter é mais
importante que ser? O que vocês pensam sobre isso?
Com
relação ao "consumo sustentável", é preciso lembrar que, para
fabricar e transportar qualquer tipo de produto, é preciso gastar
matérias-primas, água, energia e trabalho. Consumir sem necessidade, portanto,
significa desperdiçar todos esses recursos e contribuir para a degradação
ambiental.
Consumismo
significa consumo impulsionado pela publicidade e direcionado para a obtenção
de reconhecimento social. Consumo sustentável está orientado no sentido de minimizar
os impactos ambientais. Os custos sociais e ambientais do consumo perdulário
(esbanjador) significam desperdício do trabalho humano e dos recursos naturais.
No mundo das marcas: os
encantos da publicidade
Na
obra Sem logo: a tirania das marcas em um planeta vendido, a
escritora canadense Naomi Klein afirma que, desde a década de 1980, as grandes
corporações mundiais passaram a investir na produção de marcas associadas a um
conjunto de valores, estilos de vida, idéias e conceitos.
As
campanhas publicitárias associam uma determinada marca a liberdade, bem-estar
físico e vida saudável, harmonia familiar, status e
reconhecimento social, segurança financeira, elegância e felicidade, utilizando
roteiros, trilhas sonoras, características das pessoas contratadas (anônimas
ou famosas), uso de seqüências de figuras relacionadas ao esporte, ao lazer e à
viagens, por exemplo.
A maior parte
das estratégias publicitárias busca associar marcas e produtos a um determinado
estilo de vida e a um conceito. Nos comerciais de margarina, as famílias são
sempre harmoniosas e felizes; a publicidade de carros muitas vezes recorre à
idéia de liberdade, e, outras vezes, à ideia de status social. Muitas das
estratégias publicitárias procuram associar um produto a uma idéia. Assim, tal
produto "conecta as pessoas", enquanto outro "torna a vida mais
leve". Uma rede de supermercado se anuncia como "lugar de gente
feliz", associando diretamente consumo e felicidade. No caso da
publicidade destinada a crianças, as mensagens também são explícitas. Por
exemplo, o consumo de determinados produtos alimentares é associado ao
aumento da força física e da vitalidade, ou ainda ao sucesso no ambiente
escolar.
Consumo, descarte e riqueza
Para
finalizar, vamos ler o texto “Consumo, descarte e riqueza” na página 22 do
caderno do aluno.
meus parabéns,diante de tanta sabedoria ficamos sem palavras pra elogios.
ResponderExcluirParabéns pelo seu trabalho, muito ajudou em relação ao Currículo da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, por favor, vc não tem esses textos de apoio referente as outras series, principalmente do ensino fundamental? Se tiver, por favor se for possível, envie para o meu e-mail.( silva_fogaca@ig.com.br).
ResponderExcluirMuito obrigado e que Deus abençoe muito sua vida.
voce e o FOGAÇA que faz MASTER CHEF JUNIOR
ExcluirNão
ExcluirDesculpe, eu encontrei o que queria, mais uma vez agradeço. Abraço.
ResponderExcluirParabéns pelo seu trabalho, muito ajudou em relação ao Currículo da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, por favor, vc não tem esses textos de apoio referente as outras series, principalmente do ensino fundamental? Se tiver, por favor se for possível, envie para o meu e-mail.( silva_fogaca@ig.com.br).
ResponderExcluirMuito obrigado e que Deus abençoe muito sua vida.
muito bom me ajudou muito no meu trabalho escola perfeito muito bem feito e tambem muito bem sucedido todos que participaram e ajudaram a fazer esse perfeito trabalho estao de parabens eu adorei de mais perfeito amei
ResponderExcluirQue eu saiba não tem 4 Bimestre não, e não tem porra nenhuma q eu estudo
ResponderExcluiroi bom dia gostaria de saber sobre os impactos da natureza vindo da açao humana e das chuvas ventos e co o passar do tempo se possivel me ajudar obrigado
ExcluirComo não tem o quarto bimestre??é se não tem os assuntos que você estuda pesquise mais pq não sou obrigado a colocar o que você estuda e sim o que eu trabalho
ExcluirComo não tem o quarto bimestre??é se não tem os assuntos que você estuda pesquise mais pq não sou obrigado a colocar o que você estuda e sim o que eu trabalho
Excluirboca suja
ResponderExcluirboca suja
ResponderExcluirEntender porra nenhumaaaa
ResponderExcluirTexto importante para debater com os,alunos a longo prazo
ResponderExcluirVou escrever isso tudo
ResponderExcluirMeu deus tendi foi nada
ResponderExcluirProfessora não entendi nada
ResponderExcluirProfessora eu não eu não entedi nada
ResponderExcluirAfff
ResponderExcluirParabéns pelo riquíssimo material postado.
ResponderExcluirOlá, administrador do blog, só quero deixar esta mensagem aqui no seu blog para que todos saibam sobre um apoio financeiro que o sr. pedro me oferece durante a época de covid-19, porque aquela época foi realmente ruim e difícil para mim após o bloqueio do país i quase perdi meu negócio antes de pedro jerome, um agente de crédito que me ajudou com um empréstimo à taxa de 2 em troca de financiar meu negócio. Estou muito grato e mostrando gratidão ao seu apoio vai testemunhar o quão grato sou ao seu serviço e Depois de visitar o escritório deles em meu local, eu sabia que ele era um bom homem com um coração duro. Gostaria que qualquer pessoa aqui com problemas financeiros entrasse em contato com o Sr. pedro jerome em seu e-mail pedroloanss@gmaill.com whatsapp text + 1-863-231-0632. e ele o ajudará com qualquer tipo de empréstimo, empréstimo residencial, empréstimo de carro, empréstimo para construção, empréstimo comercial, empréstimo pessoal, desde que você seja honesto o suficiente para ter um retorno.
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