1º BIMESTRE
1. O meio natural:
o contexto do senhor dos ventos
Vamos compreender a
produção do espaço mundial como um processo econômico e político na escala da
longa duração. A idéia de mundo mudou ao longo de séculos, de acordo com as
características sociais e políticas de cada sociedade e do acúmulo de
conhecimentos científicos e tecnológicos produzidos em diferentes épocas. Mas é
difícil imaginar como os antigos representavam o planeta Terra. Então, um
primeiro passo é relacionar as formas de representação da Terra com a
cosmovisão (como era a situação, universo) do homem medieval.
Na Idade Média,
foram produzidos muitos mapas, mas quase todos dominados pelo sentido cristão
do sobrenatural.
Os mais famosos,
conhecidos como mapas T-O, representavam o mundo habitado como um disco chato
(“O”), centrado em Jerusalém. A divisão entre os três continentes
conhecidos (Europa, Ásia e África) era representada por meio de cursos d’água,
que formavam o “T”. Um exemplo é o “Mapa-mundi de Sallustio, século IV”, na
página 3 no caderno do aluno.
A figura “Conceito
cosmográfico de geógrafo cristão, século XI” na mesma página é um exemplo da
cosmovisão dos sábios medievais de inspiração aristotélica e bíblica, ordenada
em esferas, tendo a Terra no centro do mundo e em volta dela a água e em volta
da água o ar, demonstrando perfeito equilíbrio e simetria que somente a criação
divina seria capaz de produzir. Essa cosmovisão também está na descrição do mundo
feita pelo suíço Joaquim Vadiano, em 1515:
“Como
se ela fosse uma espécie de torrão, do qual uma parte emerge do oceano muito
vasto e que, com a água sob a qual ela em parte se esconde e donde uma parte
ela emerge, constitui uma única rotundidade (redondo).”
Fonte: Joachim Vadianus (1515) apud RANDLES, W.
G. L.
Da Terra plana ao globo terrestre. Lisboa:
Gradiva, 1990. p. 60.
|
A “Carta de
Ebstorf, Gervásio de Tilbury, 1284”, na página 5 no caderno do aluno, com
quatro metros de altura e uma impressionante riqueza de detalhes, representa o
mundo como o corpo de Cristo, cuja cabeça, mãos e pés ultrapassam as margens
circulares da moldura, rica em pormenores acerca de passagens bíblicas e de
representações de terras mais distantes, como a África.
As visões de mundo
analisadas refletem as tecnologias disponíveis para o conhecimento e a
representação do planeta em cada momento da História e o contexto cultural no
qual foram produzidas. Assim, a história da cartografia é também a história de
como a humanidade refletiu sobre as características do mundo e de si mesma, em
tempos sociais diferentes.
As cartas de navegação e a leitura do
rumo dos ventos
As condições
técnicas da época propiciaram uma visão do mundo em esferas, sendo a Terra uma
única massa rochosa cercada pelo Oceano Atlântico. Durante três séculos, a
humanidade conviveu com outro tipo de conhecimento cartográfico, que produziu
as chamadas Cartas Portulanas. Elas eram conhecidas para fins práticos de
navegação e representavam, mais ou menos, os mesmos elementos: o Mar
Mediterrâneo e o Mar Negro, com grande grau de precisão, e parte do Oceano
Atlântico até a Irlanda. As cartas portulanas indicavam, com precisão, o rumo
dos ventos, as linhas paralelas próximas ao Equador, os portos, os cabos e as
enseadas.
Diferente do mundo
imaginário dos eclesiásticos (padres, sacerdote, membros da igreja), as cartas
portulanas foram baseadas em medições feitas com o astrolábio, um instrumento
utilizado pelos astrônomos para indicar a posição dos astros no céu e calculava
as medidas angulares de objetos usando astros visíveis no céu como principal
referência.
A façanha de Colombo
Até agora, vocês
compararam as diferentes visões de mundo coexistentes no século XV.
Um bom exemplo da
utilização das forças da natureza a favor dos objetivos humanos, como se
caracteriza o período das expansões marítimas foi a travessia do Atlântico por
Cristóvão Colombo. Antes da viagem de Colombo, os europeus imaginavam que o
mundo era formado por três partes: Europa, Ásia e África.
Até a invenção do
navio a vapor, a navegação oceânica dependia fundamentalmente da direção dos
ventos e das correntes marinhas. Por isso, os padrões de circulação geral da
atmosfera, para os grandes navegadores dos séculos XV, XVI e XVII, foram muito
importantes.
A figura “Padrão
geral de circulação da atmosfera”, na página 7 do caderno do aluno, destaca os
ventos alísios de nordeste e sudeste e os ventos de oeste (lado direito).
Como os navegadores
europeus, tais como Colombo, puderam alcançar a América e depois regressar à
Europa, sendo que os ventos que sopravam a favor e ajudavam a mover os barcos
na ida eram ventos contrários na volta? Os navegadores não retornavam pelo
mesmo caminho! Era preciso encontrar uma rota favorável para a volta, diferente
do caminho que havia sido utilizado na ida. A esquadra de Colombo utilizou-se
dos ventos alísios de nordeste para tomar o rumo das Américas e os ventos de
oeste para retornar à Europa.
Os ventos alísios
de Nordeste e Sudeste são resultantes da influência do movimento de rotação,
que move a Terra de oeste para leste. A “Rota da primeira viagem de Cristóvão
Colombo”, na página 8 do caderno do aluno, mostra o percurso e percebemos que
ele tirou proveito da direção dos ventos e das correntes marítimas. O referido
navegador utilizou-se dos conhecimentos náuticos de sua época e adotou os
procedimentos técnicos das cartas portulanas para a navegação em alto-mar.
Por isso, Cristóvão ficou conhecido como “senhor dos ventos”, por causa de
seu conhecimento sobre os ventos alísios e de oeste, que o auxiliaram a traçar
a melhor rota para a sua primeira expedição.
Globalização em tempo de expansão
marítima: as vantagens comparativas da Espanha e de Portugal
Para finalizar o
estudo da Geografia do período das grandes navegações, vamos analisar o mapa
“Territórios coloniais portugueses e espanhóis, século XVIII”, na página 9 do
caderno do aluno. A Espanha e Portugal ocuparam as maiores extensões
territoriais por apresentarem condições políticas favoráveis à realização da expansão
ultramarina (unificação da nação em torno do rei, o maior financiador das
expedições marítimas) e acumularem conhecimentos preciosos dos “segredos do
mar” (domínio que esses países exerciam sobre as técnicas de navegação). Outro
fator importante foi sua posição geográfica, que favoreceu as grandes
navegações desses países.
2. O meio técnico:
a força das máquinas na produção e na circulação
O meio técnico é
produto da Revolução Industrial. Embora as técnicas sejam quase tão antigas
quanto a humanidade, apenas no final do século XVIII, com a emergência da
indústria, a capacidade produtiva humana tornou-se suficiente para transformar
extensa e profundamente a superfície terrestre.
A Revolução
Industrial representou a substituição do uso da energia humana ou animal pela
energia mecânica nos processos de produção de artefatos. A combustão do carvão
mineral e a máquina a vapor expandiram a capacidade produtiva humana e
inauguraram a era industrial. As ferrovias e os navios a vapor promoveram uma
revolução nos meios de transporte, desencadeando um crescimento inédito do
comércio internacional.
Os ciclos iniciais
da era industrial abriram as portas para a formação da economia-mundo, ou seja,
para a incorporação de todos os povos e continentes nos fluxos mercantis e
circuitos de investimentos centralizados pelas potências industriais. Foi então
que o imperialismo (política de expansão e domínio territorial e/ou econômico
de uma nação sobre outras) — anexando novas áreas coloniais na África e na Ásia
e influenciando fortemente regiões da América Latina — criou um verdadeiro
mercado de dimensões planetárias e uma nova divisão internacional do trabalho.
O traçado das
ferrovias ilumina uma das características essenciais da Geografia produzida
pelo imperialismo. Nos países industrializados da Europa, foram construídos
troncos principais complementados por uma densa rede de trilhos que se espalham
em todas as direções, facilitando o transporte no interior do território e
unificando o mercado interno. Nos Estados Unidos, os grandes ramais
ferroviários cortaram transversalmente o território e ajudaram a conquistar e
integrar o oeste agrícola ao nordeste industrial.
Contudo, na África,
Ásia e América Latina, as ferrovias nasceram para ligar as regiões produtoras
de matérias-primas aos portos exportadores. A configuração da rede ferroviária
da África, no século XIX, serve de espelho para compreender a organização do
espaço produzida pelo imperialismo: o mercado externo funcionava como principal
motor da economia e as redes de transporte, em vez de integrar, fragmentavam os
espaços nacionais.
Para analisar esse
novo contexto, vamos articular diferentes paisagens características do meio
técnico, por meio da leitura de textos, fotografia e mapas.
Nas imagens
“Litografia do século XIX representando a área industrial de Sheffield, cidade
ao norte da Inglaterra” e “Gravura do século XIX representando fábrica têxtil
do empresário Titus Salt, na cidade de Bradford, no norte da Inglaterra” da
página 13 do caderno do aluno, identificamos evidências do impacto da atividade
industrial na produção do espaço geográfico. As características ambientais de
uma típica cidade industrial do século XIX, tais como insalubridade (nocivo à
saúde, não saudável) e poluição, alteram profundamente a qualidade de vida de
seus habitantes, as condições ambientais da cidade e a vida cotidiana com a
instalação de indústrias.
O impacto da Revolução Industrial no
mundo
A Revolução
Industrial gerou impactos na produção do espaço mundial. O surgimento da
indústria é uma revolução não somente técnica, mas social e econômica, porque
transformou completamente o mundo em um sistema técnico único e integrado.
Surgiram os navios
a vapor e as ferrovias, que tornaram as viagens inter e intracontinentais
(intercontinentais quer dizer para outros continentes e intracontinentais, no
mesmo continente) muito mais rápidas e seguras e possibilitaram a ampliação dos
fluxos de mercadorias e de pessoas entre os países.
A indústria
provocou um impacto local e global: aos poucos destruiu as antigas corporações
de artesão e reforçou a divisão internacional do trabalho entre países
industriais e os fornecedores de matéria-prima. Os textos 1 e 2 de Raul Borges
Guimarães, na página 14 do caderno do aluno, explicam esse momento.
O meio técnico e o encurtamento das
distâncias
Os
mapas “África: político” e “Europa: político” nas páginas 16 e 17 do caderno do
aluno apresentam a malha ferroviária da África e da Europa. A distribuição das
ferrovias pelos continentes, relacionando com a organização do espaço com as
características do período do meio técnico, evidencia:
- a malha ferroviária da Europa (mais
densa) unificava seus mercados internos, servindo principalmente aos mercados
do próprio continente;
- o espaço ferroviário da África (com
poucas ferrovias) tinha como estratégia colonial, o favorecimento da exploração
dos recursos da colônia, conectando as regiões produtoras de matérias-primas
agrícolas e minerais – no interior – até os portos de exportação – no litoral
–, não articulando os mercados internos do continente;
- o mesmo acontece com as malhas
ferroviárias dos Estados Unidos (que tem o caso semelhante ao da Europa) e
América do Sul (semelhante à África).
3. O meio
técnico-científico e a inclusão no mundo digital
As
revoluções tecnocientífica e informacional se desenvolveram a partir da década
de 70. Os extraordinários avanços nas técnicas de armazenamento e processamento
de informações foram potencializados pelas redes digitais, cabos de fibra ótica
e satélites de comunicações. Da mesma forma, devemos considerar o novo ciclo de
inovações (cujos fundamentos repousam sobre a “revolução da informação”), os
avanços da biotecnologia, a automatização e a robotização dos processos
produtivos, a descoberta de novos materiais e de novas tecnologias de geração
de energia.
Podemos relacionar
essas mudanças ao ciclo de inovações que envolveram outros campos, assentados
sobre a aplicação da ciência às tecnologias de produção. É o que ocorre com a
química fina (área de pesquisa e fabricação de novos medicamentos), com a
biotecnologia e suas aplicações na medicina e na agricultura, com a robótica e
com a automação industrial, que tem se intensificado. Também podemos relacionar
tais processos com a difusão de mercadorias nascidas dessas tecnologias nas
indústrias tradicionais, reinventando seus produtos e processos de produção. Ou
com a disseminação da informática no setor financeiro, na indústria, nos
sistemas de administração pública e privada, nos serviços de transportes, na saúde
e na educação.
Vivemos em um mundo
no qual o ciberespaço (ou espaço virtual) está em toda parte. Praticamente
todas as pessoas estão envolvidas, num certo grau, com o espaço virtual. Apesar
do crescimento exponencial da internet, a distribuição de seus usuários ainda é
muito desigual. Metade deles está concentrada em países da Europa, nos Estados
Unidos e no Canadá, como observamos no gráfico “Mundo: crescimento do uso de
internet, 2000-2006”, na página 21 do caderno do aluno. No Brasil, o uso da
internet é mais disseminado nos estados do centro-sul: Mato Grosso, Espírito
Santo, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, onde apresentam o
maior percentual de uso da internet (“Brasil: uso da internet, 2005”, na
página 20 do caderno do aluno).
Hoje, o ciberespaço
transformou-se em um grande negócio. Os programas de busca fazem sucesso entre
os internautas porque é difícil encontrar as informações e navegar pela
internet, uma vez que existem milhões de páginas para serem visitadas pelos
usuários. As diferenças entre os navegadores da internet e os navegadores dos
mares são grandes. Por exemplo, Enquanto o navegador genovês Cristóvão Colombo
era financiado pelos reis da Espanha, os criadores de programas de busca da
internet são jovens estudantes de universidades norte-americanas.
Este novo mundo
virtual, o ciberespaço, é capaz de interligar diferentes pontos do planeta
quase instantaneamente, e tem representado a intensidade dos fluxos de idéias e
de informações que atravessam o planeta. A @ (arroba) ou www (world wide web,
ou rede de alcance mundial, numa tradução livre para o português) são formas de
representação do ciberespaço.
O significado das redes de informação
Vamos retomar uma
comparação do meio técnico do período industrial com as características do
período atual, denominado de meio tecnocientífico informacional.
O meio técnico do
período industrial caracterizava-se pelo predomínio da indústria e da
transferência de matéria por meio de redes de transportes como ferrovias e
rodovias. O meio tecnocientífico informacional do período atual caracteriza-se
pelo predomínio das finanças e da transferência de capitais e informações por
meio de redes de comunicações de alta tecnologia. Enquanto as redes de
comunicações do meio técnico industrial eram sistemas de rádio, telefonia e
televisão analógicos, com transmissão separada de palavras, sons e imagens, as
redes de comunicações nascidas com a informática, nos dias atuais, transferem
“pacotes digitais” de informação que são interpretados como texto, som ou
imagem.
A tecnologia de
compressão digital proporciona, hoje, o aumento assombroso da velocidade e da
quantidade de informação transmitida, além da convergência de diferentes tipos
de mídia. Em função de tais características, os países que detêm o
desenvolvimento científico e tecnológico desse tipo de produto tornaram-se
extremamente poderosos e apresentam vantagens comparativas que os tornam cada
vez mais ricos aumentando o “abismo tecnológico” que separa os países e regiões
prósperos dos países e regiões pobres.
Vamos
analisar, criticamente, o surgimento desta nova dimensão de espaço, o virtual,
ou o novo sentido da própria idéia de “navegação”.
O vocabulário dos
usuários da internet é repleto de imagens que fazem referência ao mar, como por
exemplo, navegar pela rede mundial, navegador da internet, a ação dos piratas
da internet, dentre outras. O sentido da metáfora é claro. Mais de 250 milhões
de internautas do mundo inteiro buscam descobrir sites nunca antes visitados. E
navegar na internet tornou-se uma tarefa similar ao de se procurar “agulhas
perdidas no palheiro”. Se em 1995 havia 10 milhões de páginas na internet, em
2006 o número ultrapassou a incrível marca de 100 milhões! Para ser mais exato,
em 2006 eram 101,4 milhões de páginas, das quais 27 milhões entraram no ar
somente naquele ano, criando uma espécie de planeta virtual, onde as pessoas (a
sociedade da informação) se relacionam virtualmente, por meios eletrônicos.
No mundo
contemporâneo, as tecnologias de informação são parte cada vez mais importante
do cotidiano das empresas e das pessoas. Por exemplo, na gestão empresarial, no
comércio e na vida cotidiana, as pessoas usam os programas de computador para
se conectar com amigos e familiares.
4. Análise crítica
do processo de globalização contemporânea (uso do vídeo)
O foco desse
capítulo será estudar os efeitos da globalização e da integração dos mercados
mundiais em um país africano, por meio de um documentário que mostra os efeitos
do ingresso das roupas de segunda mão sobre a indústria têxtil de um país
africano.
A intensificação
dos fluxos comerciais entre os países é uma das características do processo de
globalização. Esse processo pode ter efeitos perversos sobre os mercados
locais, principalmente nos países mais pobres, o que pode resultar
desigualdades internacionais no processo.
Nem sempre a “ajuda
internacional” contribui para a melhoria da qualidade de vida das pessoas.
Melhor seria apresentar alternativas de ajuda, mais eficazes, como o
compartilhamento de tecnologias agrícolas e industriais que pudessem, de fato,
incrementar o sistema produtivo dos países mais pobres do planeta. Atitudes
solidárias são fundamentais, mas é necessário um estudo criterioso para que
essas ações apresentem resultados efetivos de inclusão social.
Vamos assistir ao
filme “Camisetas viajando” e depois trabalhar com as situações propostas no
caderno do aluno, nas páginas 27 e 28.
2º BIMESTRE
5. As fontes e as
formas de energia: a fonte energética da vida
A
energia do Sol é a fonte principal da vida na Terra. É a partir dessa energia
que se realiza a fotossíntese, processo responsável pela fixação do gás
carbônico (dióxido do carbono), um dos gases que resultam da queima dos combustíveis.
É
ainda a fotossíntese o processo que alimenta, direta ou indiretamente, a
produção das fontes de energia que utilizamos, tais como o gás natural, o
petróleo e o carvão natural, além de garantir a produtividade de todo o
planeta. Para refletir a respeito dos fluxos naturais de energia, vamos
analisar a formação e distribuição da biomassa (qualquer matéria de origem
vegetal, utilizada como fonte de energia) pelo planeta. Vamos focar a análise
no ciclo do carbono e do nitrogênio, que não existiriam sem a energia solar. Os
combustíveis fósseis, largamente utilizados nos dias de hoje, como o carvão
mineral e o petróleo, são vistos como biomassa produzida pela fotossíntese
realizada no passado da Terra e depositada no subsolo.
A
energia solar é muito importante. Quase 99% da energia que flui até a
superfície terrestre é resultado da radiação solar (o calor procedente do
centro do planeta e as forças gravitacionais do Sol e da Lua completam o
restante). Sem ela, o oceano se congelaria e a temperatura na superfície
terrestre seria inferior a 200°C negativos. O aquecimento do solo
pela energia solar e a troca de calor entre a superfície aquecida e a
atmosfera, coloca o ar em movimento e mantém a circulação geral da atmosfera, o
ciclo da água, o ciclo do carbono e do nitrogênio. É a luz solar que sustenta a
cadeia alimentar no planeta por meio da fotossíntese.
Na
fotossíntese, grandes quantidades de CO2 presentes na
atmosfera são absorvidas continuamente. Nas florestas, por exemplo, as árvores
precisam de uma quantidade grande de carbono para crescer, e acabam
“seqüestrando” este elemento do CO2 atmosférico.
Durante a história da Terra, esse processo natural ajudou a diminuir a
quantidade de CO2 na atmosfera, o que explica porque
o plantio de árvores é fundamental para reduzir os poluentes atmosféricos.
Quais
as implicações do fenômeno observado (fotossíntese) na composição da atmosfera
e na distribuição da vida na superfície terrestre?
A fotossíntese
permite retirar da atmosfera o gás carbônico, um dos gases que concorrem para o
aquecimento global. A luz solar ilumina as diferentes regiões do planeta, mas
as condições de iluminação não são homogêneas (iguais) na superfície terrestre.
Ou seja, existem regiões mais iluminadas ao longo do ano (faixa equatorial) e
outras menos iluminadas (região polar), o que acaba interferindo na
produtividade de cada região. Como a fotossíntese fornece as substâncias e a
energia que as plantas precisam para crescer, há uma relação da fotossíntese
com a produção da biomassa: as formações mais produtivas de biomassa ocorrem em
condições mais adequadas de realização da fotossíntese, ou seja, nas regiões
mais iluminadas, como os mangues tropicais e as florestas equatoriais. A zona
tropical é a mais produtiva e a zona polar a menos produtiva. Essa distribuição
é explicada pela importância da luz solar na produção da biomassa. As áreas
mais próximas do Equador estão expostas à luz solar durante maior número de
horas por ano, enquanto na proximidade dos pólos, no período de inverno, os
dias são mais curtos do que as noites. Outro fator importante é a inclinação
com que a luz solar alcança as diferentes zonas da Terra, não atingindo na
mesma intensidade o solo polar e o tropical, porque é refletida em grande parte
para o universo.
Porém,
para o desenvolvimento das plantas, também é fundamental a disponibilidade de
água. Dessa forma, o ambiente poderá estar localizado na zona tropical, mas não
ser muito produtivo em termos de desenvolvimento de biomassa, como se verifica
nos desertos e savanas.
Algumas
culturas agrícolas são mais produtivas em termos de desenvolvimento de
biomassa, como um canavial. Em termos de toneladas de biomassa por hectare ano,
um campo irrigado de cana-de-açúcar produz 1,5 mais matéria vegetal do que uma
floresta tropical úmida. Apesar dessa produtividade, os canaviais têm
constituído um problema ambiental, uma vez que, na época da colheita, são
efetuadas queimadas, que transformam parte da celulose em CO2, devolvendo à atmosfera o carbono que havia sido capturado durante o
crescimento da plantação.
O seqüestro de carbono
“Seqüestro
de carbono” é uma expressão que ganhou visibilidade a partir da Conferência de
Kyoto (cidade japonesa), em 1997, quando se estabeleceram metas para a
contenção do acúmulo de CO2 na atmosfera.
Esse processo é muito antigo, o que permitiu o desenvolvimento da vida no
planeta por meio de mecanismos de equilíbrio e conservação de estoques de
carbono nos solos, florestas e outros tipos de vegetação. Afinal, na
fotossíntese, as plantas liberam oxigênio e consomem dióxido de carbono para
produzir a celulose. Quando a lenha é queimada, a celulose é convertida
novamente em CO2 e água. É por isso que a
intervenção humana, em alguns ambientes naturais, podem ser muito mais danosas
para o equilíbrio energético do planeta, e o estudo desses ambientes é uma
forma de compreender melhor os fluxos naturais de energia.
O
Programa Biológico Internacional, com o apoio da UNESCO, tem o objetivo de
calcular a quantidade de matéria orgânica (biomassa) produzida nos diferentes
ambientes terrestres. Para isso, foi estabelecida uma unidade de medida da
produtividade primária líquida (PPL) da biomassa por meio de uma taxa da quantidade
de matéria orgânica produzida por hectare. A taxa de PPL, como é chamada, é um
cálculo indireto do seqüestro de carbono.
A produção primária nos diferentes
ambientes
Como vimos, as
plantas precisam realizar fotossíntese para crescer, e quando crescem, produzem
biomassa. São chamadas de produtores primários porque formam a base de todas as
cadeias alimentares. Por esta razão, a energia produzida pela fotossíntese é
chamada de produção primária. A produção primária pode ser medida pelas trocas gasosas
que as plantas realizam e também pelo seu crescimento (biomassa).
Os ciclos do carbono e do nitrogênio
e a formação de recursos energéticos
Assim
como o ciclo da água tem sido amplamente estudado na escola, os ciclos do
carbono e do nitrogênio também são importantes para compreender a dinâmica da
natureza e os impactos ambientais provocados pela exploração de recursos
energéticos.
Observe
o fluxograma “O ciclo do nitrogênio” na página 7 do caderno do aluno. Os
fluxogramas, que são representações gráficas, estabelecem, sinteticamente,
conexões entre os elementos de um sistema. Qualquer que seja o ponto de partida
do diagrama (por exemplo, nesse do ciclo do nitrogênio, os elementos são a
água, o solo, as plantas, os animais ou a atmosfera), descreve os caminhos
possíveis do nitrogênio. A intervenção humana no ciclo do nitrogênio está
provocando profundas alterações no ambiente, principalmente com a introdução de
fertilizantes artificiais, que poluem o solo, o ar e os recursos hídricos. O
nitrogênio representa um papel importante na manutenção da vida, pois ele é
importante na constituição das proteínas. As plantas não conseguem absorver o
nitrogênio diretamente da atmosfera. Elas absorvem o nitrogênio dos nutrientes
do solo, na forma de nitratos e sais de amônia. Por isso, a agricultura moderna
introduz, no solo agrícola, fertilizantes artificiais ricos em nitratos.
Mas o excesso de nitrogênio no solo é eliminado pelas chuvas, atingindo os
rios. O excesso de nitrato, em lagos e represas, provoca a proliferação de
plantas aquáticas, o que demonstra um desequilíbrio.
Leia
sobre “O ciclo do carbono” na página 8 do caderno do aluno. O desenvolvimento
da pecuária é outro processo de acirramento da emissão de carbono na atmosfera.
No Brasil, a maior parte das emissões de carbono do país é proveniente do
desmatamento da Amazônia, que precisa ser controlado de maneira mais firme.
6. Matrizes
energéticas: da lenha ao átomo
O uso das fontes
energéticas possui história própria. A energia cinética dos ventos, por
exemplo, é uma fonte muito antiga. Ela começou a ser utilizada nos primeiros
séculos da nossa era, principalmente nos Países Baixos (Holanda, Luxemburgo) e
na Europa Ocidental, para a moagem de grãos, nas serrarias dos estaleiros
(lugar onde se constroem e consertam navios) e nas bombas para secagem dos
pôlderes. A força do vento também era utilizada para movimentar embarcações e
bombear água para irrigação havia muitos séculos.
O uso do carvão
mineral, por sua vez, ganhou impulso a partir da segunda metade do século
XVIII, transformando completamente a matriz energética mundial. O crescimento
das cidades e da atividade industrial levou ao aumento do consumo do carvão
mineral, expandindo consideravelmente o uso da energia.
Hoje parece natural
o uso do petróleo e da eletricidade gerada pelas turbinas das hidrelétricas e
termelétricas; a história dessas fontes energéticas, cujo uso é muito mais
recente, não teria sido possível sem o desenvolvimento científico e tecnológico
do século XX. A matriz energética, com base na eletricidade, ganhou impulso
ainda maior após a Segunda Guerra Mundial, quando a energia nuclear passou a
ser utilizada como recurso adicional.
Por um longo
período da história da humanidade, a única forma de energia utilizada pelo
homem foi sua própria força muscular. Com a descoberta do fogo, há
aproximadamente 100 mil anos, a madeira passou a ser o principal recurso
energético explorado pelo homem. O uso de bois, búfalos, cavalos ou camelos no
transporte e nos trabalhos da lavoura, na moagem de grãos e no bombeamento de
água também foi uma das principais fontes de energia durante séculos. Apesar da
enorme inovação tecnológica no campo da produção de energia, a madeira e a
tração animal ainda são as únicas fontes de energia para a maior parte da
humanidade. A madeira representa 15% da energia consumida no mundo. Esta ainda
é a fonte para mais da metade da população mundial. Em alguns países a queima
da lenha representa cerca de 90% do combustível utilizado.
As fontes de
energia que nós utilizamos durante um dia comum da semana são eletricidade, os
combustíveis fósseis e a própria força motriz para se movimentar a pé
ou realizar atividades domésticas, como varrer calçadas, carregar compras de
supermercado etc. Mas hoje, cerca de 2 bilhões de pessoas ainda não
têm acesso à energia elétrica. Como essas pessoas preparam seus alimentos e se
protegem do frio? Usam a madeira como combustível, uma vez que essa é uma
prática ainda comum nas famílias brasileiras mais pobres ou fez parte
da história de nossos pais ou avós.
O consumo mundial de energia
O consumo mundial
de energia é crescente. Observe o gráfico “Consumo de energia por habitante nos
diferentes estágios de desenvolvimento da humanidade” na página 10 do caderno
do aluno; o crescimento de consumo diário cresceu muito com o advento da tecnologia.
A quantidade de energia utilizada atualmente é 30 vezes maior que antes do
início da Revolução Industrial, no século XVIII. E o consumo não pára de
crescer. As áreas urbanas e industriais, onde há intenso consumo de
combustíveis fósseis, apresentam fluxo anual de energia, em quilocalorias por
metro quadrado, cem vezes maior que o de ecossistemas naturais como estuários,
recifes de corais e florestas tropicais. Calcula-se que até 2050,
a humanidade estará empregando aproximadamente a mesma quantidade de
energia consumida por todos os seres vivos juntos
O consumo de
energia nas moradias e comércio perde importância para o consumo da indústria,
agricultura e transportes. O crescimento do consumo de energia foi gradual e
foram atividades produtivas que provocaram esse aumento. Apesar do crescimento
acelerado do consumo de energia no mundo, a distribuição da energia entre os
países é muito desigual.
A crise do petróleo
Desde a Revolução
Industrial, os combustíveis fósseis passaram a ser utilizados maciçamente,
sobretudo o carvão mineral. Após a Segunda Guerra Mundial, ocorreram novas
transformações na matriz energética mundial. Primeiro, o petróleo foi ganhando
maior importância e, mais recentemente, ocorreu um aumento significativo do
consumo de gás natural, considerado uma alternativa para a diminuição da
dependência em relação ao petróleo.
No gráfico
“Produção mundial de energia, por fonte (2006)” na página 14 do caderno do
aluno, os combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás) representam, juntos,
quase 81% das fontes de energia consumidas no mundo. Quais as
implicações de tal fato?
- A poluição ambiental: o consumo
dessas fontes provoca o lançando na atmosfera dos gases que provocam o efeito
estufa;
- O problema das reservas
existentes: como se trata de uma espécie de energia solar armazenada,
produto da fotossíntese realizada há milhões de anos, os combustíveis fósseis
são recursos naturais não-renováveis (ou seja, podem acabar).
Vamos
analisar dados a respeito da distribuição das reservas existentes de petróleo
no mundo. Nesse caso, é preciso diferenciar reservas, cuja magnitude (grandeza)
é conhecida, de recursos, cuja magnitude só pode ser estimada porque
ainda falta iniciar a prospecção. Prospecção é a forma de avaliar a produtividade
de determinado campo petrolífero. Para os especialistas no assunto, os recursos
petrolíferos mundiais são em torno de 300 bilhões de toneladas. Até o momento,
foram extraídos cerca de 90 bilhões de toneladas, restando uma reserva
aproximada de 210 bilhões. É evidente que, com o aumento do preço do barril do
petróleo e o desenvolvimento tecnológico, tem sido possível rever esses
números, com o aproveitamento cada vez maior de reservas até então consideradas
inacessíveis ou inviáveis economicamente. A disponibilidade do petróleo envolve
também um componente político, uma vez que os recursos estão desigualmente
distribuídos pelos países.
Se
observarmos a figura “Principais regiões de produção e consumo de petróleo no
mundo (em milhões de barris por dia), 2008” na página 15 do caderno
do aluno, identificamos que os principais produtores de petróleo do mundo estão
localizados no Oriente Médio, seguido da América do Norte (Canadá, Estados
Unidos e México), dos países da ex-URSS e do leste Europeu. A maior parte das
reservas petrolíferas dos países mais ricos (Estados Unidos e Europa) já foi
consumida, gerando dependência externa do produto. Até o final da década de
1960, o mundo não conhecia o problema da crise energética, pois havia oferta de
recursos energéticos em abundância; a alta do preço do petróleo nos anos 70
alterou completamente esse cenário. Nos últimos 30 anos, entraram na agenda
política dos países a substituição do petróleo por outras fontes de energia e a
implantação de programas de uso racional de energia.
No
Brasil, podemos dividir a evolução do consumo e produção do petróleo em três
períodos distintos: de 1970 a 1979, de 1980 a 1994, e
de 1995 a 2006. Na década de1970, a produção nacional manteve-se
estável, apesar do crescimento acelerado no consumo do petróleo. Em 1973 e
1979, ocorreram fortes elevações no preço do barril do petróleo, o que provocou
uma inversão do consumo no período seguinte. Somente a partir da segunda metade
da década de 1990 o consumo tornou a subir, só que, desta vez, acompanhado pelo
crescimento da produção nacional de petróleo. De acordo com essa série
histórica, o País caminha para a auto-suficiência no petróleo. O crescimento da
produção nacional está associado ao desenvolvimento tecnológico da Petrobras
para explorar reservas até então inacessíveis em águas profundas do oceano.
Essas bacias petrolíferas têm se mostrado bastante produtivas.
7. Perspectivas
energéticas: potencial e limitações de energias renováveis
A
energia eólica (dos ventos) e a energia solar, fontes energéticas limpas e
renováveis, são as formas de geração de eletricidade com as maiores taxas de
crescimento de uso no planeta. Grandes fazendas eólicas podem ser encontradas
nos Estados Unidos, Alemanha, Dinamarca e Espanha, que lideram a produção de
energia por esse meio. Como os custos de instalação ainda são elevados, os
principais produtores de energia solar são a França e os Estados Unidos. Aos
poucos, as tecnologias construtivas estão incorporando novos princípios que
diminuem enormemente o impacto ambiental, e a adaptação das casas ao uso de
novas fontes de energia já é uma realidade.
As dificuldades
para a difusão dessa tecnologia nos países mais pobres são:
- a necessidade
de investimentos em tecnologia e;
- a renda baixa das
famílias para pagar pelo benefício. Como os países mais ricos são os maiores
consumidores de energia, já há um mercado disposto a pagar pelas melhorias. Em
países mais pobres, esse mercado terá de ser ampliado para tornar viável
economicamente a mudança.
Uso da energia
eólica e solar
As
energias eólica e solar são as duas fontes alternativas com
mais possibilidade de aplicação no curto prazo. A geração eólica é de menor
custo, mas depende das características do vento disponível na região. Por sua
vez, a energia solar ainda apresenta altos custos de implantação e não é uma
alternativa para os países mais pobres. O resultado disso pode ser observado na
comparação entre o Brasil e a Alemanha. Enquanto no Brasil foram instalados
100 megawatts (MW) de energia eólica em residências em 2006, no mesmo período
foram instalados na Alemanha 1.200 MW. Enquanto no Brasil existem 15 parques
eólicos, com capacidade de geração de 250 MW, a Alemanha tem capacidade de 22
mil MW. Para o desenvolvimento dessas tecnologias é preciso investimentos.
Observando
o gráfico “Gasto em pesquisa com energias renováveis, 2004”, na página 20
e o mapa “Participação de fontes renováveis na produção de energia
elétrica,2003”, na página 21, ambos no caderno do aluno, percebemos que a
Europa concentra grande parte dos países que mais investem em energias
renováveis. Existe uma enorme distância entre os países mais ricos do Norte e
os países mais pobres do Sul. Países da América do Norte, da Europa Ocidental e
do Leste e Sudeste Asiático são grandes produtores de energia. Apesar dos
esforços para a adoção de energia renovável, observa-se que o combustível
fóssil ainda é majoritariamente a principal fonte energética mundial.
Combustíveis fósseis são substâncias minerais compostas de hidrocarbonetos
usadas como combustível, resultados de um processo muito lento de decomposição
de plantas e animais a milhões de anos, daí o nome combustível fóssil. Podem
ser encontrados no subsolo, em vários lugares do planeta. São três tipos de
combustíveis fósseis: o carvão, o gás natural e o petróleo. Ainda no mapa, apesar
de a América do Sul representar pequena porção da produção de eletricidade, a
utilização de fontes renováveis se destaca.
Uso da energia
nuclear
Após
a Segunda Guerra Mundial, a energia nuclear começou a ser explorada como um
recurso alternativo para atender à demanda por eletricidade. Alguns países
investiram intensamente nesse recurso.
8. A matriz
energética brasileira
O Boletim
Energético Nacional (BEN) é emitido anualmente pelo Ministério de Minas e
Energia e pode ser acessado no site http://www.mme.gov.br/. Esta publicação
se propõe a estudar o mercado de energia e sua interação com a economia,
apresentando uma análise sobre temas relevantes no setor energético e uma
síntese das principais estatísticas do mercado de energia.
Nesse último
capítulo do bimestre, vamos estudar os fluxos das fontes primárias e
secundárias de energia, desde a produção até o consumo final. Dessa forma,
teremos um exemplo concreto de matriz energética e sua relação com aspectos
políticos e econômicos que a envolvem.
O consumo total de
energia do Brasil representa aproximadamente 2% do consumo mundial e calcula-se
que esse consumo represente cerca de 1,5% das emissões mundiais de carbono.
Para se ter um parâmetro, o consumo per capita dos Estados Unidos é 7 vezes o
consumo do brasileiro e as emissões de carbono per capita dos Estados Unidos é
11 vezes maior que as emissões per capita brasileiras. Essas características
podem ser compreendidas de maneira mais abrangente, observando-se a série
histórica do balanço energético nacional.
Por meio da leitura
do gráfico “Brasil: produção primária de energia, 1970-2006”na página 25 do
caderno do aluno, avaliamos o impacto ambiental resultante do crescimento da
produção brasileira de energia. A energia primária são as fontes providas pela
natureza na sua forma direta, como petróleo, gás natural, carvão mineral,
energia hidráulica (águas), lenha, dentre outras. O crescimento da produção
primária foi impulsionado pelo aumento na produção de petróleo e gás natural,
que são fontes não-renováveis. Em 1970, a produção de energia
primária brasileira era quatro vezes menor do que em 2006, mas a matriz
energética era bem diferente. Naquela época, havia o predomínio do uso de
fontes renováveis, sobretudo a queima da lenha. O desenvolvimento do setor
energético alterou completamente essa situação. Dentre as fontes renováveis, é
bastante perceptível a importância dos produtos derivados da cana de açúcar
utilizados como fonte de energia na produção de energia primária no Brasil. As
políticas governamentais poderiam ser responsáveis por tal crescimento, como o
Programa Pró-Álcool e os investimentos públicos na construção de usinas
hidrelétricas.
A produção brasileira de petróleo
As reservas de
petróleo do país são a segunda maior da América do Sul, ficando atrás apenas
das reservas da Venezuela. Com o desenvolvimento tecnológico de exploração das
jazidas em águas oceânicas profundas, o Brasil vem gradativamente superando
suas marcas (por exemplo, as recentes descobertas de campos de petróleo no
litoral brasileiro).
Fontes alternativas no Brasil: o
biodiesel
O biodiesel é um
combustível biodegradável (substância que se decompõe naturalmente, perdendo suas propriedades
nocivas ao meio ambiente) produzido a partir
de inúmeras fontes de energia renováveis. Dezenas de espécies vegetais
abundantes no Brasil podem ser utilizadas na produção do biodiesel, como a
mamona, o girassol, o babaçu, a soja, o amendoim, o dendê, dentre outras. Ele
pode substituir parte ou totalmente o diesel em motores de combustão interna e
pode ser processado de várias maneiras, como o craqueamento, a esterificação ou
transesterificação.
3º BIMESTRE
9. A apropriação
desigual dos recursos naturais
Como fazemos parte
de uma civilização extremamente dependente da exploração de recursos minerais,
vamos analisar inúmeras situações da vida cotidiana relacionadas ao uso e à
apropriação destes recursos. Para isto, diferenciaremos os conceitos de recurso
mineral, reserva mineral, minério, lavra e mina.
Em primeiro lugar,
a expressão recurso mineral diz respeito aos materiais rochosos que são
utilizados ou podem ser explorados para uso humano. Estes recursos podem ser
divididos em diferentes categorias, de acordo com o grau de conhecimento
técnico, interesse e viabilidade econômica. Assim, a reserva mineral é parte do
recurso mineral identificada e reconhecida pelo seu valor econômico. Dependendo
do grau de concentração de substâncias minerais numa determinada reserva, maior
será sua viabilidade econômica. Minério é o material rochoso com alta
concentração de substâncias que interessam economicamente à atividade
extrativa. O local onde o minério é explorado denomina-se jazida mineral e a
lavra é o conjunto de operações necessárias para retirada do minério da jazida.
Substâncias
minerais, como ferro, manganês e chumbo, participam da composição química média
da crosta terrestre e, portanto, numa jazida mineral, concentram-se em maior
quantidade. O ferro, por exemplo, pode ser encontrado em diversos tipos de
rocha na forma de hematita (Fe2O3). O que difere a jazida
mineral de ferro de outros materiais rochosos é o seu grau de pureza. As
jazidas viáveis economicamente são aquelas formadas praticamente por hematita
concentrada. As jazidas minerais em exploração são denominadas de minas.
Como os recursos
minerais resultam da concentração de substâncias nos materiais rochosos, seu
tempo de formação é muito mais longo (milhões de anos) do que a velocidade de
sua exploração econômica. Por causa disto, o que estará em discussão é o uso de
recursos minerais não-renováveis, pois sua extração é altamente impactante e
exige a discussão da conservação do recurso e de sua exploração
sustentável. Por exemplo, na sala de aula o piso pode ser de madeira ou cimento
queimado, substituindo a cerâmica; as janelas, se fossem de madeira, poderiam
ser substituídas por estruturas metálicas, e assim sucessivamente.
Resíduo sólido não é lixo
Qual
a diferença entre resíduo e lixo? De acordo com o Dicionário Houaiss da Língua
Portuguesa, lixo é qualquer objeto sem valor ou utilidade ou detrito oriundo de
trabalhos domésticos, industriais etc. que se joga fora; resíduo sólido é um
termo que tem sido comumente utilizado para substituir a palavra lixo.
Na
expressão “resíduo sólido” está a idéia implícita de reutilização do material,
ou seja, a valorização daquilo que aparentemente não serve para mais nada. Por
exemplo: um dos resíduos acumulados diariamente no pátio e na cantina da escola
é a lata de refrigerante consumida na escola.
Observe
o cartaz elaborado pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta
Reciclabilidade sobre o processo de transformação das chapas de alumínio em
latas, na página 8 e 9 da sua apostila:
- 74 latas produzidas consomem 1 kg
de alumínio;
- com uma chapa de alumínio de 1 m de
comprimento por 1,72 m de largura podem ser produzidas 99 latinhas.
Agora observe o
cartaz da reciclagem na página 10, que apresenta o processo de reutilização das
latinhas:
- o alumínio é um minério oriundo da bauxita e para extraí-lo é
necessário passar por um processo químico de eletrólise que utiliza grande
quantidade de água;
- cada 1000 kg de alumínio reciclado
representam 5000 kg de minério bruto (bauxita) poupados. A reciclagem do
alumínio também é uma grande economia de energia, pois são gastos apenas 5% da
energia necessária para se produzir o alumínio primário (o que não é produto de
reciclagem).
Além
da reutilização de recursos minerais, uma questão ambiental importante é a do
consumo abusivo estimulado pela propaganda. Precisamos encontrar alternativas
de redução do consumo de refrigerantes na escola, analisando inclusive
implicações relativas à saúde da população em torno dos hábitos alimentares.
Podemos substituir os refrigerantes por sucos naturais ou água. Quanto aos
recipientes, o uso de copos de plásticos reaproveitáveis fornecidos pela
cantina ou mesmo copos de responsabilidade de cada usuário, dentre outras
idéias.
Questões
1) Defina
a) Jazidas
b) Reserva mineral
c) Minério
d) Lavra
e) Recurso mineral
2) Quais substancias
participam da formação da crosta terrestre
3) Como deve ser uma
jazida economicamente viável
4) O que difere a
jazida mineral de ferro dos outros materiais rochosos
5) O que é lixo
6) O que é resíduo
sólido
7) De exemplos de lixo
e de resíduos sólidos
A produção desigual dos recursos minerais
Os
recursos minerais, mesmo que renováveis, são finitos, uma vez que o crescimento
do consumo ocorre num ritmo maior do que o processo natural de formação das
jazidas minerais. Porém, do ponto de vista físico-químico, os recursos minerais
são praticamente inesgotáveis, na medida em que tais substâncias fazem parte da
composição da crosta terrestre. O problema decorre da relação entre consumo e
viabilidade econômica e tecnológica. Nesse sentido, havendo tecnologia disponível
a baixo custo para a extração de minérios com menor grau de concentração, as
reservas existentes poderiam ser enormemente ampliadas.
Outro aspecto
importante para o sucesso da extração do minério refere-se à sua localização.
Uma jazida mineral pode apresentar alto grau de concentração de minério, mas ao
encontrar-se distante dos grandes centros consumidores, aumenta
consideravelmente o custo do transporte, podendo tornar-se economicamente
inviável. Também devemos considerar como fatores limitantes: a escassez de água
necessária para a obtenção de muitos produtos minerais e as condições limitadas
de oferta de energia.
Como a distribuição
das jazidas minerais pela superfície terrestre é irregular, uma primeira
diferenciação entre os países pode ser feita em termos dos estoques e reservas
de minerais existentes em função das condições geofísicas continentais. Nas
bacias sedimentares são encontrados os recursos minerais energéticos, como o
carvão, o gás e o petróleo. As principais estruturas rochosas sedimentares no
caso brasileiro estão localizadas na Amazônia, Maranhão, Pantanal e Paraná.
Dentre as estruturas rochosas cristalinas, onde se localizam as jazidas
minerais de manganês, ferro, níquel, diamante, urânio, dentre outros,
destacam-se os escudos das Guianas, o Atlântico, o do Brasil Central e o
Uruguaio sul-riograndense. As principais ocorrências de bauxita, principal
minério da produção de alumínio, também estão localizadas nas bacias
sedimentares.
Qual seria a
diferença das substâncias minerais incrustadas nas rochas cristalinas em
relação àquelas existentes nas rochas sedimentares? O processo de formação
destas rochas: as rochas cristalinas têm formações geológicas bem mais antigas
do que as sedimentares, datando-as no arqueozóico e proterozóico, e, portanto,
consideradas pré-cambrianas. Essas rochas foram submetidas à temperatura e
pressão elevadas, o que propiciou a formação de cristais microscópicos,
favorecendo, pela lentidão de sua formação, a concentração de certas
substâncias minerais. No caso da rocha sedimentar, como o próprio nome diz,
elas foram formadas pelo acúmulo de sedimentos em bacias de sedimentação que,
do ponto de vista geológico, formaram-se a partir da era paleozóica, e,
portanto, mais recentes que as cristalinas. O recurso mineral se formou por
soterramento e confinamento de elementos debaixo de muitas camadas
sedimentares, sendo de origem orgânica, como no caso do carvão mineral e do
petróleo, ou de origem mecânica, como é o caso do ouro encontrado em bacias
sedimentares.
O ouro é uma
substância mineral que pode ser encontrada tanto nas rochas cristalinas quanto
em bacias sedimentares. O que explicaria isto? Qual jazida se formou primeiro?
O território brasileiro foi formado por estruturas superpostas de diferentes
épocas. As rochas cristalinas são muito mais antigas e, portanto, o ouro
existente nos escudos se formou primeiro, depois de um longo processo de
resfriamento das rochas. Com o processo de erosão e deposição do material
erodido nas depressões e fundos de vale, formaram-se as jazidas de ouro das
bacias sedimentares.
Mas a
irregularidade na distribuição dos recursos minerais é apenas um aspecto da
diferencialidade espacial da produção mineral. Mais importante do que isto, é
considerar a relação profundamente desigual entre os centros produtores e
consumidores no mercado mundial de minérios.
O mapa “Mundo:
exportação de ferro, produção de aço”, da página 5 do caderno do aluno, é um
exemplo do mercado mundial do ferro. Identificamos na sua legenda que o Brasil,
a Austrália, a China, a Índia e a Rússia são os principais produtores mundiais
de ferro. Todos eles não utilizam a totalidade do ferro extraído, menos a
China. O excedente da produção é exportado, principalmente da Austrália e do
Brasil. A China, apesar de ser uma grande produtora de ferro, necessita
importar o minério para suprir a quantidade que consome. Os quatro principais
consumidores mundiais de ferro são China, Europa, Japão e Estados Unidos. A
situação mais complicada de dependência do mercado mundial destes grandes
consumidores de ferro é a do Japão (que não produz ferro) e da Europa (cuja
produção é insuficiente). Os Estados Unidos é quase auto-suficiente, mas
necessita complementar a +produção nacional com fornecedores externos. O mesmo
ocorre com a China, embora em proporções maiores.
10. Desmatamento,
poluição dos rios e da atmosfera
Até aqui, vocês
puderam analisar a importância da produção e consumo de recursos minerais para
o desenvolvimento econômico mundial. Da mesma forma, tiveram oportunidade de se
conscientizar da necessidade de alternativas de exploração dos recursos
minerais com a devida preocupação em preservar o meio ambiente.
A mineração, por
mais criteriosa que seja, resulta na separação do minério concentrado e do
rejeito, que é altamente poluente e danoso ao ambiente. A mineração provoca
desmatamento. Além disso, algumas substâncias usadas na lavra são altamente
tóxicas. É o caso do mercúrio utilizado na lavra do ouro, por exemplo,
freqüentemente contamina os cursos d’água e o solo por longos períodos. A
lavagem de minerais pesados, como a cassiterita, provoca o assoreamento de rios
com enormes volumes de outras substâncias minerais.
Freqüentemente, a
extração mineral também provoca impacto em escala global. A indústria extrativa
necessita de muita energia. Se a usina geradora de energia for termoelétrica,
por exemplo, a queima de combustível fóssil aumenta a emissão de gases de
efeito estufa na atmosfera, causando impacto em escala global.
A BR-163 é uma das
estradas mais polêmica da atualidade: conhecida como Rodovia
Cuiabá-Santarém, esta rodovia corta a Floresta Amazônica em 1500 km
e necessita ser pavimentada para se transformar num corredor de exportação da
soja cultivada no Mato Grosso, que poderia ser escoada pelo terminal portuário
de Santarém. Por sua vez, os ambientalistas criticam o projeto porque já se
sabe que as rodovias construídas na Amazônia favorecem o escoamento de madeira
e gado, responsáveis pelo acelerado desmatamento da Floresta.
Água: um recurso finito
Usualmente,
a água é compreendida como um componente básico e abundante no planeta Terra,
constantemente renovada por meio de um ciclo que mantém a troca permanente
entre os reservatórios (oceanos, águas subterrâneas, rios, calotas glaciais)
por meio da evaporação / transpiração, condensação / chuvas, infiltração /
percolação (chuva que cai e escorre, ou seja, não exerce pressão sobre a superfície), dentre outros
processos. Mas em função da poluição das águas e da distribuição profundamente
desigual, tem crescido a idéia de que se trata de um recurso finito. Afinal,
mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo não têm acesso à água potável.
Enquanto um habitante dos Estados Unidos consome em média 400 l de água, um
habitante do Quênia não passa de 5 l diários. A Organização Mundial da Saúde
(OMS) considera que o acesso à água é um direito de todo cidadão e estabelece
80 litros por habitante como o consumo mínimo diário para manter a saúde.
O
mapa “Mundo: disponibilidade de água por habitante, 1950, 1995 e 2025”, da
página 18 do caderno do aluno, apresenta o agravamento da escassez de água
potável no planeta. No caso brasileiro, é importante lembrar que 60% dos
recursos hídricos disponíveis estão localizados em regiões distantes dos
grandes centros urbanos, como São Paulo.
A interferência humana no efeito estufa
A
mídia tem dedicado grande atenção em relação ao aquecimento global. Em primeiro
lugar, é preciso desmistificar e esclarecer alguns aspectos que envolvem a
questão:
- gases existentes na atmosfera –
como o vapor d’água, o gás carbônico (CO2), o metano (CH4)
e o ozônio (O3) – evitam a dispersão da energia solar, aquecendo a
Terra;
- sem os chamados gases-estufa, a
Terra seria muito fria e não existiria vida no planeta;
- de fato, as atividades humanas
desenvolvidas nos últimos 100 anos, promovidas pela industrialização, expansão
do agronegócio e crescimento das cidades, têm contribuído para a concentração
de gases-estufa na atmosfera.
A
tabela “Gases estufa”, da página 18 no caderno do aluno, detalha as fontes
humanas que intensificam o efeito estufa, juntamente com a efetividade da
absorção da energia solar por estes gases. Em termos de partículas por milhão,
o dióxido de carbono é de longe o gás-estufa mais emitido pelas atividades
humanas, uma vez que a matriz energética que moveu o processo de
industrialização teve por base os combustíveis fósseis (estudado no 2º.
bimestre). Os gases CFC têm um grande potencial de destruição das camadas de
ozônio, que protegem a superfície terrestre dos raios ultravioleta e absorvem e
conservam 10 mil vezes mais energia solar que o CO2.
Questões
1- Redija um pequeno
texto falando sobre a mineração, colocando em evidencia causas e efeitos no
meio ambiente.
2- Quais são os
reservatórios de agua citados no texto
3- Defina percolação
4- A agua pode acabar?
Cite países que podem estar ou estão sofrendo com a indisponibilidade hídrica
5- A OMS estabelece
quantos litros diários de agia para que se mantenha a saúde
6- Cite alguns gases
existentes na atmosfera
7- Segundo o texto,
comento o que é camada de ozônio.
8- Os gases estufa,
prejudiciais ao meio ambiente, também trazem uma contribuição positiva, qual?
11. Do Clube de
Roma ao desenvolvimento sustentável
A preocupação
internacional com os temas ambientais ganhou uma nova dimensão no início da
década de 1970, com a fundação de organizações ambientalistas de atuação global
(o Greenpeace, por exemplo, nasceu em 1971) e com a realização da 1ª
Conferência da ONU dedicada às questões ambientais.
A Conferência das
Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, realizada em Estocolmo (Suécia) em 1972,
foi fortemente influenciada pela teoria desenvolvida pelo Clube de Roma, um
grupo formado no final da década de 1960 por cientistas, economistas e altos
funcionários governamentais com a finalidade de interpretar o “sistema global”.
De acordo com o pensamento deste grupo, sintetizado no relatório Os
limites do crescimento, publicado em 1971, o planeta é um sistema finito de
recursos naturais submetido às pressões do crescimento da população e da
produção econômica. Portanto, para evitar o colapso iminente do “sistema
global”, era preciso gerenciar globalmente o crescimento da população e da
economia, de forma a alcançar um estado de equilíbrio dinâmico. Severas medidas
de controle da natalidade, principalmente nos países pobres, e mudanças
radicais nos modelos produtivos, com ênfase numa “economia de serviços”, eram
as recomendações centrais desta escola de pensamento ecológico.
Duas décadas
depois, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (ECO-92), realizada no Rio de Janeiro, ainda sentiu o impacto
das teorias do Clube de Roma, principalmente sob a forma das abordagens e
propostas apresentadas pelos países desenvolvidos. Mas, no intervalo entre elas,
importantes transformações ocorreram, tanto nas sociedades como no debate
ambiental. A ECO-92 foi, principalmente, palco da crítica às teorias do Clube
de Roma.
Os críticos do
Clube de Roma não enfatizam o crescimento demográfico, mas os padrões de produção
e consumo e as bases tecnológicas do desenvolvimento econômico. Sob esse ponto
de vista, as principais ameaças ambientais de dimensão global residem na
reprodução dos modelos econômicos dos países desenvolvidos. Esses modelos não
seriam sustentáveis, em virtude do elevado consumo de recursos naturais, da
geração de gases-estufa e rejeitos poluentes dos mais variados tipos. As idéias
fundamentais do Clube de Roma preconizavam (recomendam com louvor) o controle
sobre o crescimento da população (principalmente nos países pobres) e das
economias. O planeta tem um estoque limitado de recursos e com capacidade
igualmente limitada de sustentar a vida humana.
A ECO-92 vinculou
meio ambiente e desenvolvimento. Ela foi dominada pelo conceito de
desenvolvimento sustentável, divulgado inicialmente por meio do relatórioNosso
futuro comum, assinado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento da ONU e publicado, originalmente, em 1987. Por oposição ao
mero crescimento econômico, o desenvolvimento sustentável só existe quando são
cumpridos os requisitos ambientais para a continuidade, através do tempo, dos
padrões de produção e consumo desejados.
O relatório Nosso
futuro comum atribui aos modelos econômicos de produção e consumo,
amplamente adotados nos países ricos, a principal fatia da responsabilidade
pela crise global. Nesta nova perspectiva, a crise ambiental é global, ou seja,
afeta o conjunto do planeta, mas as responsabilidades são diferenciadas,
cabendo a maior parcela aos países que consomem e / ou devastam a maior parte
dos recursos naturais. Além disso, nos termos do relatório, limitar o
crescimento das economias e da população não é o caminho para atingir um modelo
de desenvolvimento sustentável: é preciso garantir a satisfação das necessidades
humanas, no presente e no futuro. Algumas idéias centrais do relatório:
- O desenvolvimento sustentável só
ocorre quando as necessidades do presente são atendidas de maneira a não
comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas próprias
necessidades;
- O desenvolvimento sustentável
implica a satisfação universal das necessidades essenciais. Para que isso
ocorra, é preciso que haja crescimento econômico nas regiões onde tais
necessidades não estão sendo atendidas; nas regiões onde elas já são atendidas,
pode haver crescimento econômico desde que sejam respeitados os princípios de
sustentabilidade ambiental. Mas o crescimento econômico só é compatível com o
desenvolvimento sustentável se, ao mesmo tempo, aumenta o potencial de produção
de riquezas e assegura que essas riquezas sejam usufruídas pelo conjunto da
sociedade.
As convenções e
tratados, lançados durante a ECO-92, buscavam transformar este princípio em
planos de ação capazes de redimensionar os padrões de produção e consumo, sobretudo
nos países ricos. Entre elas, estão a Convenção sobre mudanças
climáticas e a Convenção da diversidade biológica. Além
disso, todos os participantes se comprometeram com a Agenda 21, um
vasto programa de ações de curto, médio e longo prazo destinado à recuperação
dos ambientes degradados e à promoção da sustentabilidade ambiental.
As escalas do desenvolvimento sustentável
A
sustentabilidade só pode ser alcançada se ela estiver na base de programas de
ações globais, nacionais e locais. Na escala global envolve acordos
multilaterais, por meio dos quais os governos assumem em conjunto metas e
compromissos voltados a evitar a degradação do planeta e promover a satisfação
das necessidades essenciais. A promoção do desenvolvimento sustentável exige
ações, em escala global, porque os impactos ambientais não respeitam as
fronteiras entre os países e nenhum país vai conseguir sozinho enfrentar a
crise ambiental. Trata-se, portanto, de desenvolver o conceito de
interdependência ecológica, que explica, por exemplo, que a poluição produzida
em um país se torna um problema climático em outro. Por isso, são necessários
os tratados e convenções internacionais sobre o ambiente. Na escala
nacional envolve políticas que regulam e estruturam o uso dos recursos
naturais: as convenções e as metas globais devem ser incorporadas e adaptadas
por meio de políticas que regulem e estruturem o uso dos recursos naturais em
todos os países do mundo. Afinal, apesar dos acordos internacionais, os
governos nacionais são soberanos na gestão de seu patrimônio ambiental. Já na
escala local, envolve um conjunto de práticas ambientalmente sustentáveis, que
podem e devem ser adotadas por todos: a sustentabilidade não implica apenas os
governos, mas só será efetiva se incorporada ao modo de vida de todas as
pessoas. Portanto, o consumo responsável, a adoção de práticas cotidianas que
visam minimizar a degradação ambiental, tais como a coleta seletiva de lixo e a
reciclagem, e a conscientização sobre as questões ambientais são essenciais
para a promoção da sustentabilidade.
Por isso, os
programas e as ações voltados para cada uma dessas escalas são importantes.
A Convenção sobre diversidade biológica e a Convenção sobre mudanças
climáticas
Considerando
a escala global, os mais importantes tratados ambientais foram aprovados
originalmente na ECO-92, realizada no Rio de Janeiro. São eles: a Convenção
sobre diversidade biológica e a Convenção sobre mudanças
climáticas.
A Convenção
sobre diversidade biológica, hoje aceita por mais de 160 países, é uma
tentativa de frear a destruição acelerada das florestas pluviais tropicais que
vem ocorrendo nas últimas décadas (veja o mapa “Florestas originais e florestas
remanescentes”, da página 23 no caderno do aluno). Estima-se que estas
florestas abriguem mais de 70% das espécies vegetais e animais conhecidas, o
que justifica a preocupação internacional com o ritmo de desmatamento. A
Convenção propõe metas internacionais de controle do desmatamento e da perda de
espécies, mas reconhece o direito soberano dos Estados sobre os recursos
biológicos existentes no território nacional. Entretanto, diversos movimentos
ambientalistas argumentam que as florestas tropicais são patrimônio comum da
humanidade, pois abrigam estoques biológicos valiosos e exercem influências
climáticas planetárias. Por outro lado, para os países subdesenvolvidos nos
quais se situa a maior parte destas florestas, a exploração de seus recursos
pode ser essencial para a economia, gerando crescimento. A madeira das matas e
os recursos minerais do subsolo, por exemplo, geram receitas de exportações. A
construção de barragens e usinas, para aproveitamento das quedas d’água, é
capaz de fornecer eletricidade para impulsionar as indústrias. As terras
desmatadas podem dar origem a campos de cultivo, aumentando a produção de
alimentos. Os países desenvolvidos querem que as florestas e o valioso
patrimônio biológico que elas abrigam sejam preservados, mas muitas vezes, os
países subdesenvolvidos não dispõem de capitais e tecnologias suficientes para
usar, de modo não predatório, seus recursos florestais. Uma alternativa para a
resolução deste impasse seria a transferência de tecnologias e de capitais dos
países desenvolvidos para os países nos quais se localizam as florestas.
Na Convenção
sobre mudanças climáticas, os países desenvolvidos comprometeram-se a
congelar, até o ano 2000, as emissões de CO2, nos níveis registrados
em 1990. Poucos anos após a adoção da Convenção, tornou-se claro que o
compromisso de congelamento das emissões não seria cumprido pela maior parte
dos países desenvolvidos, especialmente pelos Estados Unidos. Em 1997, o Protocolo
de Kyoto foi anexado à Convenção, fixando para os países desenvolvidos
uma meta de redução de 5% sobre os níveis de emissões de 1990, a ser atingida
entre 2008 e 2012. Além disso, criou um sistema de comércio de créditos de
emissões entre os países. Por enquanto, a meta de emissões é válida apenas para
os países desenvolvidos, que passaram a ter duas opções: ou investem na redução
das emissões ou compram de outros países os créditos de emissões (ou seja, o
direito de lançar gases-estufa), que seriam comprados principalmente de países
subdesenvolvidos. Para o início da vigência do Protocolo de Kyoto, foi
estabelecido que seria necessária a ratificação (validação) de pelo menos 55
países, responsáveis por pelo menos 55% das emissões de CO2produzidas
pelo conjunto dos países desenvolvidos. Estas condições só foram atingidas em
2004, com a adesão da Rússia, e o Protocolo finalmente entrou em vigor em 16 de
fevereiro de 2005. Porém, os Estados Unidos, principal emissor de gases-estufa
do mundo, recusou os termos do Protocolo. Pelo menos, nesta fase, há uma
relação entre o princípio da responsabilidade diferenciada, preconizada pelo
relatório Nosso futuro comum e os termos do Protocolo
de Kyoto: apenas os países desenvolvidos devem cumprir as metas de redução
de emissão dos gases de efeito estufa, pois eles são os maiores responsáveis
pela crise ambiental que assola o planeta.
A Agenda 21 brasileira
Além
das Convenções, a ECO-92 também aprovou a Agenda 21, um programa de
ações a ser adotado por todos os países a fim de recuperar os ambientes
degradados e promover o desenvolvimento sustentável. No caso do Brasil, a
Agenda 21 está estruturada em torno de cinco grandes dimensões e de vinte uma
linhas estratégicas, apresentadas na tabela “Agenda 21 Brasil: dimensões e
linhas estratégicas”, da página 26 no caderno do aluno. Estas dimensões são
importantes para a promoção do desenvolvimento sustentável, pois o conceito de
desenvolvimento sustentável é a expressão de estratégias econômicas destinadas
a promover o crescimento da riqueza e a melhora das condições de vida através
de modelos de crescimento capazes de evitar a degradação ambiental e a exaustão
dos recursos naturais. Assim, o desenvolvimento sustentável admite o
crescimento econômico, desde que ele cumpra os requisitos necessários à
continuidade, através do tempo, dos padrões de produção e consumo desejados. A
dimensão econômica, por exemplo, apresenta a idéia de que o combate à pobreza
faz parte da promoção do desenvolvimento sustentável. Na linha
político-institucional, as estratégias são voltadas à promoção da
democratização dos processos decisórios. A busca do desenvolvimento sustentável
não envolve apenas a dimensão ambiental, mais óbvia, mas diz respeito também às
dimensões econômicas, sociais, políticas e educacionais. A própria abordagem
destes temas em sala de aula faz parte da estratégia de promoção do
desenvolvimento sustentável.
12. Alterações
climáticas e desenvolvimento: análise do Relatório de Desenvolvimento Humano
2007/2008
Vamos
analisar as informações e conclusões extraídas do Relatório de Desenvolvimento
Humano 2007/2008, publicado pelo Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD). O combate às alterações climáticas que ocorrem em
escala global é o tema principal deste relatório, que analisa a interferência
humana sobre o efeito estufa e apresenta informações sobre os principais gases de
efeito estufa, sobre o aumento das emissões e da concentração destes gases na
atmosfera e sobre as atividades humanas responsáveis por este aumento. Vamos
sistematizar seus conhecimentos a respeito das causas e das conseqüências deste
fenômeno.
De
acordo com o Relatório de Desenvolvimento Humano 2007/2008, que pode ser
acessado na íntegra no site do Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento, devido ao aumento da concentração de gases de efeito estufa,
as temperaturas médias globais podem aumentar em mais de 5°C ainda no século
XXI, se nenhuma providência for tomada.Gases de efeito estufa e aquecimento
global
Algumas
idéias centrais do relatório estão na página 28 do caderno do aluno. Vamos ler,
observando as relações entre o modelo de produção e consumo vigente nos países
ricos e a concentração de atividades emissoras de gases de efeito estufa nestes
países. A pobreza e a falta de tecnologias tornam os países pobres mais
vulneráveis às alterações climáticas.
Ao
longo de sua história, a Terra tem sofrido oscilações entre períodos mais
quentes e períodos mais frios, resultantes da atuação de diferentes forças
naturais, tais como a atividade vulcânica e as mudanças na órbita do planeta.
Porém, as alterações climáticas que estão ocorrendo desde meados do século XIX
são demasiadamente rápidas e intensas para serem atribuídas aos ciclos
naturais: somente nos últimos cem anos, a temperatura média da Terra aumentou
em 0,7°C.
De
acordo com a comunidade científica, existe uma probabilidade superior a 90% de
que a maior parte deste aquecimento se deva aos gases de efeito estufa emitidos
pelo homem. Os três gráficos “O aumento das emissões de CO2 está
piorando os índices e fazendo subir as temperaturas”, da página 27 do caderno
do aluno, reforçam essa tese, na medida em que sugerem uma relação entre o
aumento da emissão e da concentração de CO2 na atmosfera e a
elevação da temperatura global. Os registros climáticos revelam que 11 dos 12
anos mais quentes, desde 1850, ocorreram entre 1995 e 2007, reforçando a tese
que vincula o aquecimento global à interferência humana – os picos de
temperatura coincidem com os picos de concentração de CO2 na
atmosfera.
Questões
1- Em que organismo
foi aprovada a agenda 21?
2- O que é agenda 21?
3- Como se estrutura a
agenda 21?
4- Por que as
dimensões da agenda 21 são importantes?
5- Qual a ideia da
dimensão econômica?
6- Qual a estratégia
da linha politico-institucional?
7- O desenvolvimento
sustentável não se limita apenas às questões ambientais, mas também à outras
dimensões, quais?
A pegada de carbono
Já
estudamos a importância do aumento da concentração de gás carbônico no processo
de aquecimento das temperaturas atmosféricas globais do planeta. Devido a este
fato, analisar a variação global das emissões de CO2 é uma
maneira eficiente de medir a responsabilidade de cada país na alteração
climática que afeta a todos.
Vamos interpretar o
mapa “Registro da variação global das emissões de CO2” da página 29
no caderno do aluno. Identificamos os cinco maiores países emissores mundiais
de CO2 em 2004: Estados Unidos, China, Federação Russa, Japão e
Índia. A participação relativa destes países nas emissões globais, registradas
em 2004, em relação ao total mundial é de 15,1 Gts de CO2 (soma
da emissão de cada país), o que representa pouco mais de 52% do total das
emissões mundiais de 2004. Entretanto, se considerarmos o tamanho das
populações dos países e regiões, o panorama difere substancialmente.
Dividindo-se a quantidade de emissões dos países pela sua população total,
obtemos as emissões per capita. Este valor equivale a “pegada de carbono”, a
responsabilidade efetiva de cada país ou região do globo nas emissões globais,
ajustadas pelo tamanho de suas populações, ou seja, a quantidade per capita de
CO2 emitida por cada um dos países ou regiões do globo.
O Relatório de
Desenvolvimento Humano 2007/2008 apresenta alguns exemplos de desigualdades
mundiais em termos de “pegadas de carbono”, que valem a pena serem analisados:
- o Reino Unido (60 milhões de
habitantes) emite mais CO2 do que o Egito, a Nigéria, o
Paquistão e o Vietnã em conjunto (população total de 472 milhões);
- o Texas, estado norte-americano com
23 milhões de habitantes, emite mais CO2 do que o conjunto dos
países da África Subsaariana, que abriga 720 milhões de pessoas;
- os 19 milhões de pessoas que vivem
no estado de Nova Iorque (Estados Unidos) têm uma “pegada de carbono” mais
elevada que aquela deixada pelos 766 milhões de pessoas que vivem nos 50 países
mais pobres do mundo.
Com apenas 15% da
população mundial, os países ricos atingem 45% das emissões de CO2.
As “pegadas de carbono” deixadas pelos países ricos tendem a ser mais profundas
porque eles consomem a maior parte dos recursos energéticos, concentram a maior
parte dos parques industriais e as maiores frotas de automóveis. Considerando
as emissões per capita, ou seja, a “pegada de carbono”, a China apresenta
valores que correspondem a cerca de 1/5 dos valores apresentados pelos Estados
Unidos. Portanto, não é verdade que ambos os países possuam responsabilidade
equivalente no que diz respeito às alterações climáticas. Estados Unidos,
Canadá, China, Egito, Brasil, Vietnã, Índia, Nigéria e Bangladesh aumentaram
suas emissões per capita entre 1990 e 2004 e apenas a Federação Russa, Reino
Unido e a França reduziram suas “pegadas de carbono”.
4º BIMESTRE
13. Peru e México: a herança
pré-colombiana (uso do vídeo)
Um dos pontos turísticos mais
visitados da América é a praça do centro da capital do México: Zócalo. Ali, a
catedral católica permanece sustentada sobre as ruínas do templo mais
importante de Tenochtitlán, a antiga capital dos astecas. Ao lado da igreja
está o palácio do governo, situado sobre a residência de Cuauhtémoc, o chefe
asteca morto pelo espanhol Hernán Cortés, quando Tenochtitlán foi conquistada,
em 1521. Assim como a capital asteca, Cuzco, no Peru, teve destino semelhante,
sendo dominada pelo conquistador espanhol Francisco Pizarro. Na guerra de conquista,
Pizarro mandou executar o imperador inca Atahualpa, fundir os abundantes metais
preciosos em barras e atear fogo em tudo o que estivesse pela frente.
Apesar do violento processo de
ocupação dos conquistadores europeus, a colossal arquitetura das civilizações
que se desenvolveram na América pré-colombiana não foi totalmente destruída.
Vamos utilizar esse rico acervo para estudar a presença de elementos (obras e
acontecimentos) do passado na dinâmica da vida atual.
Um acervo de figuras pode
auxiliar na compreensão da formação da Cidade da México. Quem visita Zócalo, a
praça central da cidade, observa as escavações do que sobrou do antigo templo
asteca, denominado Templo Mayor. Nesse local há um museu com a reprodução da
antiga cidade asteca, uma maquete, como vemos na figura da página 3 do caderno
do aluno.
Tenochtitlán era uma cidade
impressionante. As crônicas dos conquistadores descrevem uma cidade com mais de
300 mil habitantes, maior do que a grande parte das cidades européias do século
XVI. Como Tenochtitlán estava situada numa ilha do lago Texcoco, onde se cruzavam
diversos canais, poderia ser considerada uma Veneza do Novo Mundo. Por meio do
“Mapa do sítio urbano de Tenochtitlán”, na página 4 do caderno do aluno,
observamos como era o sítio urbano de Tenochtitlán na época da chegada dos
espanhóis.
A sobreposição da atual
Cidade do México, com mais de 18 milhões de habitantes, ao sítio antigo, pode
ser observada no mapa “A ocupação urbana no antigo lago Texcoco”. A Cidade do
México cresceu sobre o antigo lago Texcoco. A única explicação para isso é o
aterramento do fundo do lago, um processo é bem antigo, como no caso das
chinampas (trecho na parte superior do mapa com símbolo que parece um acento
circunflexo), utilizadas desde a época dos astecas para uso agrícola.
Evidentemente, a expansão da cidade moderna também gerou aterros para a
construção de loteamentos.
A herança das
comunidades indígenas
Assim como a civilização
asteca é resultado do desenvolvimento cultural de povos que viveram na área do
atual México, os incas herdaram a cultura dos habitantes dos altiplanos
andinos.
Vamos assistir ao filme “Reino
nas nuvens”, da série Terras Místicas. Produzido em 1997 pela empresa canadense
The Duncan Group, dura cerca de 25 minutos. Por meio do relato da construção de
Machu Picchu, anotem dados a respeito da história do império inca e da herança
cultural deixada às comunidades indígenas atuais.
Não se sabe ao certo por que
Machu Picchu foi erguida, pelos incas, a 2 800 metros acima do nível do mar e
distante 112 quilômetros de Cuzco, capital do império inca. Trata-se de um
lugar de difícil acesso e, ao mesmo tempo, majestoso e complexo. Entre as
hipóteses admitidas pelos pesquisadores, pode-se destacar:
1. era uma cidade estratégica fortificada na
fronteira de uma região com povos belicosos (que gosta de guerra);
2. era uma espécie de convento para acolher as
mulheres escolhidas pelo imperador;
3. era um centro de estudos astronômicos e de
culto aos astros.
As características culturais
da civilização inca são as técnicas construtivas avançadas dos incas, seus
sistemas de cultivo em terraços e a sofisticação do artesanato.
Muitas comunidades indígenas
da Cordilheira dos Andes vivem no meio rural, preservando esses valores
culturais, como antigas práticas agrícolas e a destreza nos trabalhos
artesanais.
A
Conquista do continente
A partir
do século XVI, as potencias europeias, principalmente Espanha, Portugal e
Inglaterra, direcionaram suas conquistas territoriais para a América com o
objetivo de extrair recursos naturais.
Em varias
áreas, os europeus submeteram os povos nativos, muitas vezes escravizando-os, e
obrigando-nos a se integrar ao sistema colonial.
A
partilha da América e a herança colonial
No século
XVIII, o continente americano já estava completamente distribuído entre as
principais potencias europeias da época.
A partir
daquele século, as colônias europeias da América deram início a processos de
independência do domínio europeu. A emancipação política, contudo, não
significou o fim da influencia europeia
em todo continente.
Questionário
1- Em que século o continente
Americano estava quase totalmente dividido entre as potencias europeias?
2- O imperador inca Atahualpa foi
assassinado a mando de quem?
3- A partir do século XVI, as
potencias europeias direcionaram suas conquistas para as Américas. Quais eram
essas potencias e quais objetivos tinham?
4- As conquistas europeias na
América causaram um “impacto social” nas civilizações que aqui encontraram,
como por exemplo.
5- Um dos pontos turísticos mais
visitados na América é?
6- Alguns pesquisadores atribuem
algumas hipóteses para a construção de Machu Picchu, cite ate 2 delas
7- Muitas comunidades indígenas
ainda vivem na Cordilheira dos Andes, e preservam alguns valores culturais
herdados pelos incas, quais são esses valores?
A diversidade cultural por
meio de gráficos
Em virtude do violento
processo de dominação do continente americano pelos colonizadores europeus, a
população nativa foi dizimada e, em muitas regiões, praticamente extinta. No
final do século XX, os povos indígenas representam cerca de 8% da população da
América Latina. Para estudar essa realidade, observe a tabela “América Latina:
população indígena estimada em alguns países”, na página 7 do caderno do aluno.
Ela apresenta a população indígena em número total de habitantes (termos
absolutos) e em porcentagem (termos relativos).
Em termos absolutos, apesar
de a maior parte da população da Bolívia ser indígena, o México apresenta o
maior contingente de representantes ameríndios (índios americanos). Os países
que apresentam maior porcentagem de população indígena são o México, a
Guatemala, o Peru, o Equador e a Bolívia que, do ponto de vista da Geografia
Física, apresentam cordilheiras montanhosas em comum.
A distribuição da população
indígena na América Latina é muito desigual. O altiplano das cordilheiras
montanhosas da América Latina foi o centro das civilizações pré-colombianas,
aglomerando um contingente populacional maior do que o das planícies costeiras.
Os adensados núcleos de povoamento ameríndio foram transformados em reserva de
mão de obra pelos colonizadores espanhóis.
14. Brasil e Argentina: as
correntes de povoamento
Vamos construir o conceito de
formação territorial por meio da análise do processo de povoamento e
valorização do espaço brasileiro e do argentino. Os países e seus territórios
resultam de processos históricos, muitas vezes, bastante diferentes entre si. O
Brasil é o único tributário do domínio português sobre grandes extensões de
terras situadas na América; a Argentina, por seu turno, nasceu da desagregação
do vasto império espanhol na América. Os vetores de apropriação e valorização
de ambos os territórios são expressões dessa diferença crucial.
Começaremos pelos dados
relativos à densidade demográfica do Brasil e da Argentina.
Densidade demográfica é a
medida do grau de concentração populacional em determinada área, dada pelo
quociente entre a população absoluta e a sua extensão territorial.
densidade demográfica =
população absoluta dividida pela área
|
Dividindo-se a população
brasileira (183.987.291 habitantes em 2007) pela extensão territorial do país
(8.514.877 km2), obtemos uma densidade demográfica média de 21,6 hab./km2,
relativamente baixa para os padrões mundiais.
Calcular a densidade
demografica:
População/area
655.385/152581
3037103/27768
587311/142815
3221939/1570746
14080654/564693
8185286/148826
2455903/5802
A população brasileira não é uniformemente
distribuída pelo território do país. A tabela serve como elemento para essa
explicação.
De acordo a tabela “Brasil: população e
densidade demográfica, por estado”, na página 13 do caderno do aluno, Roraima é
a única Unidade da Federação com densidade demográfica inferior a 2 hab./km2,
em 2007, enquanto Rio de Janeiro, Distrito Federal, São Paulo e Alagoas
apresentam densidades demográficas superiores a 100 hab./km2 no
mesmo ano. A elevada densidade demográfica do Distrito Federal é relativamente
fácil de explicar, já que ele ocupa uma área relativamente pequena. Os Estados
da Região Norte apresentam densidades demográficas bastante inferiores à média
nacional. É importante também destacar que, no Brasil, as maiores densidades
demográficas estão localizadas nas proximidades do litoral, devido à história
de povoamento do país. Como se sabe, a colonização portuguesa priorizou
principalmente a exploração da faixa litorânea, gerando uma apropriação
esparsa e desigual do interior.
Os movimentos colonizadores no
século XVI
Utilizaremos documentos
cartográficos para analisarmos os vetores da expansão colonial portuguesa e
espanhola na América do Sul entre os séculos XVI e XVIII, em especial nos
territórios que mais tarde viriam a pertencer ao Brasil e à Argentina.
O mapa “Américas do Sul e
Central: rotas de colonização”, na página 17 do caderno do aluno, destaca as
rotas de colonização na América Portuguesa e na América Hispânica nos séculos
referidos. Desde 1549, a América Portuguesa dispunha de um governador-geral
nomeado pelo rei, que recebia poderes de fiscalização e defesa sobre o
conjunto do território colonial lusitano da América. No caso da América Hispânica,
a administração foi descentralizada desde o início, e as possessões coloniais
divididas em vice-reinados e capitanias. O núcleo da colonização espanhola
era formado pelas principais áreas andinas de mineração, situadas no Peru e no
Alto Peru (em especial Potosí, atual Bolívia). O porto de Buenos Aires, no
estuário do Rio da Prata, funcionava como elo entre as zonas mineiras andinas
e os mercados europeus, escoando principalmente a prata contrabandeada para a
Inglaterra e para a Holanda e recebendo, destes países, manufaturas que também
penetravam ilegalmente nas possessões coloniais espanholas.
Analisando as rotas de
colonização portuguesas e espanholas, percebemos que, na América Portuguesa,
todas as rotas de colonização tinham início no litoral atlântico, enquanto na
América Hispânica existiam fluxos importantes nas duas direções: do Atlântico
para as regiões mineradoras e das regiões mineradoras para o Atlântico.
Exercicios
1-No
Brasil vivem pouco mais de 190 milhões de brasileiros (CENSO 2010), num
território de pouco mais de 8,5 milhões de quilômetros quadrados. Qual é a
densidade demográfica do Brasil?
Densidade demográfica = população
/ área territorial = 190.000.000 / 8.500.000
= 1.900 / 85 = 22,4 habitantes / Km² .
O Brasil tem população relativa de cerca de 22 habitantes por quilômetro
quadrado . Essa densidade demográfica é baixa, portanto o Brasil é Populoso,
mas pouco Povoado.
2- No
Japão a população é de pouco mais de 130 milhões de habitantes, que vivem no
território de pouco mais de 377 mil Km² .
Qual é a densidade demográfica do Japão?
População
/ área territorial = 130.000.000 / 377.000
= 130 / 0,377 =
344,8 habitantes / Km ²
O Japão possui a densidade demográfica
15 vezes maior que a do Brasil.
3 - Calcule a densidade demográfica de Tanguá,
sabendo que a área territorial é 146 Km², e a população é 30.700 habitantes (
CENSO 2010) .
Resposta população / área territorial = 30.700 /
146 = 210 habitantes / Km²
4- Calcule
a densidade demográfica de Rio Bonito, sabendo que sua área territorial é 462
km² e a população é 55.500 habitantes ( CENSO 2010) .
Resposta:
55.500 / 462 = 120 habitantes / Km ²
5 - Qual
é a cidade mais densamente povoada: Tanguá ou Rio Bonito?
Resposta Tanguá, pois 210 (densidade
demográfica de Tanguá) é maior do que 120 (densidade demográfica de Rio
Bonito).
6- Determine
a densidade demográfica de uma cidade que possui 13.834. 971 habitantes, e que
ocupa uma área de 564.692 km².
O povoamento no século XIX e
suas consequências
A Argentina proclamou sua
independência em 1816, e o Brasil, em 1822. No momento da independência, nenhum
dos dois países tinha se apropriado efetivamente de seus territórios. Na
Argentina, apenas um terço do território era ocupado pelos herdeiros dos
colonizadores, a maior parte ainda estava sob controle das populações
indígenas, com as quais o país recém-independente mantinha relações
conflituosas. A capital, Buenos Aires, centralizava as relações comerciais do
país com o exterior, pois era o único porto internacional. No Brasil, as áreas
povoadas pelos herdeiros dos colonizadores portugueses equivaliam a cerca de
metade do território, mas já existiam diversas cidades portuárias importantes,
como Rio de Janeiro, Recife e Salvador. No Brasil, as maiores densidades
demográficas estão localizadas nas proximidades do litoral, enquanto na
Argentina, apesar da forte concentração populacional na capital, Buenos Aires
(onde vive cerca de um terço da população do país), existem manchas
significativas de maiores densidades demográficas situadas na porção central e
oriental do território.
Se observarmos os mapas
“Brasil: povoamento no início do século XIX”, na página 18, e “Argentina:
povoamento no início do século XIX”, na página 19, ambos no caderno do aluno,
conferimos que o território luso-brasileiro foi ocupado da costa para o
interior, o que conferiu ao Brasil um caráter de povoamento predominanteniente
litorâneo e certa continuidade espacial. A Argentina, por sua vez, foi ocupada
a partir de seus extremos, o Noroeste e o Rio da Prata, e de um movimento
colonizador secundário a partir do Oeste.
15. Colômbia e Venezuela:
entre os Andes e o Caribe (uso do vídeo)
Neste capítulo focalizaremos
as diferentes formas de apropriação do espaço colombiano e venezuelano. No
primeiro caso, a área mais dinâmica do ponto de vista das atividades econômicas
e da concentração populacional situa-se na zona da Cordilheira dos Andes, que
centralizava as atividades mineradoras no período colonial. No que diz respeito
à Venezuela, a valorização do litoral é tributária das relações com o Mar do
Caribe e foi reforçada pelo estabelecimento da economia petroleira, a partir
das primeiras décadas do século XX.
Durante o período colonial,
Colômbia e Venezuela integraram, junto com os atuais Panamá e Equador, o
vice-reinado de Nova Granada. Os altiplanos colombianos abrigaram o mais
importante núcleo econômico do vice-reinado, graças à presença de metais
preciosos. Santa Fé de Bogotá, a capital, situada a 2 600 metros de altitude,
era o centro da região mineira de Nova Granada.
A Venezuela, pobre em
ouro e prata, foi considerada uma área marginal durante os primeiros tempos da
colonização. A implantação hispânica no território que atualmente pertence à
Venezuela se restringiu à captura de indígenas e à pecuária, atividades
direcionadas para o consumo nas regiões mineradoras da Colômbia. Os poucos
produtos agrícolas da região eram comercializados pelos navios contrabandistas
que atuavam no Mar do Caribe.
Assim, desde a origem, os
altiplanos andinos foram o núcleo de povoamento da Colômbia. A Venezuela, ou
"pequena Veneza", nasceu voltada para o Mar do Caribe e teria seu
destino ligado ao mar. Após a independência, os altiplanos andinos da Colômbia
seriam ocupados, sobretudo, pelas culturas de exportação, em especial o café,
enquanto o Centro-Norte costeiro da Venezuela experimentaria uma valorização
inédita com a descoberta e a exploração das imensas reservas petrolíferas
existentes no país.
As três principais cidades
venezuelanas, Caracas, Maracaibo e Valência, localizam-se na porção setentrional
do país, nas proximidades da costa. E as três principais cidades colombianas,
Bogotá, Cali e Medellín, estão no sistema montanhoso formado pelas bifurcações
da Cordilheira dos Andes em território colombiano.
Na Colômbia, as maiores
densidades demográficas situam-se nos sistemas montanhosos, e,
secundariamente, nas proximidades dos portos que conectam o país ao Oceano Pacífico.
Na Venezuela, as maiores densidades demográficas situam-se na porção setentrional,
ao longo da faixa costeira. Em ambos os países, as menores densidades
demográficas situam-se na Amazônia, que inclui a faixa de fronteira com o
território brasileiro.
Os contrastes de Caracas
Para finalizar, vamos assistir
ao filme “Um olhar sobre Caracas”, produção francesa com cerca de 20 minutos de
duração, que pertence ao acervo da TV Escola. O filme analisa o cotidiano dos
moradores e os contrastes sociais que fazem parte da paisagem da cidade. Após a
exibição, produzam um texto sobre o filme, em forma de crítica jornalística. A
crítica é um tipo de texto que descreve um objeto cultural, como um filme ou um
livro, ressaltando suas particularidades e seus aspectos positivos e
negativos. Trata-se, portanto, de um tipo de texto argumentativo, pois o autor
deve apresentar argumentos que fundamentem sua opinião a respeito do objeto
analisado.
16.
Haiti e Cuba: as revoluções (uso do atlas)
A
escolha de Haiti e de Cuba tem como objetivo a discussão das alternativas de
desenvolvimento independente dos países latino-americanos. Apesar de o Haiti
ser resultado da primeira grande revolução americana de escravos, que culminou
com a formação do país em 1804, a sociedade local não conseguiu romper as
amarras de uma estrutura conservadora de poder, que manteve o controle
centralizado do Estado e da propriedade privada.
Por
sua vez, a radicalização da revolução cubana rumo ao socialismo pode ser
relacionada à tentativa de intervenção militar frustrada (desembarque na Baía
dos Porcos, em 1961) e ao bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos,
desde 1962 - que provocou o isolamento do país no continente.
Tendo
em vista as características específicas dessas revoluções populares, vamos
refletir a respeito das perspectivas de desenvolvimento regional, comparar
esses diferentes processos e utilizar diversos indicadores socioeconômicos de
forma a elaborar a sua própria síntese.
Como
introdução, uma linha do tempo com os principais acontecimentos relacionados
às revoluções de Haiti e de Cuba estão nas páginas 25, 26 e 27 do caderno do
aluno. Tal forma de representação gráfica é de interesse da Geografia, na
medida em que promove o exercício de lidar com escalas de proporcionalidade
entre fatos ocorridos no decorrer do tempo e o espaço da representação na
folha de papel.
Com
base nas duas linhas do tempo, podemos estabelecer individualmente comparações
entre Haiti e Cuba:
·
Semelhanças
entre Haiti e Cuba
- Ilhas
localizadas no Mar do Caribe, conquistadas por Colombo no final do século XV;
- Exploração
pelos colonizadores europeus para a produção da cana-de-açúcar, cuja mão de
obra era baseada no trabalho escravo africano;
- Ocupação dos
Estados Unidos da América, que exerceram controle sobre a região a partir do
final do século XIX;
- Domínio de
ditaduras por longos períodos e ausência de tradição democrática.
·
Diferenças entre
Haiti e Cuba
- A revolução
popular no Haiti antecedeu a revolução cubana em mais de 50 anos, mas não
conseguiu romper as estruturas de poder da elite local;
- Aproximando-se
do modelo soviético, a revolução cubana radicalizou-se na proporção em que os
Estados Unidos da América impunham sanções econômicas ao país;
- O fim da União
das Repúblicas Socialistas Soviéticas, em 1991, provocou uma crise econômica
profunda em Cuba, mas o país está se recuperando com o desenvolvimento de novos
setores econômicos, como o turismo. As perspectivas do Haiti são sombrias. As
instituições do Estado estão destruídas e a população passa por problemas
gravíssimos, como a fome.
A
língua oficial do Haiti é o francês e de Cuba, o espanhol. A língua na América
Latina é bem diversificada, em função do passado colonial, já que a maior parte
dos países adotou a língua dos colonizadores:
- Espanhol:
Argentina, Bolívia, Chile, Costa Rica, Cuba, El Salvador, Equador, Guatemala,
Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana,
Uruguai, Venezuela;
- Francês:
Haiti;
- Holandês:
Suriname, Antilhas Holandesas;
- Inglês:
Antígua e Barbuda, Bahamas, Barbados, Belize, Dominica, Granada, Guiana,
Jamaica, Santa Lúcia, São Cristóvão e Nevis, São Vicente e Granadinas, Trinidad
e Tobago;
- Português:
Brasil.
Alguns
países possuem mais do que uma língua oficial, como o Haiti (francês e
crioulo), Bolívia e Peru (espanhol e quíchua).
Indicadores
sociais e de Cuba e Haiti
Para
aprofundar o conhecimento dos países do Mar do Caribe, explore um mapa político
da região em um atlas geográfico escolar. Observe o mapa político da América
Central.
Podemos
dividir a América Central em dois blocos de países: continentais e insulares
(ilhas). Os países da América Central continental são Guatemala, Belize,
Honduras, El Salvador, Nicarágua, Costa Rica e Panamá e os insulares são
Bahamas, Cuba, Jamaica, Haiti, República Dominicana e os países das pequenas
Antilhas. A região é banhada pelo Mar das Antilhas ou Mar do Caribe. Cuba
está localizada ao sul do Trópico de Câncer, separada dos Estados Unidos da
América apenas pelo Estreito da Flórida. O país está localizado a sudoeste das
Bahamas, a noroeste do Haiti e ao norte da Jamaica. Com relação ao Haiti, o
país divide a Ilha Hispaniola com a República Dominicana. A República
Dominicana, na porção oriental, formou-se a partir da colonização espanhola. O
Haiti, na porção ocidental, formou-se a partir da colonização francesa e da
revolta dos escravos.
Analise
a situação social e econômica de Cuba e do Haiti, comparando estes países com
os seus vizinhos da América Central, baseando-se em alguns indicadores
apresentados na tabela “América Central: alguns indicadores”, na página 29 do
caderno do aluno.
Antes,
vamos conceituar os seguintes indicadores:
- Produto
Interno Bruto (PIB): valor total da riqueza produzida em um país, calculado
geralmente no período de um ano. São considerados os bens (automóveis, geladeiras,
televisores, produtos agrícolas e industriais etc.), serviços (bancos,
hospitais, escolas etc.) e atividades comerciais realizadas dentro do país por
empresas nacionais e estrangeiras;
- PIB
per capita: calculado dividindo-se o valor total da riqueza produzida no país
pelo número de habitantes;
- Expectativa
de vida ou esperança de vida: estimativa do tempo de vida da população do país,
em linhas gerais, caso sejam mantidas as condições atuais;
- Taxa de
adultos analfabetos: calculada a partir do total da população acima de 15 anos
que não sabe ler nem escrever. Evidentemente, tal condição resulta num
processo de exclusão cultural e reflete as condições de vida da população;
- População
Economicamente Ativa (PEA): calculada considerando-se o total da população
entre 15 e 60 anos, representando a força de trabalho existente no país.
A
partir da análise, podemos concluir que estamos trabalhando com dois países em
posições extremas. Cuba é o país com a melhor situação social e econômica da
região, enquanto o Haiti é o país mais pobre e com piores índices
socioeconômicos.
A situação
política de Cuba e Haiti
Vamos
analisar as características da economia do Haiti e de Cuba em trechos de dois
artigos publicados, em abril de 2008, no jornal Folha de S.Paulo: “Protestos
contra a fome crescem no Haiti” e “Cubanos absorvem discurso da mudança sem
loucuras”, nas páginas 30 e 31 do caderno do aluno.
minha professora pegou uma parte do texto no seu blog...vc poderia fazer o resumo do texto o meio técnico: a força das maquinas na produção e na circulação ??
ResponderExcluir