sexta-feira, 1 de março de 2013

TEXTO DE APOIO 8º ANO (7ª série )

1º BIMESTRE

1. O meio natural: o contexto do senhor dos ventos

Vamos compreender a produção do espaço mundial como um processo econômico e político na escala da longa duração. A idéia de mundo mudou ao longo de séculos, de acordo com as características sociais e políticas de cada sociedade e do acúmulo de conhecimentos científicos e tecnológicos produzidos em diferentes épocas. Mas é difícil imaginar como os antigos representavam o planeta Terra. Então, um primeiro passo é relacionar as formas de representação da Terra com a cosmovisão (como era a situação, universo) do homem medieval.
Na Idade Média, foram produzidos muitos mapas, mas quase todos dominados pelo sentido cristão do sobrenatural.
Os mais famosos, conhecidos como mapas T-O, representavam o mundo habitado como um disco chato (“O”), centrado em Jerusalém. A divisão entre os três continentes conhecidos (Europa, Ásia e África) era representada por meio de cursos d’água, que formavam o “T”. Um exemplo é o “Mapa-mundi de Sallustio, século IV”, na página 3 no caderno do aluno.
A figura “Conceito cosmográfico de geógrafo cristão, século XI” na mesma página é um exemplo da cosmovisão dos sábios medievais de inspiração aristotélica e bíblica, ordenada em esferas, tendo a Terra no centro do mundo e em volta dela a água e em volta da água o ar, demonstrando perfeito equilíbrio e simetria que somente a criação divina seria capaz de produzir. Essa cosmovisão também está na descrição do mundo feita pelo suíço Joaquim Vadiano, em 1515:


“Como se ela fosse uma espécie de torrão, do qual uma parte emerge do oceano muito vasto e que, com a água sob a qual ela em parte se esconde e donde uma parte ela emerge, constitui uma única rotundidade (redondo).”
Fonte: Joachim Vadianus (1515) apud RANDLES, W. G. L.
Da Terra plana ao globo terrestre. Lisboa: Gradiva, 1990. p. 60.


A “Carta de Ebstorf, Gervásio de Tilbury, 1284”, na página 5 no caderno do aluno, com quatro metros de altura e uma impressionante riqueza de detalhes, representa o mundo como o corpo de Cristo, cuja cabeça, mãos e pés ultrapassam as margens circulares da moldura, rica em pormenores acerca de passagens bíblicas e de representações de terras mais distantes, como a África.
As visões de mundo analisadas refletem as tecnologias disponíveis para o conhecimento e a representação do planeta em cada momento da História e o contexto cultural no qual foram produzidas. Assim, a história da cartografia é também a história de como a humanidade refletiu sobre as características do mundo e de si mesma, em tempos sociais diferentes.

As cartas de navegação e a leitura do rumo dos ventos
As condições técnicas da época propiciaram uma visão do mundo em esferas, sendo a Terra uma única massa rochosa cercada pelo Oceano Atlântico. Durante três séculos, a humanidade conviveu com outro tipo de conhecimento cartográfico, que produziu as chamadas Cartas Portulanas. Elas eram conhecidas para fins práticos de navegação e representavam, mais ou menos, os mesmos elementos: o Mar Mediterrâneo e o Mar Negro, com grande grau de precisão, e parte do Oceano Atlântico até a Irlanda. As cartas portulanas indicavam, com precisão, o rumo dos ventos, as linhas paralelas próximas ao Equador, os portos, os cabos e as enseadas.
Diferente do mundo imaginário dos eclesiásticos (padres, sacerdote, membros da igreja), as cartas portulanas foram baseadas em medições feitas com o astrolábio, um instrumento utilizado pelos astrônomos para indicar a posição dos astros no céu e calculava as medidas angulares de objetos usando astros visíveis no céu como principal referência.

A façanha de Colombo
Até agora, vocês compararam as diferentes visões de mundo coexistentes no século XV.
Um bom exemplo da utilização das forças da natureza a favor dos objetivos humanos, como se caracteriza o período das expansões marítimas foi a travessia do Atlântico por Cristóvão Colombo. Antes da viagem de Colombo, os europeus imaginavam que o mundo era formado por três partes: Europa, Ásia e África.
Até a invenção do navio a vapor, a navegação oceânica dependia fundamentalmente da direção dos ventos e das correntes marinhas. Por isso, os padrões de circulação geral da atmosfera, para os grandes navegadores dos séculos XV, XVI e XVII, foram muito importantes.
A figura “Padrão geral de circulação da atmosfera”, na página 7 do caderno do aluno, destaca os ventos alísios de nordeste e sudeste e os ventos de oeste (lado direito).
Como os navegadores europeus, tais como Colombo, puderam alcançar a América e depois regressar à Europa, sendo que os ventos que sopravam a favor e ajudavam a mover os barcos na ida eram ventos contrários na volta? Os navegadores não retornavam pelo mesmo caminho! Era preciso encontrar uma rota favorável para a volta, diferente do caminho que havia sido utilizado na ida. A esquadra de Colombo utilizou-se dos ventos alísios de nordeste para tomar o rumo das Américas e os ventos de oeste para retornar à Europa.
Os ventos alísios de Nordeste e Sudeste são resultantes da influência do movimento de rotação, que move a Terra de oeste para leste. A “Rota da primeira viagem de Cristóvão Colombo”, na página 8 do caderno do aluno, mostra o percurso e percebemos que ele tirou proveito da direção dos ventos e das correntes marítimas. O referido navegador utilizou-se dos conhecimentos náuticos de sua época e adotou os procedimentos técnicos das cartas portulanas para a navegação em alto-mar. Por isso, Cristóvão ficou conhecido como “senhor dos ventos”, por causa de seu conhecimento sobre os ventos alísios e de oeste, que o auxiliaram a traçar a melhor rota para a sua primeira expedição.

Globalização em tempo de expansão marítima: as vantagens comparativas da Espanha e de Portugal
Para finalizar o estudo da Geografia do período das grandes navegações, vamos analisar o mapa “Territórios coloniais portugueses e espanhóis, século XVIII”, na página 9 do caderno do aluno. A Espanha e Portugal ocuparam as maiores extensões territoriais por apresentarem condições políticas favoráveis à realização da expansão ultramarina (unificação da nação em torno do rei, o maior financiador das expedições marítimas) e acumularem conhecimentos preciosos dos “segredos do mar” (domínio que esses países exerciam sobre as técnicas de navegação). Outro fator importante foi sua posição geográfica, que favoreceu as grandes navegações desses países.

2. O meio técnico: a força das máquinas na produção e na circulação

O meio técnico é produto da Revolução Industrial. Embora as técnicas sejam quase tão antigas quanto a humanidade, apenas no final do século XVIII, com a emergência da indústria, a capacidade produtiva humana tornou-se suficiente para transformar extensa e profundamente a superfície terrestre.
A Revolução Industrial representou a substituição do uso da energia humana ou animal pela energia mecânica nos processos de produção de artefatos. A combustão do carvão mineral e a máquina a vapor expandiram a capacidade produtiva humana e inauguraram a era industrial. As ferrovias e os navios a vapor promoveram uma revolução nos meios de transporte, desencadeando um crescimento inédito do comércio internacional.
Os ciclos iniciais da era industrial abriram as portas para a formação da economia-mundo, ou seja, para a incorporação de todos os povos e continentes nos fluxos mercantis e circuitos de investimentos centralizados pelas potências industriais. Foi então que o imperialismo (política de expansão e domínio territorial e/ou econômico de uma nação sobre outras) — anexando novas áreas coloniais na África e na Ásia e influenciando fortemente regiões da América Latina — criou um verdadeiro mercado de dimensões planetárias e uma nova divisão internacional do trabalho.
O traçado das ferrovias ilumina uma das características essenciais da Geografia produzida pelo imperialismo. Nos países industrializados da Europa, foram construídos troncos principais complementados por uma densa rede de trilhos que se espalham em todas as direções, facilitando o transporte no interior do território e unificando o mercado interno. Nos Estados Unidos, os grandes ramais ferroviários cortaram transversalmente o território e ajudaram a conquistar e integrar o oeste agrícola ao nordeste industrial.
Contudo, na África, Ásia e América Latina, as ferrovias nasceram para ligar as regiões produtoras de matérias-primas aos portos exportadores. A configuração da rede ferroviária da África, no século XIX, serve de espelho para compreender a organização do espaço produzida pelo imperialismo: o mercado externo funcionava como principal motor da economia e as redes de transporte, em vez de integrar, fragmentavam os espaços nacionais.
Para analisar esse novo contexto, vamos articular diferentes paisagens características do meio técnico, por meio da leitura de textos, fotografia e mapas.
Nas imagens “Litografia do século XIX representando a área industrial de Sheffield, cidade ao norte da Inglaterra” e “Gravura do século XIX representando fábrica têxtil do empresário Titus Salt, na cidade de Bradford, no norte da Inglaterra” da página 13 do caderno do aluno, identificamos evidências do impacto da atividade industrial na produção do espaço geográfico. As características ambientais de uma típica cidade industrial do século XIX, tais como insalubridade (nocivo à saúde, não saudável) e poluição, alteram profundamente a qualidade de vida de seus habitantes, as condições ambientais da cidade e a vida cotidiana com a instalação de indústrias.

O impacto da Revolução Industrial no mundo
A Revolução Industrial gerou impactos na produção do espaço mundial. O surgimento da indústria é uma revolução não somente técnica, mas social e econômica, porque transformou completamente o mundo em um sistema técnico único e integrado.
Surgiram os navios a vapor e as ferrovias, que tornaram as viagens inter e intracontinentais (intercontinentais quer dizer para outros continentes e intracontinentais, no mesmo continente) muito mais rápidas e seguras e possibilitaram a ampliação dos fluxos de mercadorias e de pessoas entre os países.
A indústria provocou um impacto local e global: aos poucos destruiu as antigas corporações de artesão e reforçou a divisão internacional do trabalho entre países industriais e os fornecedores de matéria-prima. Os textos 1 e 2 de Raul Borges Guimarães, na página 14 do caderno do aluno, explicam esse momento.

O meio técnico e o encurtamento das distâncias
            Os mapas “África: político” e “Europa: político” nas páginas 16 e 17 do caderno do aluno apresentam a malha ferroviária da África e da Europa. A distribuição das ferrovias pelos continentes, relacionando com a organização do espaço com as características do período do meio técnico, evidencia:
- a malha ferroviária da Europa (mais densa) unificava seus mercados internos, servindo principalmente aos mercados do próprio continente;
- o espaço ferroviário da África (com poucas ferrovias) tinha como estratégia colonial, o favorecimento da exploração dos recursos da colônia, conectando as regiões produtoras de matérias-primas agrícolas e minerais – no interior – até os portos de exportação – no litoral –, não articulando os mercados internos do continente;
- o mesmo acontece com as malhas ferroviárias dos Estados Unidos (que tem o caso semelhante ao da Europa) e América do Sul (semelhante à África).

3. O meio técnico-científico e a inclusão no mundo digital

            As revoluções tecnocientífica e informacional se desenvolveram a partir da década de 70. Os extraordinários avanços nas técnicas de armazenamento e processamento de informações foram potencializados pelas redes digitais, cabos de fibra ótica e satélites de comunicações. Da mesma forma, devemos considerar o novo ciclo de inovações (cujos fundamentos repousam sobre a “revolução da informação”), os avanços da biotecnologia, a automatização e a robotização dos processos produtivos, a descoberta de novos materiais e de novas tecnologias de geração de energia.
Podemos relacionar essas mudanças ao ciclo de inovações que envolveram outros campos, assentados sobre a aplicação da ciência às tecnologias de produção. É o que ocorre com a química fina (área de pesquisa e fabricação de novos medicamentos), com a biotecnologia e suas aplicações na medicina e na agricultura, com a robótica e com a automação industrial, que tem se intensificado. Também podemos relacionar tais processos com a difusão de mercadorias nascidas dessas tecnologias nas indústrias tradicionais, reinventando seus produtos e processos de produção. Ou com a disseminação da informática no setor financeiro, na indústria, nos sistemas de administração pública e privada, nos serviços de transportes, na saúde e na educação.
Vivemos em um mundo no qual o ciberespaço (ou espaço virtual) está em toda parte. Praticamente todas as pessoas estão envolvidas, num certo grau, com o espaço virtual. Apesar do crescimento exponencial da internet, a distribuição de seus usuários ainda é muito desigual. Metade deles está concentrada em países da Europa, nos Estados Unidos e no Canadá, como observamos no gráfico “Mundo: crescimento do uso de internet, 2000-2006”, na página 21 do caderno do aluno. No Brasil, o uso da internet é mais disseminado nos estados do centro-sul: Mato Grosso, Espírito Santo, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, onde apresentam o maior percentual de uso da internet (“Brasil: uso da internet, 2005”, na página 20 do caderno do aluno).
Hoje, o ciberespaço transformou-se em um grande negócio. Os programas de busca fazem sucesso entre os internautas porque é difícil encontrar as informações e navegar pela internet, uma vez que existem milhões de páginas para serem visitadas pelos usuários. As diferenças entre os navegadores da internet e os navegadores dos mares são grandes. Por exemplo, Enquanto o navegador genovês Cristóvão Colombo era financiado pelos reis da Espanha, os criadores de programas de busca da internet são jovens estudantes de universidades norte-americanas.
Este novo mundo virtual, o ciberespaço, é capaz de interligar diferentes pontos do planeta quase instantaneamente, e tem representado a intensidade dos fluxos de idéias e de informações que atravessam o planeta. A @ (arroba) ou www (world wide web, ou rede de alcance mundial, numa tradução livre para o português) são formas de representação do ciberespaço.

O significado das redes de informação
Vamos retomar uma comparação do meio técnico do período industrial com as características do período atual, denominado de meio tecnocientífico informacional.
O meio técnico do período industrial caracterizava-se pelo predomínio da indústria e da transferência de matéria por meio de redes de transportes como ferrovias e rodovias. O meio tecnocientífico informacional do período atual caracteriza-se pelo predomínio das finanças e da transferência de capitais e informações por meio de redes de comunicações de alta tecnologia. Enquanto as redes de comunicações do meio técnico industrial eram sistemas de rádio, telefonia e televisão analógicos, com transmissão separada de palavras, sons e imagens, as redes de comunicações nascidas com a informática, nos dias atuais, transferem “pacotes digitais” de informação que são interpretados como texto, som ou imagem.
A tecnologia de compressão digital proporciona, hoje, o aumento assombroso da velocidade e da quantidade de informação transmitida, além da convergência de diferentes tipos de mídia. Em função de tais características, os países que detêm o desenvolvimento científico e tecnológico desse tipo de produto tornaram-se extremamente poderosos e apresentam vantagens comparativas que os tornam cada vez mais ricos aumentando o “abismo tecnológico” que separa os países e regiões prósperos dos países e regiões pobres.
            Vamos analisar, criticamente, o surgimento desta nova dimensão de espaço, o virtual, ou o novo sentido da própria idéia de “navegação”.
O vocabulário dos usuários da internet é repleto de imagens que fazem referência ao mar, como por exemplo, navegar pela rede mundial, navegador da internet, a ação dos piratas da internet, dentre outras. O sentido da metáfora é claro. Mais de 250 milhões de internautas do mundo inteiro buscam descobrir sites nunca antes visitados. E navegar na internet tornou-se uma tarefa similar ao de se procurar “agulhas perdidas no palheiro”. Se em 1995 havia 10 milhões de páginas na internet, em 2006 o número ultrapassou a incrível marca de 100 milhões! Para ser mais exato, em 2006 eram 101,4 milhões de páginas, das quais 27 milhões entraram no ar somente naquele ano, criando uma espécie de planeta virtual, onde as pessoas (a sociedade da informação) se relacionam virtualmente, por meios eletrônicos.
No mundo contemporâneo, as tecnologias de informação são parte cada vez mais importante do cotidiano das empresas e das pessoas. Por exemplo, na gestão empresarial, no comércio e na vida cotidiana, as pessoas usam os programas de computador para se conectar com amigos e familiares.




4. Análise crítica do processo de globalização contemporânea (uso do vídeo)

O foco desse capítulo será estudar os efeitos da globalização e da integração dos mercados mundiais em um país africano, por meio de um documentário que mostra os efeitos do ingresso das roupas de segunda mão sobre a indústria têxtil de um país africano.
A intensificação dos fluxos comerciais entre os países é uma das características do processo de globalização. Esse processo pode ter efeitos perversos sobre os mercados locais, principalmente nos países mais pobres, o que pode resultar desigualdades internacionais no processo.
Nem sempre a “ajuda internacional” contribui para a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Melhor seria apresentar alternativas de ajuda, mais eficazes, como o compartilhamento de tecnologias agrícolas e industriais que pudessem, de fato, incrementar o sistema produtivo dos países mais pobres do planeta. Atitudes solidárias são fundamentais, mas é necessário um estudo criterioso para que essas ações apresentem resultados efetivos de inclusão social.
Vamos assistir ao filme “Camisetas viajando” e depois trabalhar com as situações propostas no caderno do aluno, nas páginas 27 e 28.


2º BIMESTRE

5. As fontes e as formas de energia: a fonte energética da vida

           
            A energia do Sol é a fonte principal da vida na Terra. É a partir dessa energia que se realiza a fotossíntese, processo responsável pela fixação do gás carbônico (dióxido do carbono), um dos gases que resultam da queima dos combustíveis.
            É ainda a fotossíntese o processo que alimenta, direta ou indiretamente, a produção das fontes de energia que utilizamos, tais como o gás natural, o petróleo e o carvão natural, além de garantir a produtividade de todo o planeta. Para refletir a respeito dos fluxos naturais de energia, vamos analisar a formação e distribuição da biomassa (qualquer matéria de origem vegetal, utilizada como fonte de energia) pelo planeta. Vamos focar a análise no ciclo do carbono e do nitrogênio, que não existiriam sem a energia solar. Os combustíveis fósseis, largamente utilizados nos dias de hoje, como o carvão mineral e o petróleo, são vistos como biomassa produzida pela fotossíntese realizada no passado da Terra e depositada no subsolo.
            A energia solar é muito importante. Quase 99% da energia que flui até a superfície terrestre é resultado da radiação solar (o calor procedente do centro do planeta e as forças gravitacionais do Sol e da Lua completam o restante). Sem ela, o oceano se congelaria e a temperatura na superfície terrestre seria inferior a 200°C negativos. O aquecimento do solo pela energia solar e a troca de calor entre a superfície aquecida e a atmosfera, coloca o ar em movimento e mantém a circulação geral da atmosfera, o ciclo da água, o ciclo do carbono e do nitrogênio. É a luz solar que sustenta a cadeia alimentar no planeta por meio da fotossíntese.
            Na fotossíntese, grandes quantidades de CO2 presentes na atmosfera são absorvidas continuamente. Nas florestas, por exemplo, as árvores precisam de uma quantidade grande de carbono para crescer, e acabam “seqüestrando” este elemento do CO2 atmosférico. Durante a história da Terra, esse processo natural ajudou a diminuir a quantidade de CO2 na atmosfera, o que explica porque o plantio de árvores é fundamental para reduzir os poluentes atmosféricos.
            Quais as implicações do fenômeno observado (fotossíntese) na composição da atmosfera e na distribuição da vida na superfície terrestre?
A fotossíntese permite retirar da atmosfera o gás carbônico, um dos gases que concorrem para o aquecimento global. A luz solar ilumina as diferentes regiões do planeta, mas as condições de iluminação não são homogêneas (iguais) na superfície terrestre. Ou seja, existem regiões mais iluminadas ao longo do ano (faixa equatorial) e outras menos iluminadas (região polar), o que acaba interferindo na produtividade de cada região. Como a fotossíntese fornece as substâncias e a energia que as plantas precisam para crescer, há uma relação da fotossíntese com a produção da biomassa: as formações mais produtivas de biomassa ocorrem em condições mais adequadas de realização da fotossíntese, ou seja, nas regiões mais iluminadas, como os mangues tropicais e as florestas equatoriais. A zona tropical é a mais produtiva e a zona polar a menos produtiva. Essa distribuição é explicada pela importância da luz solar na produção da biomassa. As áreas mais próximas do Equador estão expostas à luz solar durante maior número de horas por ano, enquanto na proximidade dos pólos, no período de inverno, os dias são mais curtos do que as noites. Outro fator importante é a inclinação com que a luz solar alcança as diferentes zonas da Terra, não atingindo na mesma intensidade o solo polar e o tropical, porque é refletida em grande parte para o universo.
            Porém, para o desenvolvimento das plantas, também é fundamental a disponibilidade de água. Dessa forma, o ambiente poderá estar localizado na zona tropical, mas não ser muito produtivo em termos de desenvolvimento de biomassa, como se verifica nos desertos e savanas.
            Algumas culturas agrícolas são mais produtivas em termos de desenvolvimento de biomassa, como um canavial. Em termos de toneladas de biomassa por hectare ano, um campo irrigado de cana-de-açúcar produz 1,5 mais matéria vegetal do que uma floresta tropical úmida. Apesar dessa produtividade, os canaviais têm constituído um problema ambiental, uma vez que, na época da colheita, são efetuadas queimadas, que transformam parte da celulose em CO2, devolvendo à atmosfera o carbono que havia sido capturado durante o crescimento da plantação.

O seqüestro de carbono
            “Seqüestro de carbono” é uma expressão que ganhou visibilidade a partir da Conferência de Kyoto (cidade japonesa), em 1997, quando se estabeleceram metas para a contenção do acúmulo de CO2 na atmosfera. Esse processo é muito antigo, o que permitiu o desenvolvimento da vida no planeta por meio de mecanismos de equilíbrio e conservação de estoques de carbono nos solos, florestas e outros tipos de vegetação. Afinal, na fotossíntese, as plantas liberam oxigênio e consomem dióxido de carbono para produzir a celulose. Quando a lenha é queimada, a celulose é convertida novamente em CO2 e água. É por isso que a intervenção humana, em alguns ambientes naturais, podem ser muito mais danosas para o equilíbrio energético do planeta, e o estudo desses ambientes é uma forma de compreender melhor os fluxos naturais de energia.
            O Programa Biológico Internacional, com o apoio da UNESCO, tem o objetivo de calcular a quantidade de matéria orgânica (biomassa) produzida nos diferentes ambientes terrestres. Para isso, foi estabelecida uma unidade de medida da produtividade primária líquida (PPL) da biomassa por meio de uma taxa da quantidade de matéria orgânica produzida por hectare. A taxa de PPL, como é chamada, é um cálculo indireto do seqüestro de carbono.

A produção primária nos diferentes ambientes
Como vimos, as plantas precisam realizar fotossíntese para crescer, e quando crescem, produzem biomassa. São chamadas de produtores primários porque formam a base de todas as cadeias alimentares. Por esta razão, a energia produzida pela fotossíntese é chamada de produção primária. A produção primária pode ser medida pelas trocas gasosas que as plantas realizam e também pelo seu crescimento (biomassa).


Os ciclos do carbono e do nitrogênio e a formação de recursos energéticos
            Assim como o ciclo da água tem sido amplamente estudado na escola, os ciclos do carbono e do nitrogênio também são importantes para compreender a dinâmica da natureza e os impactos ambientais provocados pela exploração de recursos energéticos.
            Observe o fluxograma “O ciclo do nitrogênio” na página 7 do caderno do aluno. Os fluxogramas, que são representações gráficas, estabelecem, sinteticamente, conexões entre os elementos de um sistema. Qualquer que seja o ponto de partida do diagrama (por exemplo, nesse do ciclo do nitrogênio, os elementos são a água, o solo, as plantas, os animais ou a atmosfera), descreve os caminhos possíveis do nitrogênio. A intervenção humana no ciclo do nitrogênio está provocando profundas alterações no ambiente, principalmente com a introdução de fertilizantes artificiais, que poluem o solo, o ar e os recursos hídricos. O nitrogênio representa um papel importante na manutenção da vida, pois ele é importante na constituição das proteínas. As plantas não conseguem absorver o nitrogênio diretamente da atmosfera. Elas absorvem o nitrogênio dos nutrientes do solo, na forma de nitratos e sais de amônia. Por isso, a agricultura moderna introduz, no solo agrícola, fertilizantes artificiais ricos em nitratos. Mas o excesso de nitrogênio no solo é eliminado pelas chuvas, atingindo os rios. O excesso de nitrato, em lagos e represas, provoca a proliferação de plantas aquáticas, o que demonstra um desequilíbrio.
            Leia sobre “O ciclo do carbono” na página 8 do caderno do aluno. O desenvolvimento da pecuária é outro processo de acirramento da emissão de carbono na atmosfera. No Brasil, a maior parte das emissões de carbono do país é proveniente do desmatamento da Amazônia, que precisa ser controlado de maneira mais firme.

6. Matrizes energéticas: da lenha ao átomo

O uso das fontes energéticas possui história própria. A energia cinética dos ventos, por exemplo, é uma fonte muito antiga. Ela começou a ser utilizada nos primeiros séculos da nossa era, principalmente nos Países Baixos (Holanda, Luxemburgo) e na Europa Ocidental, para a moagem de grãos, nas serrarias dos estaleiros (lugar onde se constroem e consertam navios) e nas bombas para secagem dos pôlderes. A força do vento também era utilizada para movimentar embarcações e bombear água para irrigação havia muitos séculos.
O uso do carvão mineral, por sua vez, ganhou impulso a partir da segunda metade do século XVIII, transformando completamente a matriz energética mundial. O crescimento das cidades e da atividade industrial levou ao aumento do consumo do carvão mineral, expandindo consideravelmente o uso da energia.
Hoje parece natural o uso do petróleo e da eletricidade gerada pelas turbinas das hidrelétricas e termelétricas; a história dessas fontes energéticas, cujo uso é muito mais recente, não teria sido possível sem o desenvolvimento científico e tecnológico do século XX. A matriz energética, com base na eletricidade, ganhou impulso ainda maior após a Segunda Guerra Mundial, quando a energia nuclear passou a ser utilizada como recurso adicional.
Por um longo período da história da humanidade, a única forma de energia utilizada pelo homem foi sua própria força muscular. Com a descoberta do fogo, há aproximadamente 100 mil anos, a madeira passou a ser o principal recurso energético explorado pelo homem. O uso de bois, búfalos, cavalos ou camelos no transporte e nos trabalhos da lavoura, na moagem de grãos e no bombeamento de água também foi uma das principais fontes de energia durante séculos. Apesar da enorme inovação tecnológica no campo da produção de energia, a madeira e a tração animal ainda são as únicas fontes de energia para a maior parte da humanidade. A madeira representa 15% da energia consumida no mundo. Esta ainda é a fonte para mais da metade da população mundial. Em alguns países a queima da lenha representa cerca de 90% do combustível utilizado.
As fontes de energia que nós utilizamos durante um dia comum da semana são eletricidade, os combustíveis fósseis e a própria força motriz para se movimentar a pé ou realizar atividades domésticas, como varrer calçadas, carregar compras de supermercado etc. Mas hoje, cerca de 2 bilhões de pessoas ainda não têm acesso à energia elétrica. Como essas pessoas preparam seus alimentos e se protegem do frio? Usam a madeira como combustível, uma vez que essa é uma prática ainda comum nas famílias brasileiras mais pobres ou fez parte da história de nossos pais ou avós.

O consumo mundial de energia
O consumo mundial de energia é crescente. Observe o gráfico “Consumo de energia por habitante nos diferentes estágios de desenvolvimento da humanidade” na página 10 do caderno do aluno; o crescimento de consumo diário cresceu muito com o advento da tecnologia. A quantidade de energia utilizada atualmente é 30 vezes maior que antes do início da Revolução Industrial, no século XVIII. E o consumo não pára de crescer. As áreas urbanas e industriais, onde há intenso consumo de combustíveis fósseis, apresentam fluxo anual de energia, em quilocalorias por metro quadrado, cem vezes maior que o de ecossistemas naturais como estuários, recifes de corais e florestas tropicais. Calcula-se que até 2050, a humanidade estará empregando apro­ximadamente a mesma quantidade de energia consumida por todos os seres vivos juntos
O consumo de energia nas moradias e comércio perde importância para o consumo da indústria, agricultura e transportes. O crescimento do consumo de energia foi gradual e foram atividades produtivas que provocaram esse aumento. Apesar do crescimento acelerado do consumo de energia no mundo, a distribuição da energia entre os países é muito desigual.

A crise do petróleo
Desde a Revolução Industrial, os combustíveis fósseis passaram a ser utilizados maciçamente, sobretudo o carvão mineral. Após a Segunda Guerra Mundial, ocorreram novas transformações na matriz energética mundial. Primeiro, o petróleo foi ganhando maior importância e, mais recentemente, ocorreu um aumento significativo do consumo de gás natural, considerado uma alternativa para a diminuição da dependência em relação ao petróleo.
No gráfico “Produção mundial de energia, por fonte (2006)” na página 14 do caderno do aluno, os combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás) representam, juntos, quase 81% das fontes de energia consumidas no mundo. Quais as implicações de tal fato?
- A poluição ambiental: o consumo dessas fontes provoca o lançando na atmosfera dos gases que provocam o efeito estufa;
- O problema das reservas existentes: como se trata de uma espécie de energia solar armazenada, produto da fotossíntese realizada há milhões de anos, os combustíveis fósseis são recursos naturais não-renováveis (ou seja, podem acabar).
            Vamos analisar dados a respeito da distribuição das reservas existentes de petróleo no mundo. Nesse caso, é preciso diferenciar reservas, cuja magnitude (grandeza) é conhecida, de recursos, cuja magnitude só pode ser estimada porque ainda falta iniciar a prospecção. Prospecção é a forma de avaliar a produtividade de determinado campo petrolífero. Para os especialistas no assunto, os recursos petrolíferos mundiais são em torno de 300 bilhões de toneladas. Até o momento, foram extraídos cerca de 90 bilhões de toneladas, restando uma reserva aproximada de 210 bilhões. É evidente que, com o aumento do preço do barril do petróleo e o desenvolvimento tecnológico, tem sido possível rever esses números, com o aproveitamento cada vez maior de reservas até então consideradas inacessíveis ou inviáveis economicamente. A disponibilidade do petróleo envolve também um componente político, uma vez que os recursos estão desigualmente distribuídos pelos países.
            Se observarmos a figura “Principais regiões de produção e consumo de petróleo no mundo (em milhões de barris por dia), 2008” na página 15 do caderno do aluno, identificamos que os principais produtores de petróleo do mundo estão localizados no Oriente Médio, seguido da América do Norte (Canadá, Estados Unidos e México), dos países da ex-URSS e do leste Europeu. A maior parte das reservas petrolíferas dos países mais ricos (Estados Unidos e Europa) já foi consumida, gerando dependência externa do produto. Até o final da década de 1960, o mundo não conhecia o problema da crise energética, pois havia oferta de recursos energéticos em abundância; a alta do preço do petróleo nos anos 70 alterou completamente esse cenário. Nos últimos 30 anos, entraram na agenda política dos países a substituição do petróleo por outras fontes de energia e a implantação de programas de uso racional de energia.
            No Brasil, podemos dividir a evolução do consumo e produção do petróleo em três períodos distintos: de 1970 a 1979, de 1980 a 1994, e de 1995 a 2006. Na década de1970, a produção nacional manteve-se estável, apesar do crescimento acelerado no consumo do petróleo. Em 1973 e 1979, ocorreram fortes elevações no preço do barril do petróleo, o que provocou uma inversão do consumo no período seguinte. Somente a partir da segunda metade da década de 1990 o consumo tornou a subir, só que, desta vez, acompanhado pelo crescimento da produção nacional de petróleo. De acordo com essa série histórica, o País caminha para a auto-suficiência no petróleo. O crescimento da produção nacional está associado ao desenvolvimento tecnológico da Petrobras para explorar reservas até então inacessíveis em águas profundas do oceano. Essas bacias petrolíferas têm se mostrado bastante produtivas.

7. Perspectivas energéticas: potencial e limitações de energias renováveis

A energia eólica (dos ventos) e a energia solar, fontes energé­ticas limpas e renováveis, são as formas de geração de eletricidade com as maiores taxas de crescimento de uso no planeta. Grandes fazen­das eólicas podem ser encontradas nos Estados Unidos, Alemanha, Dinamarca e Espanha, que lideram a produção de energia por esse meio. Como os custos de instalação ainda são eleva­dos, os principais produtores de energia solar são a França e os Estados Unidos. Aos poucos, as tecnologias construtivas estão incorporando novos princípios que diminuem enormemente o impacto ambien­tal, e a adaptação das casas ao uso de novas fontes de energia já é uma realidade.
As difi­culdades para a difusão dessa tecnologia nos países mais pobres são:
- a necessidade de investimentos em tecnologia e;
- a renda baixa das famílias para pagar pelo benefício. Como os países mais ricos são os maiores consumi­dores de energia, já há um mercado disposto a pagar pelas melhorias. Em países mais pobres, esse mercado terá de ser ampliado para tornar viável economicamente a mudança.

Uso da energia eólica e solar
As energias eólica e solar são as duas fontes alternativas com mais possibilidade de aplicação no curto prazo. A geração eólica é de menor custo, mas depende das características do vento disponível na região. Por sua vez, a energia solar ainda apresenta altos custos de implantação e não é uma alternativa para os países mais pobres. O resultado disso pode ser observado na comparação entre o Brasil e a Alemanha. Enquanto no Brasil foram instala­dos 100 megawatts (MW) de energia eólica em residências em 2006, no mesmo período foram instalados na Alemanha 1.200 MW. Enquanto no Brasil existem 15 parques eólicos, com capacidade de geração de 250 MW, a Alemanha tem capacidade de 22 mil MW. Para o desenvolvimento dessas tecnologias é preciso investimentos.
Observando o gráfico “Gasto em pesquisa com energias renováveis, 2004”, na página 20 e o mapa “Participação de fontes renováveis na produção de energia elétrica,2003”, na página 21, ambos no caderno do aluno, percebemos que a Europa concentra grande parte dos países que mais investem em energias renováveis. Existe uma enorme distância entre os países mais ricos do Norte e os países mais pobres do Sul. Países da América do Norte, da Europa Ocidental e do Leste e Sudeste Asiático são grandes produtores de energia. Apesar dos esforços para a adoção de energia renovável, observa-se que o combustível fóssil ainda é majoritariamente a principal fonte energética mundial. Combustíveis fósseis são substâncias minerais compostas de hidrocarbonetos usadas como combustível, resultados de um processo muito lento de decomposição de plantas e animais a milhões de anos, daí o nome combustível fóssil. Podem ser encontrados no subsolo, em vários lugares do planeta. São três tipos de combustíveis fósseis: o carvão, o gás natural e o petróleo. Ainda no mapa, apesar de a América do Sul representar pequena porção da produção de eletricidade, a utilização de fontes renováveis se destaca.

Uso da energia nuclear
Após a Segunda Guerra Mundial, a ener­gia nuclear começou a ser explorada como um recurso alternativo para atender à demanda por eletricidade. Alguns países investiram in­tensamente nesse recurso.

8. A matriz energética brasileira

O Boletim Energético Nacional (BEN) é emitido anualmente pelo Ministério de Minas e Energia e pode ser acessado no site http://www.mme.gov.br/. Esta publicação se propõe a estudar o mercado de energia e sua interação com a economia, apresentando uma análise sobre temas relevantes no setor energético e uma síntese das principais estatísticas do mercado de energia.
Nesse último capítulo do bimestre, vamos estudar os fluxos das fontes primárias e secundárias de energia, desde a produção até o consumo final. Dessa forma, teremos um exemplo concreto de matriz energética e sua relação com aspectos políticos e econômicos que a envolvem.
O consumo total de energia do Brasil representa aproximadamente 2% do consumo mundial e calcula-se que esse consumo represente cerca de 1,5% das emissões mundiais de carbono. Para se ter um parâmetro, o consumo per capita dos Estados Unidos é 7 vezes o consumo do brasileiro e as emissões de carbono per capita dos Estados Unidos é 11 vezes maior que as emissões per capita brasileiras. Essas características podem ser compreendidas de maneira mais abrangente, observando-se a série histórica do balanço energético nacional.
Por meio da leitura do gráfico “Brasil: produção primária de energia, 1970-2006”na página 25 do caderno do aluno, avaliamos o impacto ambiental resultante do crescimento da produção brasileira de energia. A energia primária são as fontes providas pela natureza na sua forma direta, como petróleo, gás natural, carvão mineral, energia hidráulica (águas), lenha, dentre outras. O crescimento da produção primária foi impulsionado pelo aumento na produção de petróleo e gás natural, que são fontes não-renováveis. Em 1970, a produção de energia primária brasileira era quatro vezes menor do que em 2006, mas a matriz energética era bem diferente. Naquela época, havia o predomínio do uso de fontes renováveis, sobretudo a queima da lenha. O desenvolvimento do setor energético alterou completamente essa situação. Dentre as fontes renováveis, é bastante perceptível a importância dos produtos derivados da cana de açúcar utilizados como fonte de energia na produção de energia primária no Brasil. As políticas governamentais poderiam ser responsáveis por tal crescimento, como o Programa Pró-Álcool e os investimentos públicos na construção de usinas hidrelétricas.

A produção brasileira de petróleo
As reservas de petróleo do país são a segunda maior da América do Sul, ficando atrás apenas das reservas da Venezuela. Com o desenvolvimento tecnológico de exploração das jazidas em águas oceânicas profundas, o Brasil vem gradativamente superando suas marcas (por exemplo, as recentes descobertas de campos de petróleo no litoral brasileiro).

Fontes alternativas no Brasil: o biodiesel
O biodiesel é um combustível biodegradável (substância que se decompõe naturalmente, perdendo suas propriedades nocivas ao meio ambiente) produzido a partir de inúmeras fontes de energia renováveis. Dezenas de espécies vegetais abundantes no Brasil podem ser utilizadas na produção do biodiesel, como a mamona, o girassol, o babaçu, a soja, o amendoim, o dendê, dentre outras. Ele pode substituir parte ou totalmente o diesel em motores de combustão interna e pode ser processado de várias maneiras, como o craqueamento, a esterificação ou transesterificação.

3º BIMESTRE

9. A apropriação desigual dos recursos naturais


Como fazemos parte de uma civilização extremamente dependente da exploração de recursos minerais, vamos analisar inúmeras situações da vida cotidiana relacionadas ao uso e à apropriação destes recursos. Para isto, diferenciaremos os conceitos de recurso mineral, reserva mineral, minério, lavra e mina.
Em primeiro lugar, a expressão recurso mineral diz respeito aos materiais rochosos que são utilizados ou podem ser explorados para uso humano. Estes recursos podem ser divididos em diferentes categorias, de acordo com o grau de conhecimento técnico, interesse e viabilidade econômica. Assim, a reserva mineral é parte do recurso mineral identificada e reconhecida pelo seu valor econômico. Dependendo do grau de concentração de substâncias minerais numa determinada reserva, maior será sua viabilidade econômica. Minério é o material rochoso com alta concentração de substâncias que interessam economicamente à atividade extrativa. O local onde o minério é explorado denomina-se jazida mineral e a lavra é o conjunto de operações necessárias para retirada do minério da jazida.
Substâncias minerais, como ferro, manganês e chumbo, participam da composição química média da crosta terrestre e, portanto, numa jazida mineral, concentram-se em maior quantidade. O ferro, por exemplo, pode ser encontrado em diversos tipos de rocha na forma de hematita (Fe2O3). O que difere a jazida mineral de ferro de outros materiais rochosos é o seu grau de pureza. As jazidas viáveis economicamente são aquelas formadas praticamente por hematita concentrada. As jazidas minerais em exploração são denominadas de minas.
Como os recursos minerais resultam da concentração de substâncias nos materiais rochosos, seu tempo de formação é muito mais longo (milhões de anos) do que a velocidade de sua exploração econômica. Por causa disto, o que estará em discussão é o uso de recursos minerais não-renováveis, pois sua extração é altamente impactante e exige  a discussão da conservação do recurso e de sua exploração sustentável. Por exemplo, na sala de aula o piso pode ser de madeira ou cimento queimado, substituindo a cerâmica; as janelas, se fossem de madeira, poderiam ser substituídas por estruturas metálicas, e assim sucessivamente.

Resíduo sólido não é lixo
            Qual a diferença entre resíduo e lixo? De acordo com o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, lixo é qualquer objeto sem valor ou utilidade ou detrito oriundo de trabalhos domésticos, industriais etc. que se joga fora; resíduo sólido é um termo que tem sido comumente utilizado para substituir a palavra lixo.
            Na expressão “resíduo sólido” está a idéia implícita de reutilização do material, ou seja, a valorização daquilo que aparentemente não serve para mais nada. Por exemplo: um dos resíduos acumulados diariamente no pátio e na cantina da escola é a lata de refrigerante consumida na escola.
            Observe o cartaz elaborado pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade sobre o processo de transformação das chapas de alumínio em latas, na página 8 e 9 da sua apostila:
- 74 latas produzidas consomem 1 kg de alumínio;
- com uma chapa de alumínio de 1 m de comprimento por 1,72 m de largura podem ser produzidas 99 latinhas.
Agora observe o cartaz da reciclagem na página 10, que apresenta o processo de reutilização das latinhas:
- o alumínio é um minério oriundo da bauxita e para extraí-lo é necessário passar por um processo químico de eletrólise que utiliza grande quantidade de água;
- cada 1000 kg de alumínio reciclado representam 5000 kg de minério bruto (bauxita) poupados. A reciclagem do alumínio também é uma grande economia de energia, pois são gastos apenas 5% da energia necessária para se produzir o alumínio primário (o que não é produto de reciclagem).
            Além da reutilização de recursos minerais, uma questão ambiental importante é a do consumo abusivo estimulado pela propaganda. Precisamos encontrar alternativas de redução do consumo de refrigerantes na escola, analisando inclusive implicações relativas à saúde da população em torno dos hábitos alimentares. Podemos substituir os refrigerantes por sucos naturais ou água. Quanto aos recipientes, o uso de copos de plásticos reaproveitáveis fornecidos pela cantina ou mesmo copos de responsabilidade de cada usuário, dentre outras idéias.

Questões

1)     Defina
a)     Jazidas
b)    Reserva mineral
c)     Minério
d)    Lavra
e)     Recurso mineral
2)     Quais substancias participam da formação da crosta terrestre
3)     Como deve ser uma jazida economicamente viável
4)     O que difere a jazida mineral de ferro dos outros materiais rochosos
5)     O que é lixo
6)     O que é resíduo sólido
7)     De exemplos de lixo e de resíduos sólidos

A produção desigual dos recursos minerais
            Os recursos minerais, mesmo que renováveis, são finitos, uma vez que o crescimento do consumo ocorre num ritmo maior do que o processo natural de formação das jazidas minerais. Porém, do ponto de vista físico-químico, os recursos minerais são praticamente inesgotáveis, na medida em que tais substâncias fazem parte da composição da crosta terrestre. O problema decorre da relação entre consumo e viabilidade econômica e tecnológica. Nesse sentido, havendo tecnologia disponível a baixo custo para a extração de minérios com menor grau de concentração, as reservas existentes poderiam ser enormemente ampliadas.
Outro aspecto importante para o sucesso da extração do minério refere-se à sua localização. Uma jazida mineral pode apresentar alto grau de concentração de minério, mas ao encontrar-se distante dos grandes centros consumidores, aumenta consideravelmente o custo do transporte, podendo tornar-se economicamente inviável. Também devemos considerar como fatores limitantes: a escassez de água necessária para a obtenção de muitos produtos minerais e as condições limitadas de oferta de energia.
Como a distribuição das jazidas minerais pela superfície terrestre é irregular, uma primeira diferenciação entre os países pode ser feita em termos dos estoques e reservas de minerais existentes em função das condições geofísicas continentais. Nas bacias sedimentares são encontrados os recursos minerais energéticos, como o carvão, o gás e o petróleo. As principais estruturas rochosas sedimentares no caso brasileiro estão localizadas na Amazônia, Maranhão, Pantanal e Paraná. Dentre as estruturas rochosas cristalinas, onde se localizam as jazidas minerais de manganês, ferro, níquel, diamante, urânio, dentre outros, destacam-se os escudos das Guianas, o Atlântico, o do Brasil Central e o Uruguaio sul-riograndense. As principais ocorrências de bauxita, principal minério da produção de alumínio, também estão localizadas nas bacias sedimentares.
Qual seria a diferença das substâncias minerais incrustadas nas rochas cristalinas em relação àquelas existentes nas rochas sedimentares? O processo de formação destas rochas: as rochas cristalinas têm formações geológicas bem mais antigas do que as sedimentares, datando-as no arqueozóico e proterozóico, e, portanto, consideradas pré-cambrianas. Essas rochas foram submetidas à temperatura e pressão elevadas, o que propiciou a formação de cristais microscópicos, favorecendo, pela lentidão de sua formação, a concentração de certas substâncias minerais. No caso da rocha sedimentar, como o próprio nome diz, elas foram formadas pelo acúmulo de sedimentos em bacias de sedimentação que, do ponto de vista geológico, formaram-se a partir da era paleozóica, e, portanto, mais recentes que as cristalinas. O recurso mineral se formou por soterramento e confinamento de elementos debaixo de muitas camadas sedimentares, sendo de origem orgânica, como no caso do carvão mineral e do petróleo, ou de origem mecânica, como é o caso do ouro encontrado em bacias sedimentares.
O ouro é uma substância mineral que pode ser encontrada tanto nas rochas cristalinas quanto em bacias sedimentares. O que explicaria isto? Qual jazida se formou primeiro? O território brasileiro foi formado por estruturas superpostas de diferentes épocas. As rochas cristalinas são muito mais antigas e, portanto, o ouro existente nos escudos se formou primeiro, depois de um longo processo de resfriamento das rochas. Com o processo de erosão e deposição do material erodido nas depressões e fundos de vale, formaram-se as jazidas de ouro das bacias sedimentares.
Mas a irregularidade na distribuição dos recursos minerais é apenas um aspecto da diferencialidade espacial da produção mineral. Mais importante do que isto, é considerar a relação profundamente desigual entre os centros produtores e consumidores no mercado mundial de minérios.
O mapa “Mundo: exportação de ferro, produção de aço”, da página 5 do caderno do aluno, é um exemplo do mercado mundial do ferro. Identificamos na sua legenda que o Brasil, a Austrália, a China, a Índia e a Rússia são os principais produtores mundiais de ferro. Todos eles não utilizam a totalidade do ferro extraído, menos a China. O excedente da produção é exportado, principalmente da Austrália e do Brasil. A China, apesar de ser uma grande produtora de ferro, necessita importar o minério para suprir a quantidade que consome. Os quatro principais consumidores mundiais de ferro são China, Europa, Japão e Estados Unidos. A situação mais complicada de dependência do mercado mundial destes grandes consumidores de ferro é a do Japão (que não produz ferro) e da Europa (cuja produção é insuficiente). Os Estados Unidos é quase auto-suficiente, mas necessita complementar a +produção nacional com fornecedores externos. O mesmo ocorre com a China, embora em proporções maiores.

10. Desmatamento, poluição dos rios e da atmosfera

Até aqui, vocês puderam analisar a importância da produção e consumo de recursos minerais para o desenvolvimento econômico mundial. Da mesma forma, tiveram oportunidade de se conscientizar da necessidade de alternativas de exploração dos recursos minerais com a devida preocupação em preservar o meio ambiente.
A mineração, por mais criteriosa que seja, resulta na separação do minério concentrado e do rejeito, que é altamente poluente e danoso ao ambiente. A mineração provoca desmatamento. Além disso, algumas substâncias usadas na lavra são altamente tóxicas. É o caso do mercúrio utilizado na lavra do ouro, por exemplo, freqüentemente contamina os cursos d’água e o solo por longos períodos. A lavagem de minerais pesados, como a cassiterita, provoca o assoreamento de rios com enormes volumes de outras substâncias minerais.
Freqüentemente, a extração mineral também provoca impacto em escala global. A indústria extrativa necessita de muita energia. Se a usina geradora de energia for termoelétrica, por exemplo, a queima de combustível fóssil aumenta a emissão de gases de efeito estufa na atmosfera, causando impacto em escala global.
A BR-163 é uma das estradas mais polêmica da atualidade: conhecida como Rodovia Cuiabá-Santarém,  esta rodovia corta a Floresta Amazônica em 1500 km e necessita ser pavimentada para se transformar num corredor de exportação da soja cultivada no Mato Grosso, que poderia ser escoada pelo terminal portuário de Santarém. Por sua vez, os ambientalistas criticam o projeto porque já se sabe que as rodovias construídas na Amazônia favorecem o escoamento de madeira e gado, responsáveis pelo acelerado desmatamento da Floresta.

Água: um recurso finito
            Usualmente, a água é compreendida como um componente básico e abundante no planeta Terra, constantemente renovada por meio de um ciclo que mantém a troca permanente entre os reservatórios (oceanos, águas subterrâneas, rios, calotas glaciais) por meio da evaporação / transpiração, condensação / chuvas, infiltração / percolação (chuva que cai e escorre, ou seja, não exerce pressão sobre a superfície), dentre outros processos. Mas em função da poluição das águas e da distribuição profundamente desigual, tem crescido a idéia de que se trata de um recurso finito. Afinal, mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo não têm acesso à água potável. Enquanto um habitante dos Estados Unidos consome em média 400 l de água, um habitante do Quênia não passa de 5 l diários. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que o acesso à água é um direito de todo cidadão e estabelece 80 litros por habitante como o consumo mínimo diário para manter a saúde.
            O mapa “Mundo: disponibilidade de água por habitante, 1950, 1995 e 2025”, da página 18 do caderno do aluno, apresenta o agravamento da escassez de água potável no planeta. No caso brasileiro, é importante lembrar que 60% dos recursos hídricos disponíveis estão localizados em regiões distantes dos grandes centros urbanos, como São Paulo.

A interferência humana no efeito estufa
            A mídia tem dedicado grande atenção em relação ao aquecimento global. Em primeiro lugar, é preciso desmistificar e esclarecer alguns aspectos que envolvem a questão:
- gases existentes na atmosfera – como o vapor d’água, o gás carbônico (CO2), o metano (CH4) e o ozônio (O3) – evitam a dispersão da energia solar, aquecendo a Terra;
- sem os chamados gases-estufa, a Terra seria muito fria e não existiria vida no planeta;
- de fato, as atividades humanas desenvolvidas nos últimos 100 anos, promovidas pela industrialização, expansão do agronegócio e crescimento das cidades, têm contribuído para a concentração de gases-estufa na atmosfera.
            A tabela “Gases estufa”, da página 18 no caderno do aluno, detalha as fontes humanas que intensificam o efeito estufa, juntamente com a efetividade da absorção da energia solar por estes gases. Em termos de partículas por milhão, o dióxido de carbono é de longe o gás-estufa mais emitido pelas atividades humanas, uma vez que a matriz energética que moveu o processo de industrialização teve por base os combustíveis fósseis (estudado no 2º. bimestre). Os gases CFC têm um grande potencial de destruição das camadas de ozônio, que protegem a superfície terrestre dos raios ultravioleta e absorvem e conservam 10 mil vezes mais energia solar que o CO2.

Questões

1-     Redija um pequeno texto falando sobre a mineração, colocando em evidencia causas e efeitos no meio ambiente.
2-     Quais são os reservatórios de agua citados no texto
3-      Defina percolação
4-     A agua pode acabar? Cite países que podem estar ou estão sofrendo com a indisponibilidade hídrica
5-     A OMS estabelece quantos litros diários de agia para que se mantenha a saúde
6-     Cite alguns gases existentes na atmosfera
7-     Segundo o texto, comento o que é camada de ozônio.
8-     Os gases estufa, prejudiciais ao meio ambiente, também trazem uma contribuição positiva, qual?

11. Do Clube de Roma ao desenvolvimento sustentável

A preocupação internacional com os temas ambientais ganhou uma nova dimensão no início da década de 1970, com a fundação de organizações ambientalistas de atuação global (o Greenpeace, por exemplo, nasceu em 1971) e com a realização da 1ª Conferência da ONU dedicada às questões ambientais.
A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, realizada em Estocolmo (Suécia) em 1972, foi fortemente influenciada pela teoria desenvolvida pelo Clube de Roma, um grupo formado no final da década de 1960 por cientistas, economistas e altos funcionários governamentais com a finalidade de interpretar o “sistema global”. De acordo com o pensamento deste grupo, sintetizado no relatório Os limites do crescimento, publicado em 1971, o planeta é um sistema finito de recursos naturais submetido às pressões do crescimento da população e da produção econômica. Portanto, para evitar o colapso iminente do “sistema global”, era preciso gerenciar globalmente o crescimento da população e da economia, de forma a alcançar um estado de equilíbrio dinâmico. Severas medidas de controle da natalidade, principalmente nos países pobres, e mudanças radicais nos modelos produtivos, com ênfase numa “economia de serviços”, eram as recomendações centrais desta escola de pensamento ecológico.
Duas décadas depois, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (ECO-92), realizada no Rio de Janeiro, ainda sentiu o impacto das teorias do Clube de Roma, principalmente sob a forma das abordagens e propostas apresentadas pelos países desenvolvidos. Mas, no intervalo entre elas, importantes transformações ocorreram, tanto nas sociedades como no debate ambiental. A ECO-92 foi, principalmente, palco da crítica às teorias do Clube de Roma.
Os críticos do Clube de Roma não enfatizam o crescimento demográfico, mas os padrões de produção e consumo e as bases tecnológicas do desenvolvimento econômico. Sob esse ponto de vista, as principais ameaças ambientais de dimensão global residem na reprodução dos modelos econômicos dos países desenvolvidos. Esses modelos não seriam sustentáveis, em virtude do elevado consumo de recursos naturais, da geração de gases-estufa e rejeitos poluentes dos mais variados tipos. As idéias fundamentais do Clube de Roma preconizavam (recomendam com louvor) o controle sobre o crescimento da população (principalmente nos países pobres) e das economias. O planeta tem um estoque limitado de recursos e com capacidade igualmente limitada de sustentar a vida humana.
A ECO-92 vinculou meio ambiente e desenvolvimento. Ela foi dominada pelo conceito de desenvolvimento sustentável, divulgado inicialmente por meio do relatórioNosso futuro comum, assinado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU e publicado, originalmente, em 1987. Por oposição ao mero crescimento econômico, o desenvolvimento sustentável só existe quando são cumpridos os requisitos ambientais para a continuidade, através do tempo, dos padrões de produção e consumo desejados.
O relatório Nosso futuro comum atribui aos modelos econômicos de produção e consumo, amplamente adotados nos países ricos, a principal fatia da responsabilidade pela crise global. Nesta nova perspectiva, a crise ambiental é global, ou seja, afeta o conjunto do planeta, mas as responsabilidades são diferenciadas, cabendo a maior parcela aos países que consomem e / ou devastam a maior parte dos recursos naturais. Além disso, nos termos do relatório, limitar o crescimento das economias e da população não é o caminho para atingir um modelo de desenvolvimento sustentável: é preciso garantir a satisfação das necessidades humanas, no presente e no futuro. Algumas idéias centrais do relatório:
- O desenvolvimento sustentável só ocorre quando as necessidades do presente são atendidas de maneira a não comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades;
- O desenvolvimento sustentável implica a satisfação universal das necessidades essenciais. Para que isso ocorra, é preciso que haja crescimento econômico nas regiões onde tais necessidades não estão sendo atendidas; nas regiões onde elas já são atendidas, pode haver crescimento econômico desde que sejam respeitados os princípios de sustentabilidade ambiental. Mas o crescimento econômico só é compatível com o desenvolvimento sustentável se, ao mesmo tempo, aumenta o potencial de produção de riquezas e assegura que essas riquezas sejam usufruídas pelo conjunto da sociedade.
As convenções e tratados, lançados durante a ECO-92, buscavam transformar este princípio em planos de ação capazes de redimensionar os padrões de produção e consumo, sobretudo nos países ricos. Entre elas, estão a Convenção sobre mudanças climáticas e a Convenção da diversidade biológica. Além disso, todos os participantes se comprometeram com a Agenda 21, um vasto programa de ações de curto, médio e longo prazo destinado à recuperação dos ambientes degradados e à promoção da sustentabilidade ambiental.

As escalas do desenvolvimento sustentável
            A sustentabilidade só pode ser alcançada se ela estiver na base de programas de ações globais, nacionais e locais. Na escala global envolve acordos multilaterais, por meio dos quais os governos assumem em conjunto metas e compromissos voltados a evitar a degradação do planeta e promover a satisfação das necessidades essenciais. A promoção do desenvolvimento sustentável exige ações, em escala global, porque os impactos ambientais não respeitam as fronteiras entre os países e nenhum país vai conseguir sozinho enfrentar a crise ambiental. Trata-se, portanto, de desenvolver o conceito de interdependência ecológica, que explica, por exemplo, que a poluição produzida em um país se torna um problema climático em outro. Por isso, são necessários os tratados e convenções internacionais sobre o ambiente.  Na escala nacional envolve políticas que regulam e estruturam o uso dos recursos naturais: as convenções e as metas globais devem ser incorporadas e adaptadas por meio de políticas que regulem e estruturem o uso dos recursos naturais em todos os países do mundo. Afinal, apesar dos acordos internacionais, os governos nacionais são soberanos na gestão de seu patrimônio ambiental. Já na escala local, envolve um conjunto de práticas ambientalmente sustentáveis, que podem e devem ser adotadas por todos: a sustentabilidade não implica apenas os governos, mas só será efetiva se incorporada ao modo de vida de todas as pessoas. Portanto, o consumo responsável, a adoção de práticas cotidianas que visam minimizar a degradação ambiental, tais como a coleta seletiva de lixo e a reciclagem, e a conscientização sobre as questões ambientais são essenciais para a promoção da sustentabilidade.
Por isso, os programas e as ações voltados para cada uma dessas escalas são importantes.

A Convenção sobre diversidade biológica e a Convenção sobre mudanças climáticas
            Considerando a escala global, os mais importantes tratados ambientais foram aprovados originalmente na ECO-92, realizada no Rio de Janeiro. São eles: a Convenção sobre diversidade biológica e a Convenção sobre mudanças climáticas.
Convenção sobre diversidade biológica, hoje aceita por mais de 160 países, é uma tentativa de frear a destruição acelerada das florestas pluviais tropicais que vem ocorrendo nas últimas décadas (veja o mapa “Florestas originais e florestas remanescentes”, da página 23 no caderno do aluno). Estima-se que estas florestas abriguem mais de 70% das espécies vegetais e animais conhecidas, o que justifica a preocupação internacional com o ritmo de desmatamento. A Convenção propõe metas internacionais de controle do desmatamento e da perda de espécies, mas reconhece o direito soberano dos Estados sobre os recursos biológicos existentes no território nacional. Entretanto, diversos movimentos ambientalistas argumentam que as florestas tropicais são patrimônio comum da humanidade, pois abrigam estoques biológicos valiosos e exercem influências climáticas planetárias. Por outro lado, para os países subdesenvolvidos nos quais se situa a maior parte destas florestas, a exploração de seus recursos pode ser essencial para a economia, gerando crescimento. A madeira das matas e os recursos minerais do subsolo, por exemplo, geram receitas de exportações. A construção de barragens e usinas, para aproveitamento das quedas d’água, é capaz de fornecer eletricidade para impulsionar as indústrias. As terras desmatadas podem dar origem a campos de cultivo, aumentando a produção de alimentos. Os países desenvolvidos querem que as florestas e o valioso patrimônio biológico que elas abrigam sejam preservados, mas muitas vezes, os países subdesenvolvidos não dispõem de capitais e tecnologias suficientes para usar, de modo não predatório, seus recursos florestais. Uma alternativa para a resolução deste impasse seria a transferência de tecnologias e de capitais dos países desenvolvidos para os países nos quais se localizam as florestas.
Na Convenção sobre mudanças climáticas, os países desenvolvidos comprometeram-se a congelar, até o ano 2000, as emissões de CO2, nos níveis registrados em 1990. Poucos anos após a adoção da Convenção, tornou-se claro que o compromisso de congelamento das emissões não seria cumprido pela maior parte dos países desenvolvidos, especialmente pelos Estados Unidos. Em 1997, o Protocolo de Kyoto foi anexado à Convenção, fixando para os países desenvolvidos uma meta de redução de 5% sobre os níveis de emissões de 1990, a ser atingida entre 2008 e 2012. Além disso, criou um sistema de comércio de créditos de emissões entre os países. Por enquanto, a meta de emissões é válida apenas para os países desenvolvidos, que passaram a ter duas opções: ou investem na redução das emissões ou compram de outros países os créditos de emissões (ou seja, o direito de lançar gases-estufa), que seriam comprados principalmente de países subdesenvolvidos. Para o início da vigência do Protocolo de Kyoto, foi estabelecido que seria necessária a ratificação (validação) de pelo menos 55 países, responsáveis por pelo menos 55% das emissões de CO2produzidas pelo conjunto dos países desenvolvidos. Estas condições só foram atingidas em 2004, com a adesão da Rússia, e o Protocolo finalmente entrou em vigor em 16 de fevereiro de 2005. Porém, os Estados Unidos, principal emissor de gases-estufa do mundo, recusou os termos do Protocolo. Pelo menos, nesta fase, há uma relação entre o princípio da responsabilidade diferenciada, preconizada pelo relatório Nosso futuro comum e os termos do Protocolo de Kyoto: apenas os países desenvolvidos devem cumprir as metas de redução de emissão dos gases de efeito estufa, pois eles são os maiores responsáveis pela crise ambiental que assola o planeta.

A Agenda 21 brasileira
            Além das Convenções, a ECO-92 também aprovou a Agenda 21, um programa de ações a ser adotado por todos os países a fim de recuperar os ambientes degradados e promover o desenvolvimento sustentável. No caso do Brasil, a Agenda 21 está estruturada em torno de cinco grandes dimensões e de vinte uma linhas estratégicas, apresentadas na tabela “Agenda 21 Brasil: dimensões e linhas estratégicas”, da página 26 no caderno do aluno. Estas dimensões são importantes para a promoção do desenvolvimento sustentável, pois o conceito de desenvolvimento sustentável é a expressão de estratégias econômicas destinadas a promover o crescimento da riqueza e a melhora das condições de vida através de modelos de crescimento capazes de evitar a degradação ambiental e a exaustão dos recursos naturais. Assim, o desenvolvimento sustentável admite o crescimento econômico, desde que ele cumpra os requisitos necessários à continuidade, através do tempo, dos padrões de produção e consumo desejados. A dimensão econômica, por exemplo, apresenta a idéia de que o combate à pobreza faz parte da promoção do desenvolvimento sustentável. Na linha político-institucional, as estratégias são voltadas à promoção da democratização dos processos decisórios. A busca do desenvolvimento sustentável não envolve apenas a dimensão ambiental, mais óbvia, mas diz respeito também às dimensões econômicas, sociais, políticas e educacionais. A própria abordagem destes temas em sala de aula faz parte da estratégia de promoção do desenvolvimento sustentável.

12. Alterações climáticas e desenvolvimento: análise do Relatório de Desenvolvimento Humano 2007/2008

            Vamos analisar as informações e conclusões extraídas do Relatório de Desenvolvimento Humano 2007/2008, publicado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). O combate às alterações climáticas que ocorrem em escala global é o tema principal deste relatório, que analisa a interferência humana sobre o efeito estufa e apresenta informações sobre os principais gases de efeito estufa, sobre o aumento das emissões e da concentração destes gases na atmosfera e sobre as atividades humanas responsáveis por este aumento. Vamos sistematizar seus conhecimentos a respeito das causas e das conseqüências deste fenômeno.
            De acordo com o Relatório de Desenvolvimento Humano 2007/2008, que pode ser acessado na íntegra no site do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, devido ao aumento da concentração de gases de efeito estufa, as temperaturas médias globais podem aumentar em mais de 5°C ainda no século XXI, se nenhuma providência for tomada.Gases de efeito estufa e aquecimento global
            Algumas idéias centrais do relatório estão na página 28 do caderno do aluno. Vamos ler, observando as relações entre o modelo de produção e consumo vigente nos países ricos e a concentração de atividades emissoras de gases de efeito estufa nestes países. A pobreza e a falta de tecnologias tornam os países pobres mais vulneráveis às alterações climáticas.
            Ao longo de sua história, a Terra tem sofrido oscilações entre períodos mais quentes e períodos mais frios, resultantes da atuação de diferentes forças naturais, tais como a atividade vulcânica e as mudanças na órbita do planeta. Porém, as alterações climáticas que estão ocorrendo desde meados do século XIX são demasiadamente rápidas e intensas para serem atribuídas aos ciclos naturais: somente nos últimos cem anos, a temperatura média da Terra aumentou em 0,7°C.
            De acordo com a comunidade científica, existe uma probabilidade superior a 90% de que a maior parte deste aquecimento se deva aos gases de efeito estufa emitidos pelo homem. Os três gráficos “O aumento das emissões de CO2 está piorando os índices e fazendo subir as temperaturas”, da página 27 do caderno do aluno, reforçam essa tese, na medida em que sugerem uma relação entre o aumento da emissão e da concentração de CO2 na atmosfera e a elevação da temperatura global. Os registros climáticos revelam que 11 dos 12 anos mais quentes, desde 1850, ocorreram entre 1995 e 2007, reforçando a tese que vincula o aquecimento global à interferência humana – os picos de temperatura coincidem com os picos de concentração de CO2 na atmosfera.

Questões

1-     Em que organismo foi aprovada a agenda 21?
2-     O que é agenda 21?
3-     Como se estrutura a agenda 21?
4-     Por que as dimensões da agenda 21 são importantes?
5-     Qual a ideia da dimensão econômica?
6-     Qual a estratégia da linha politico-institucional?
7-     O desenvolvimento sustentável não se limita apenas às questões ambientais, mas também à outras dimensões, quais?
  
A pegada de carbono
            Já estudamos a importância do aumento da concentração de gás carbônico no processo de aquecimento das temperaturas atmosféricas globais do planeta. Devido a este fato, analisar a variação global das emissões de CO2 é uma maneira eficiente de medir a responsabilidade de cada país na alteração climática que afeta a todos.
Vamos interpretar o mapa “Registro da variação global das emissões de CO2” da página 29 no caderno do aluno. Identificamos os cinco maiores países emissores mundiais de COem 2004: Estados Unidos, China, Federação Russa, Japão e Índia. A participação relativa destes países nas emissões globais, registradas em 2004, em relação ao total mundial é de 15,1 Gts de CO2 (soma da emissão de cada país), o que representa pouco mais de 52% do total das emissões mundiais de 2004. Entretanto, se considerarmos o tamanho das populações dos países e regiões, o panorama difere substancialmente. Dividindo-se a quantidade de emissões dos países pela sua população total, obtemos as emissões per capita. Este valor equivale a “pegada de carbono”, a responsabilidade efetiva de cada país ou região do globo nas emissões globais, ajustadas pelo tamanho de suas populações, ou seja, a quantidade per capita de CO2 emitida por cada um dos países ou regiões do globo.
O Relatório de Desenvolvimento Humano 2007/2008 apresenta alguns exemplos de desigualdades mundiais em termos de “pegadas de carbono”, que valem a pena serem analisados:
- o Reino Unido (60 milhões de habitantes) emite mais CO2 do que o Egito, a Nigéria, o Paquistão e o Vietnã em conjunto (população total de 472 milhões);
- o Texas, estado norte-americano com 23 milhões de habitantes, emite mais CO2 do que o conjunto dos países da África Subsaariana, que abriga 720 milhões de pessoas;
- os 19 milhões de pessoas que vivem no estado de Nova Iorque (Estados Unidos) têm uma “pegada de carbono” mais elevada que aquela deixada pelos 766 milhões de pessoas que vivem nos 50 países mais pobres do mundo.
Com apenas 15% da população mundial, os países ricos atingem 45% das emissões de CO2. As “pegadas de carbono” deixadas pelos países ricos tendem a ser mais profundas porque eles consomem a maior parte dos recursos energéticos, concentram a maior parte dos parques industriais e as maiores frotas de automóveis. Considerando as emissões per capita, ou seja, a “pegada de carbono”, a China apresenta valores que correspondem a cerca de 1/5 dos valores apresentados pelos Estados Unidos. Portanto, não é verdade que ambos os países possuam responsabilidade equivalente no que diz respeito às alterações climáticas. Estados Unidos, Canadá, China, Egito, Brasil, Vietnã, Índia, Nigéria e Bangladesh aumentaram suas emissões per capita entre 1990 e 2004 e apenas a Federação Russa, Reino Unido e a França reduziram suas “pegadas de carbono”.





4º BIMESTRE

13. Peru e México: a herança pré-colombiana (uso do vídeo)

Um dos pontos turísticos mais visitados da América é a praça do centro da capital do México: Zócalo. Ali, a catedral católica per­manece sustentada sobre as ruínas do templo mais importante de Tenochtitlán, a antiga capital dos astecas. Ao lado da igreja está o palácio do governo, situado sobre a residên­cia de Cuauhtémoc, o chefe asteca morto pelo espanhol Hernán Cortés, quando Tenochtitlán foi conquistada, em 1521. Assim como a ca­pital asteca, Cuzco, no Peru, teve destino se­melhante, sendo dominada pelo conquistador espanhol Francisco Pizarro. Na guerra de con­quista, Pizarro mandou executar o imperador inca Atahualpa, fundir os abundantes metais preciosos em barras e atear fogo em tudo o que estivesse pela frente.
Apesar do violento processo de ocupação dos conquistadores europeus, a colossal arquitetura das civilizações que se desenvolveram na Amé­rica pré-colombiana não foi total­mente destruída. Vamos utilizar esse rico acervo para estudar a presença de elementos (obras e acontecimentos) do passado na dinâmica da vida atual.
Um acervo de figuras pode auxiliar na compreensão da for­mação da Cidade da México. Quem visita Zócalo, a praça central da cidade, observa as escavações do que sobrou do antigo templo asteca, denominado Templo Mayor. Nesse lo­cal há um museu com a reprodução da antiga cidade asteca, uma maquete, como vemos na figura da página 3 do caderno do aluno.
Tenochtitlán era uma cidade impressionante. As crônicas dos conquistadores descrevem uma cidade com mais de 300 mil habitantes, maior do que a grande parte das cidades européias do sécu­lo XVI. Como Tenochtitlán estava situada numa ilha do lago Texcoco, onde se cruza­vam diversos canais, poderia ser considera­da uma Veneza do Novo Mundo. Por meio do “Mapa do sítio urbano de Tenochtitlán”, na página 4 do caderno do aluno, observamos como era o sítio urbano de Tenochtitlán na época da chegada dos espanhóis.
A sobrepo­sição da atual Cidade do México, com mais de 18 milhões de habitantes, ao sítio antigo, pode ser observada no mapa “A ocupação urbana no antigo lago Texcoco”. A Cidade do México cresceu sobre o antigo lago Texcoco. A única explicação para isso é o aterramento do fundo do lago, um processo é bem antigo, como no caso das chinampas (trecho na parte superior do mapa com símbolo que parece um acento circunflexo), uti­lizadas desde a época dos astecas para uso agrícola. Evidentemente, a expansão da ci­dade moderna também gerou aterros para a construção de loteamentos.

A herança  das comunidades indígenas
Assim como a civilização asteca é resulta­do do desenvolvimento cultural de povos que viveram na área do atual México, os incas her­daram a cultura dos habitantes dos altiplanos andinos.
Vamos assistir ao filme “Reino nas nuvens”, da série Terras Místicas. Produzido em 1997 pela empresa canadense The Duncan Group, dura cerca de 25 minutos. Por meio do relato da construção de Machu Picchu, anotem dados a respeito da história do império inca e da herança cultural deixada às comunidades indígenas atuais.
Não se sabe ao certo por que Machu Picchu foi erguida, pelos incas, a 2 800 metros acima do nível do mar e distante 112 quilômetros de Cuzco, capital do império inca. Trata-se de um lugar de difícil acesso e, ao mesmo tempo, ma­jestoso e complexo. Entre as hipóteses admiti­das pelos pesquisadores, pode-se destacar:
1. era uma cidade estratégica fortificada na fronteira de uma região com povos belicosos (que gosta de guerra);
2. era uma espécie de convento para acolher as mulheres escolhidas pelo imperador;
3. era um centro de estudos astronômicos e de culto aos astros.
As características culturais da civiliza­ção inca são as técnicas construtivas avançadas dos incas, seus sistemas de cultivo em terraços e a sofisticação do artesanato.
Muitas comunidades indígenas da Cordilheira dos Andes vi­vem no meio rural, preservando esses valores culturais, como antigas práticas agrícolas e a destreza nos trabalhos artesanais.



A Conquista do continente

A partir do século XVI, as potencias europeias, principalmente Espanha, Portugal e Inglaterra, direcionaram suas conquistas territoriais para a América com o objetivo de extrair recursos naturais.
Em varias áreas, os europeus submeteram os povos nativos, muitas vezes escravizando-os, e obrigando-nos a se integrar ao sistema colonial.

A partilha da América e a herança colonial

No século XVIII, o continente americano já estava completamente distribuído entre as principais potencias europeias da época.
A partir daquele século, as colônias europeias da América deram início a processos de independência do domínio europeu. A emancipação política, contudo, não significou o fim  da influencia europeia em todo continente.

Questionário

1-       Em que século o continente Americano estava quase totalmente dividido entre as potencias europeias?
2-       O imperador inca Atahualpa foi assassinado a mando de quem?
3-       A partir do século XVI, as potencias europeias direcionaram suas conquistas para as Américas. Quais eram essas potencias e quais objetivos tinham?
4-       As conquistas europeias na América causaram um “impacto social” nas civilizações que aqui encontraram, como por exemplo.
5-       Um dos pontos turísticos mais visitados na América é?
6-       Alguns pesquisadores atribuem algumas hipóteses para a construção de Machu Picchu, cite ate 2 delas
7-       Muitas comunidades indígenas ainda vivem na Cordilheira dos Andes, e preservam alguns valores culturais herdados pelos incas, quais são esses valores?


A diversidade cultural por meio de gráficos
Em virtude do violento processo de domina­ção do continente americano pelos colonizadores europeus, a população nativa foi dizimada e, em muitas regiões, praticamente extinta. No final do século XX, os povos indígenas repre­sentam cerca de 8% da população da América Latina. Para estu­dar essa realidade, observe a tabela “América Latina: população indígena estimada em alguns países”, na página 7 do caderno do aluno. Ela apresenta a população indígena em número total de habitantes (termos absolutos) e em porcentagem (termos relativos).
Em ter­mos absolutos, ape­sar de a maior parte da população da Bolívia ser indígena, o México apresenta o maior contingente de representantes ameríndios (índios americanos). Os países que apresentam maior porcentagem de po­pulação indígena são o México, a Guatemala, o Peru, o Equador e a Bolívia que, do ponto de vista da Geografia Física, apre­sentam cordilheiras montanhosas em comum.
A distribuição da população indígena na América Latina é muito desigual. O altiplano das cordilheiras montanhosas da América La­tina foi o centro das civilizações pré-colombianas, aglomerando um contingente populacional maior do que o das planícies costeiras. Os adensados núcleos de povoamento ameríndio foram transformados em reserva de mão de obra pelos colonizadores espanhóis.

14. Brasil e Argentina: as correntes de povoamento

Vamos construir o conceito de for­mação territorial por meio da análise do processo de povoamento e valorização do espaço brasileiro e do argentino. Os países e seus territórios resultam de processos históricos, muitas vezes, bastante diferentes entre si. O Brasil é o único tributário do domínio português sobre grandes extensões de terras situadas na América; a Argentina, por seu turno, nasceu da desagregação do vasto império espanhol na América. Os vetores de apropriação e valorização de ambos os territórios são expres­sões dessa diferença crucial.
Começaremos pelos dados relativos à densidade demográfica do Brasil e da Argentina.
Den­sidade demográfica é a medida do grau de concentração populacional em deter­minada área, dada pelo quociente entre a po­pulação absoluta e a sua extensão territorial.


densidade demográfica = população absoluta dividida pela área

Dividindo-se a po­pulação brasileira (183.987.291 habitantes em 2007) pela extensão territorial do país (8.514.877 km2), obtemos uma densidade demográfica média de 21,6 hab./km2, relativamente baixa para os padrões mundiais.

Calcular a densidade demografica:

         População/area
655.385/152581
3037103/27768
587311/142815
3221939/1570746
14080654/564693
8185286/148826
2455903/5802

 A população brasileira não é uniformemente distribuída pelo território do país. A tabela serve como ele­mento para essa explicação.
De acordo a tabela “Brasil: população e densidade demográfica, por estado”, na página 13 do caderno do aluno, Roraima é a úni­ca Unidade da Federação com densidade demo­gráfica inferior a 2 hab./km2, em 2007, enquanto Rio de Janeiro, Distrito Federal, São Paulo e Alagoas apresentam densidades demográficas superiores a 100 hab./km2 no mesmo ano. A elevada densidade demográfica do Distrito Federal é relativamente fácil de explicar, já que ele ocupa uma área relativamente pequena. Os Estados da Região Norte apresentam densidades demo­gráficas bastante inferiores à média nacional. É importante também destacar que, no Brasil, as maiores densidades demográficas estão lo­calizadas nas proximidades do litoral, devido à história de povoamento do país. Como se sabe, a colonização portuguesa priorizou principal­mente a exploração da faixa litorânea, gerando uma apropriação esparsa e desigual do interior.

Os movimentos colonizadores no século XVI
Utilizaremos documentos cartográficos para analisarmos os vetores da expansão colonial portuguesa e espanhola na América do Sul entre os séculos XVI e XVIII, em especial nos territórios que mais tarde viriam a pertencer ao Brasil e à Argentina.
O mapa “Américas do Sul e Central: rotas de colonização”, na página 17 do caderno do aluno, destaca as rotas de coloniza­ção na América Portuguesa e na América Hispânica nos séculos referidos. Desde 1549, a América Portuguesa dispunha de um governador-geral nomeado pelo rei, que rece­bia poderes de fiscalização e defesa sobre o conjunto do território colonial lusitano da América. No caso da América Hispâ­nica, a administração foi descentralizada desde o início, e as possessões coloniais di­vididas em vice-reinados e capitanias. O nú­cleo da colonização espanhola era formado pelas principais áreas andinas de minera­ção, situadas no Peru e no Alto Peru (em especial Potosí, atual Bolívia). O porto de Buenos Aires, no estuário do Rio da Prata, funcionava como elo entre as zonas minei­ras andinas e os mercados europeus, escoan­do principalmente a prata contrabandeada para a Inglaterra e para a Holanda e rece­bendo, destes países, manufaturas que tam­bém penetravam ilegalmente nas possessões coloniais espanholas.
Analisando as rotas de colonização portuguesas e espanholas, percebemos que, na América Portuguesa, todas as rotas de co­lonização tinham início no litoral atlântico, enquanto na América Hispânica existiam fluxos importantes nas duas direções: do Atlântico para as regiões mineradoras e das regiões mineradoras para o Atlântico.

Exercicios

1-No Brasil vivem pouco mais de 190 milhões de brasileiros (CENSO 2010), num território de pouco mais de 8,5 milhões de quilômetros quadrados. Qual é a densidade demográfica do Brasil?
              Densidade demográfica = população / área territorial = 190.000.000 / 8.500.000  = 1.900 / 85 = 22,4 habitantes / Km² .  O Brasil tem população relativa de cerca de 22 habitantes por quilômetro quadrado . Essa densidade demográfica é baixa, portanto o Brasil é Populoso, mas pouco Povoado.
2- No Japão a população é de pouco mais de 130 milhões de habitantes, que vivem no território de pouco  mais de 377 mil   Km² .    Qual é a densidade demográfica do Japão?
                                       População / área territorial = 130.000.000 / 377.000  =  130 / 0,377    =    344,8 habitantes / Km ²
        O Japão possui a densidade demográfica 15 vezes maior que a do Brasil.

 3 - Calcule a densidade demográfica de Tanguá, sabendo que a área territorial é 146 Km², e a população é 30.700 habitantes ( CENSO 2010)  .
  Resposta        população / área territorial = 30.700 / 146   =  210 habitantes / Km²  
4- Calcule a densidade demográfica de Rio Bonito, sabendo que sua área territorial é 462 km² e a população é 55.500 habitantes ( CENSO 2010) .
Resposta: 55.500 / 462  =  120 habitantes / Km ²
5 - Qual é a cidade mais densamente povoada: Tanguá ou Rio Bonito?  
                   Resposta Tanguá, pois 210 (densidade demográfica de Tanguá) é maior do que 120 (densidade demográfica de Rio Bonito). 
6- Determine a densidade demográfica de uma cidade que possui 13.834. 971 habitantes, e que ocupa uma área de 564.692 km².



O povoamento no século XIX e suas consequências 
A Argentina proclamou sua independência em 1816, e o Brasil, em 1822. No momento da independência, nenhum dos dois países tinha se apropriado efetivamente de seus territórios. Na Argentina, apenas um terço do território era ocu­pado pelos herdeiros dos colonizadores, a maior parte ainda estava sob controle das populações indígenas, com as quais o país recém-independente mantinha relações conflituosas. A capital, Buenos Aires, centralizava as relações comerciais do país com o exterior, pois era o único porto internacio­nal. No Brasil, as áreas povoadas pelos herdeiros dos colonizadores portugueses equivaliam a cer­ca de metade do território, mas já existiam diver­sas cidades portuárias importantes, como Rio de Janeiro, Recife e Salvador. No Brasil, as maiores densidades demográficas estão localizadas nas proximidades do litoral, enquanto na Argentina, apesar da for­te concentração populacional na capital, Buenos Aires (onde vive cerca de um terço da população do país), existem manchas significativas de maio­res densidades demográficas situadas na porção central e oriental do território.
Se observarmos os mapas “Brasil: povoamento no início do século XIX”, na página 18, e “Argentina: povoamento no início do século XIX”, na página 19, ambos no caderno do aluno, conferimos que o território luso-brasileiro foi ocupado da costa para o interior, o que conferiu ao Brasil um caráter de povoamento predominanteniente litorâneo e certa continuidade espacial. A Argentina, por sua vez, foi ocu­pada a partir de seus extremos, o Noroeste e o Rio da Prata, e de um movimento colonizador secundário a partir do Oeste.

15. Colômbia e Venezuela: entre os Andes e o Caribe (uso do vídeo)

Neste capítulo focalizaremos as diferentes formas de apropriação do espaço co­lombiano e venezuelano. No primeiro caso, a área mais dinâmica do ponto de vista das atividades econômicas e da concentração populacio­nal situa-se na zona da Cordilheira dos Andes, que centralizava as atividades mineradoras no período colonial. No que diz respeito à Vene­zuela, a valorização do litoral é tributária das re­lações com o Mar do Caribe e foi reforçada pelo estabelecimento da economia petroleira, a partir das primeiras décadas do século XX.
Durante o pe­ríodo colonial, Colômbia e Venezuela integra­ram, junto com os atuais Panamá e Equador, o vice-reinado de Nova Granada. Os altiplanos colombianos abrigaram o mais importante nú­cleo econômico do vice-reinado, graças à pre­sença de metais preciosos. Santa Fé de Bogotá, a capital, situada a 2 600 metros de altitude, era o centro da região mineira de Nova Granada.
A Venezuela, po­bre em ouro e prata, foi considerada uma área marginal durante os primeiros tempos da colonização. A implantação hispânica no território que atualmente pertence à Venezuela se restringiu à captura de indígenas e à pecuária, atividades direcionadas para o consumo nas regiões minerado­ras da Colômbia. Os poucos produtos agrícolas da região eram comercializados pelos navios con­trabandistas que atuavam no Mar do Caribe.
Assim, desde a origem, os altiplanos andinos foram o núcleo de povoamento da Colômbia. A Venezuela, ou "pequena Veneza", nasceu volta­da para o Mar do Caribe e teria seu destino liga­do ao mar. Após a independência, os altiplanos andinos da Colômbia seriam ocupados, sobre­tudo, pelas culturas de exportação, em especial o café, enquanto o Centro-Norte costeiro da Ve­nezuela experimentaria uma valorização inédita com a descoberta e a exploração das imensas reservas petrolíferas existentes no país.
As três principais cidades venezuelanas, Caracas, Maracaibo e Valência, localizam-se na porção seten­trional do país, nas proximidades da costa. E as três principais cidades colombianas, Bogotá, Cali e Medellín, estão no sistema montanhoso formado pelas bifurcações da Cordilheira dos Andes em território colombiano.
Na Colômbia, as maiores densidades demo­gráficas situam-se nos sistemas montanhosos, e, secundariamente, nas proximidades dos portos que conectam o país ao Oceano Pa­cífico. Na Venezuela, as maiores densidades demográficas situam-se na porção setentrio­nal, ao longo da faixa costeira. Em ambos os países, as menores densidades demográficas situam-se na Amazônia, que inclui a faixa de fronteira com o território brasileiro.

Os contrastes de Caracas
Para finalizar, vamos assistir ao filme “Um olhar sobre Caracas”, produção francesa com cerca de 20 minutos de duração, que pertence ao acervo da TV Escola. O filme analisa o cotidiano dos moradores e os contrastes sociais que fazem parte da paisagem da cidade. Após a exibição, produzam um texto sobre o filme, em forma de crítica jornalística. A crítica é um tipo de texto que descreve um objeto cultural, como um filme ou um livro, ressaltando suas particularidades e seus as­pectos positivos e negativos. Trata-se, por­tanto, de um tipo de texto argumentativo, pois o autor deve apresentar argumentos que fundamentem sua opinião a respeito do objeto analisado.

16. Haiti e Cuba: as revoluções (uso do atlas)

A escolha de Haiti e de Cuba tem como objetivo a discussão das alternativas de desenvolvimento independente dos países latino-americanos. Apesar de o Haiti ser resultado da primeira grande revo­lução americana de escravos, que culminou com a formação do país em 1804, a sociedade local não conseguiu romper as amarras de uma estrutura conservadora de poder, que manteve o controle centralizado do Estado e da propriedade privada.
Por sua vez, a radicalização da revolução cubana rumo ao socialismo pode ser relaciona­da à tentativa de intervenção militar frustrada (desembarque na Baía dos Porcos, em 1961) e ao bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos, desde 1962 - que provocou o isola­mento do país no continente.
Tendo em vista as características específicas dessas revoluções populares, vamos refletir a respeito das perspec­tivas de desenvolvimento regional, compa­rar esses diferentes processos e utilizar diver­sos indicadores socioeconômicos de forma a elaborar a sua própria síntese.
Como introdução, uma linha do tempo com os princi­pais acontecimentos relacionados às revoluções de Haiti e de Cuba estão nas páginas 25, 26 e 27 do caderno do aluno. Tal forma de representação gráfica é de interesse da Geografia, na medida em que promove o exercício de lidar com escalas de proporcionalidade entre fatos ocorridos no decorrer do tempo e o espaço da represen­tação na folha de papel.
Com base nas duas linhas do tempo, podemos estabelecer individualmen­te comparações entre Haiti e Cuba:
·                     Semelhanças entre Haiti e Cuba
- Ilhas localizadas no Mar do Caribe, conquis­tadas por Colombo no final do século XV;
- Exploração pelos colonizadores europeus para a produção da cana-de-açúcar, cuja mão de obra era baseada no trabalho es­cravo africano;
- Ocupação dos Estados Unidos da Améri­ca, que exerceram controle sobre a região a partir do final do século XIX;
- Domínio de ditaduras por longos períodos e ausência de tradição democrática.

·                     Diferenças entre Haiti e Cuba
- A revolução popular no Haiti antecedeu a revolução cubana em mais de 50 anos, mas não conseguiu romper as estruturas de po­der da elite local;
- Aproximando-se do modelo soviético, a re­volução cubana radicalizou-se na propor­ção em que os Estados Unidos da América impunham sanções econômicas ao país;
- O fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, em 1991, provocou uma crise eco­nômica profunda em Cuba, mas o país está se recuperando com o desenvolvimento de novos setores econômicos, como o turismo. As perspectivas do Haiti são sombrias. As instituições do Estado estão destruídas e a população pas­sa por problemas gravíssimos, como a fome.
            A língua oficial do Haiti é o francês e de Cuba, o espanhol. A língua na América Latina é bem diversificada, em função do passado colonial, já que a maior parte dos países adotou a língua dos colonizadores:
- Espanhol: Argentina, Bolívia, Chile, Costa Rica, Cuba, El Salvador, Equador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai, Venezuela;
- Francês: Haiti;
- Holandês: Suriname, Antilhas Holandesas;
- Inglês: Antígua e Barbuda, Bahamas, Barbados, Belize, Dominica, Granada, Guiana, Jamaica, Santa Lúcia, São Cristóvão e Nevis, São Vicente e Granadinas, Trinidad e Tobago;
- Português: Brasil.
            Alguns países possuem mais do que uma língua oficial, como o Haiti (francês e crioulo), Bolívia e Peru (espanhol e quíchua).

Indicadores sociais e de Cuba e Haiti
Para aprofundar o conhecimento dos países do Mar do Caribe, explore um mapa político da região em um atlas geográfico escolar. Observe o mapa político da América Central.
Podemos dividir a América Central em dois blocos de países: continentais e insulares (ilhas). Os países da América Central continental são Guatemala, Belize, Honduras, El Salvador, Nicarágua, Costa Rica e Panamá e os insulares são Bahamas, Cuba, Jamaica, Haiti, República Dominicana e os países das pequenas Antilhas. A região é banhada pelo Mar das Antilhas ou Mar do Caribe. Cuba está localizada ao sul do Trópico de Câncer, separada dos Estados Unidos da América apenas pelo Estreito da Flórida. O país está localizado a sudoeste das Bahamas, a noroeste do Haiti e ao norte da Jamaica. Com relação ao Haiti, o país divide a Ilha Hispaniola com a República Dominicana. A República Dominicana, na porção oriental, formou-se a partir da colonização espanhola. O Haiti, na porção ocidental, formou-se a partir da colonização francesa e da revolta dos escravos.
Analise a situação social e econômica de Cuba e do Haiti, comparando estes países com os seus vizinhos da América Central, baseando-se em alguns in­dicadores apresentados na tabela “América Central: alguns indicadores”, na página 29 do caderno do aluno.
Antes, vamos conceituar os seguintes indicadores:
- Produto Interno Bruto (PIB): valor total da riqueza produzida em um país, calcula­do geralmente no período de um ano. São considerados os bens (automóveis, gela­deiras, televisores, produtos agrícolas e in­dustriais etc.), serviços (bancos, hospitais, escolas etc.) e atividades comerciais reali­zadas dentro do país por empresas nacio­nais e estrangeiras;
- PIB per capita: calculado dividindo-se o valor total da riqueza produzida no país pelo número de habitantes;
Expectativa de vida ou esperança de vida: estimativa do tempo de vida da população do país, em linhas gerais, caso sejam man­tidas as condições atuais;
- Taxa de adultos analfabetos: calculada a partir do total da população acima de 15 anos que não sabe ler nem escrever. Eviden­temente, tal condição resulta num processo de exclusão cultural e reflete as condições de vida da população;
- População Economicamente Ativa (PEA): calculada considerando-se o total da po­pulação entre 15 e 60 anos, representando a força de trabalho existente no país.
A partir da análise, podemos concluir que estamos trabalhando com dois países em posições extre­mas. Cuba é o país com a melhor situação social e econômica da região, enquanto o Haiti é o país mais pobre e com piores índices socioeconômicos.

A situação política de Cuba e Haiti
Vamos analisar as características da economia do Haiti e de Cuba em trechos de dois artigos publicados, em abril de 2008, no jornal Folha de S.Paulo: “Protestos contra a fome crescem no Haiti” e “Cubanos absorvem discurso da mudança sem loucuras”, nas páginas 30 e 31 do caderno do aluno.





Um comentário:

  1. minha professora pegou uma parte do texto no seu blog...vc poderia fazer o resumo do texto o meio técnico: a força das maquinas na produção e na circulação ??

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