quarta-feira, 17 de julho de 2013

CINCO À DESAFIOS DE VIDA NA TERRA

Cinco desafios à vida na Terra - 5

LIXOA Terra transformada em lixeira

Equipe Planeta

Foto: Long Tran Hoang
Mudança radical : Para resolver o problema do lixo, seja industrial ou doméstico, o ser humano precisa, antes de mais nada, mudar radicalmente os modos de produção e consumo.
Desde o início da era industrial e da sociedade de consumo, a produção de dejetos não parou de crescer. A situação atual é preocupante, sobretudo nos países em via de desenvolvimento que apenas começam a desenvolver tecnologias de reciclagem.
Nos países europeus mais avançados, a produção de lixo doméstico passou de 200 kg por habitante/ano em 1960 para 540 kg em 2000, ou seja 1,5 kg por dia. O número impressiona, mas ainda assim é modesto se comparado aos 5 kg diários produzidos pelos norte-americanos: campeões mundiais de consumismo.
Quando multiplicada pelo número de habitantes, tais quantidades se tornam assustadoras. Como se livrar de todo esse lixo? Os países desenvolvidos, embora bem melhor equipados para a reciclagem, ainda estão longe de terem encontrado uma solução ideal. Nos países em desenvolvimento, a questão já atinge dimensões dramáticas. Além do aumento em si da quantidade de lixo devido ao incremento constante dos níveis de consumo, é preciso considerar o fato de que esse mesmo lixo se torna a cada dia menos orgânico e, portanto, menos degradável. Amontoado sobre o solo, na periferia das cidades, o lixo se infiltra no solo e polui os lençóis freáticos e/ou polui a atmosfera quando queimado.
O lixo doméstico e industrial tende a ser cada vez mais perigoso. Carburantes, produtos facilmente inflamáveis, irritantes, alérgenos, cancerígenos, corrosivos, infecciosos, tóxicos, perturbadores dos processos reprodutivos: este é apenas um elenco incompleto dos males que eles podem causar. Apesar desses perigos comprovados, sua produção não pára de crescer como um subproduto da industrialização e da urbanização. A título de exemplo, na nova China consumista os dejetos industriais aumentam 7% ao ano, e os dejetos domésticos 10%!
Com o advento da era industrial, a natureza dos dejetos tornou-se muito mais complexa: novos materiais são empregados e se observa uma enorme diversificação dos bens manufaturados fabricados com metais, plásticos, materiais compostos, materiais usados na eletrônica e na fabricação de eletrodomésticos, os quais contêm metais pesados e se degradam mal (muitas vezes não se degradam).
Apesar de toda a evolução da ciência e da tecnologia, os meios de eliminação dos dejetos permanecem os mesmos desde o alvorecer dos tempos históricos. Eles são estocados ou são incinerados. Nos centros de estocagem dos países desenvolvidos, os dejetos são separados segundo a sua natureza (perigosos, degradáveis, inertes, etc.). São recolhidos no interior de alvéolos mais ou menos impermeáveis, e são depois compactados. Os líquidos produzidos por essa compactação são drenados e tratados, enquanto os gases são eliminados ou, como no caso do metano, reaproveitados. Mas, apesar dos cuidados, o controle não é total. As perdas de gases são importantes e o tratamento dos líquidos é muito problemático, sem falar no mau cheiro que tais processos geram.
No caso dos dejetos incinerados, não existe triagem prévia, a não ser para os dejetos industriais perigosos. A queima ocorre a 1000ºC. A incineração diminui o volume dos dejetos, mas trata-se de um processo muito caro e que, além disso, concentra as substâncias poluidoras nas cinzas. Elas são, em seguida, enviadas para centros especiais de estocagem. E o que acontece é que tais centros se tornam rapidamente insuficientes, exigindo áreas cada vez mais extensas para a construção de novos centros.
Quais as soluções, então? Mudanças radicais nos nossos modos de produção e de consumo. Estaremos, no entanto, preparados para abdicar do consumismo perdulário a que nos acostumamos? ”
REVISTA PLANETA
EDIÇÃO 408

Cinco desafios à vida na Terra - 4

PetróleoA cada dia, mais perto do fim

Equipe Planeta

Foto: Thila Gon Yee
Água suja : Além de a água ser mal distribuída no planeta, a pouluição das fontes naturais ajuda a diminuir os recursos hídricos disponíveis. Diante do problema para sobreviver, muitas pessoas têm de usar água suja.
As reservas mundiais de petróleo conhecidas vão se esgotar dentro em breve. Ao mesmo tempo em que o consumo mundial aumenta sem parar, descobre-se que as reservas mundiais são bem menores do que se esperava. Segundo geólogos e especialistas da indústria petrolífera, de todos os problemas que o planeta enfrenta, este é o maior e o mais complicado.
O consenso é geral: até o ano de 2015, as reservas mundiais de petróleo não serão mais suficientes para atender a demanda. Os poços e os campos de hidrocarbonetos ficarão vazios, um após o outro, num processo que, em poucas décadas, transformará as atuais bombas de gasolina em simples memórias do passado. A previsão não vem de militantes ecologistas, nem de defensores da opção nuclear que desejam ver o mundo todo semeado de usinas atômicas. Essa teoria, conhecida pelo nome de peak oil (ápice do óleo) foi elaborada por altos integrantes da indústria petrolífera. Eles afirmam que o fim do petróleo não é para depois de amanhã: é para amanhã.
A exploração industrial do petróleo começou na metade dos anos 40, logo após o final da Segunda Grande Guerra. Hoje, a Agência Internacional de Energia informa que mais de 80 milhões de barris diários são consumidos (dados de 2004). A mesma fonte prevê que, até 2030, a demanda aumentará 50%, ou seja, 120 milhões de barris diários.
Diante disso, quais são as reservas mundiais de petróleo, e quanto tempo ainda poderemos viver nesse frenético ritmo de consumo do ouro negro? A Federação Petrolífera da Bélgica estima que elas se aproximam dos 172 bilhões de barris. Se o cálculo estiver correto, poderemos viver ainda 50 anos ao ritmo da produção atual. Mas o problema é que essas cifras são puramente especulativas, baseadas em reservas que ainda não foram descobertas, “mas das quais se suspeita a existência”.
Incertezas do gênero levam os países exportadores a mudar, de maneira muito aleatória, o montante de suas reservas, criando grande dúvidas quanto ao número real de barris que ainda existem em seus subsolos. ”
REVISTA PLANETA
EDIÇÃO 408

Cinco desafios à vida na Terra - 3

Água: salvar o ouro azulFonte da vida pode acabar

Equipe Planeta

Foto: Thila Gon Yee
Água suja : Além de a água ser mal distribuída no planeta, a pouluição das fontes naturais ajuda a diminuir os recursos hídricos disponíveis. Diante do problema para sobreviver, muitas pessoas têm de usar água suja.
Há dez anos, o aquecimento global era uma hipótese controvertida. Hoje, ninguém ousa negar que ele é uma realidade evidente, a não ser aqueles que, como George Bush, temem pelos privilégios econômicos da sua nação e colocam seus interesses pessoais acima do interesse da coletividade mundial.
O verão de 2003, na Europa, provocou mais de 30 mil vítimas. Em 2005, uma violenta temporada de ciclones destruiu cidades inteiras nos Estados Unidos. Agora, soa o alarme para os ursos brancos da região ártica: eles precisam da banquisa marítima para se alimentar e sobreviver, mas essa calota de gelo, que todos os anos se forma no outono do Hemisfério Norte e se desmancha na primavera, agora atrasa um mês para se formar e derrete um mês antes do tempo normal. Essas três catástrofes naturais têm uma origem comum: o aquecimento global. A causa do problema tem a ver com a presença anormal de gases na atmosfera. Sobretudo, com o inquietante aumento da quantidade de um gás, o dióxido de carbono – CO2 –, um importante agente do efeito estufa. Como funciona o efeito estufa? Em primeiro lugar, é preciso saber que, na dose justa, ele é necessário para a nossa sobrevivência. Sem ele, a temperatura da Terra não superaria 20 graus negativos! O problema é quando ele acontece em excesso, como está ocorrendo agora. O efeito estufa está ligado à radiação solar que, de modo geral, é constituída de 50% de raios infravermelhos (IV), 40% de luz visível e 10% de ultravioletas (UV). A atmosfera absorve a metade dessa radiação e o resto atinge a superfície terrestre. Para quê? Para ser transformado em radiação infravermelha reenviada para a atmosfera e absorvida em parte pelo CO2 e os outros gases que provocam o efeito estufa. Conclusão: quanto maior for a quantidade desses gases na atmosfera, maior a quantidade de calor retida.
Assim, gases que provocam o efeito estufa sempre existiram, em maior ou menor quantidade, na atmosfera. Mas, nos últimos 150 anos, o desenvolvimento das atividades humanas mudou as regras do jogo: queima de combustíveis fósseis na indústria, nos transportes, no aquecimento das casas e edifícios durante o inverno, na produção de eletricidade, na agricultura, etc. Gases como o CO2 aumentaram explosivamente a sua presença na atmosfera, enquanto novos gases com potencial de efeito estufa passaram a ser produzidos (sobretudo pela indústria) e lançados no ar. A porcentagem de CO2, por exemplo, aumentou cerca de 30% e a do CH4 (metano) simplesmente dobrou! Ainda mais alarmante é o fato de que a duração desses gases na atmosfera é muito grande.
Especialistas do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e da Organização Meteorológica Mundial traçaram um painel das conseqüências desse incremento incessante do efeito estufa: um aumento de 1,4 a 5,8 graus centígrados da temperatura média mundial até o ano de 2100.
Graças a esse aumento da temperatura, estão previstos o aumento da evaporação de água, com conseqüente aumento das precipitações, o derretimento do gelo polar com elevação do nível dos oceanos, perturbações do El Niño, da Corrente do Golfo e de outras correntes marinhas. Tudo isso com repercussões graves sobre os ecossistemas (ilhas e regiões costeiras serão submergidas), sobre os seres vivos (migrações em massa, extinção de espécies, etc.), expansão de patologias (como a malária), carência de água potável com riscos de conflitos pela posse das reservas e fontes de água e de catástrofes sanitárias. ”
REVISTA PLANETA
EDIÇÃO 408

Cinco desafios à vida na Terra - 2

Aquecimento globalA Terra cada vez mais quente

Equipe Planeta

Foto: Nguyen Van Thuan
Fogo mortal: A destruição de áreas naturais através do fogo, como mostra esta foto tirada no Vietnã, lança no ar CO², um dos gases causadores do efeito estufa, fenômeno que danifica gravemente os ecossistemas (acima).

Há dez anos, o aquecimento global era uma hipótese controvertida. Hoje, ninguém ousa negar que ele é uma realidade evidente, a não ser aqueles que, como George Bush, temem pelos privilégios econômicos da sua nação e colocam seus interesses pessoais acima do interesse da coletividade mundial.
O verão de 2003, na Europa, provocou mais de 30 mil vítimas. Em 2005, uma violenta temporada de ciclones destruiu cidades inteiras nos Estados Unidos. Agora, soa o alarme para os ursos brancos da região ártica: eles precisam da banquisa marítima para se alimentar e sobreviver, mas essa calota de gelo, que todos os anos se forma no outono do Hemisfério Norte e se desmancha na primavera, agora atrasa um mês para se formar e derrete um mês antes do tempo normal. Essas três catástrofes naturais têm uma origem comum: o aquecimento global. A causa do problema tem a ver com a presença anormal de gases na atmosfera. Sobretudo, com o inquietante aumento da quantidade de um gás, o dióxido de carbono – CO2 –, um importante agente do efeito estufa. Como funciona o efeito estufa? Em primeiro lugar, é preciso saber que, na dose justa, ele é necessário para a nossa sobrevivência. Sem ele, a temperatura da Terra não superaria 20 graus negativos! O problema é quando ele acontece em excesso, como está ocorrendo agora. O efeito estufa está ligado à radiação solar que, de modo geral, é constituída de 50% de raios infravermelhos (IV), 40% de luz visível e 10% de ultravioletas (UV). A atmosfera absorve a metade dessa radiação e o resto atinge a superfície terrestre. Para quê? Para ser transformado em radiação infravermelha reenviada para a atmosfera e absorvida em parte pelo CO2 e os outros gases que provocam o efeito estufa. Conclusão: quanto maior for a quantidade desses gases na atmosfera, maior a quantidade de calor retida.
Assim, gases que provocam o efeito estufa sempre existiram, em maior ou menor quantidade, na atmosfera. Mas, nos últimos 150 anos, o desenvolvimento das atividades humanas mudou as regras do jogo: queima de combustíveis fósseis na indústria, nos transportes, no aquecimento das casas e edifícios durante o inverno, na produção de eletricidade, na agricultura, etc. Gases como o CO2 aumentaram explosivamente a sua presença na atmosfera, enquanto novos gases com potencial de efeito estufa passaram a ser produzidos (sobretudo pela indústria) e lançados no ar. A porcentagem de CO2, por exemplo, aumentou cerca de 30% e a do CH4 (metano) simplesmente dobrou! Ainda mais alarmante é o fato de que a duração desses gases na atmosfera é muito grande.
Especialistas do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e da Organização Meteorológica Mundial traçaram um painel das conseqüências desse incremento incessante do efeito estufa: um aumento de 1,4 a 5,8 graus centígrados da temperatura média mundial até o ano de 2100.
Graças a esse aumento da temperatura, estão previstos o aumento da evaporação de água, com conseqüente aumento das precipitações, o derretimento do gelo polar com elevação do nível dos oceanos, perturbações do El Niño, da Corrente do Golfo e de outras correntes marinhas. Tudo isso com repercussões graves sobre os ecossistemas (ilhas e regiões costeiras serão submergidas), sobre os seres vivos (migrações em massa, extinção de espécies, etc.), expansão de patologias (como a malária), carência de água potável com riscos de conflitos pela posse das reservas e fontes de água e de catástrofes sanitárias. ”
Extinção: um fenômeno natural

O desaparecimento de espécies é um fenômeno natural, normal e inelutável. Basta dizer que mais de 99% das espécies que apareceram na Terra desde o surgimento da vida no planeta já desapareceram. Uma espécie desaparece após surgir e se desenvolver durante um a quatro milhões de anos. Significa, entre outras coisas, que o próprio homo sapiens – surgido há cerca de 200 mil anos – irá um dia desaparecer.

O que provoca esse perpétuo movimento de aparições e desaparecimentos de espécies em nosso planeta? A necessidade de se adaptar continuamente ao meio ambiente. Assim, embora hoje o mundo ainda esteja repleto de espécies, apenas as que conseguirem se adaptar às mudanças em curso – de origem natural ou humana – irão sobreviver.
Em si mesma, a extinção das espécies é um fenômeno natural. O que ocorre agora é que nós, humanos, interrompemos o processo normal das extinções, acelerando-o a um nível e a um ritmo que, brevemente, serão insustentáveis.
REVISTA PLANETA
EDIÇÃO 408

Cinco desafios à vida na Terra - 1

Biodiversidade
Sexta extinção em massa está a caminho

Equipe Planeta

Foto: Antonia Despaja
Espécies em perigo:poluição química dos rios e lagos é o maior responsável pela extinção em massa de espécies aquáticas.

O que têm em comum o pássaro dodô das Ilhas Maurício, os bovídeos auroques da Europa, o cervo da Córsega, a foca-monge das Antilhas e o tigre de Bali? Simples: todos pertencem ao passado. Todos desapareceram, estão extintos, como tantas outras espécies estão prestes a desaparecer. Não são muitos, se consideramos que até agora já foram identificadas 1,7 milhão de espécies e existem ainda entre cinco e cem milhões de outras espécies a serem descobertas. Apesar disso, existem razões para nos preocuparmos: tudo indica que estamos na véspera de uma catástrofe ecológica sem precedentes no planeta.
Já se fala de uma sexta extinção em massa similar às cinco que a precederam (com o desaparecimento de mais de 60% das espécies), respectivamente no final do período ordoviciano há 438 milhões de anos (MA), do devoniano (há 367 MA), do permiano (248 MA), do triássico (208 MA) e do cretáceo (65 MA). Todas elas resultantes de catástrofes geológicas maiores e inevitáveis, como vulcanismos, sismos, provável queda de meteorito gigante, etc. Só que, desta vez, a causa é diferente. Não existe nenhuma hecatombe natural em vista. A ameaça é uma outra: a ação do homem.
Estudos paleontológicos mostram que nossa espécie, de índole marcadamente caçadora e colonizadora, começou a produzir desgastes na superfície do planeta há 50 mil anos. Na Austrália, por exemplo, há 46 mil anos – apenas dez mil anos depois do início da colonização daquele continente pelos humanos –, a maioria dos gêneros de répteis, pássaros e mamíferos já tinha desaparecido! Ao longo da história, as ilhas, que são porções de terra fechadas e isoladas, foram sempre as maiores vítimas da presença humana. Como fariam as espécies naturais de cada ilha, que até então desconheciam inimigos naturais, para se defender dos humanos e seu séquito de animais domésticos predadores?
Desde então, em toda parte onde se instalou, e desejando estender seus territórios e incrementar suas atividades agrícolas e industriais, a sociedade humana provocou perturbações no meio ambiente a seu redor: desflorestamento, poluição do solo, da atmosfera, dos rios, dos lagos e oceanos. Somos hoje 6,5 bilhões de pessoas sobre a face do planeta (e seremos nove bilhões em 2050!) a engendrar continuamente a degradação dos habitats, a superexploração dos recursos, as invasões biológicas e o aquecimento global... Desgastes que levarão inexoravelmente a um novo fenômeno de extinção em massa.
Ao degradar os ecossistemas, o homem fragiliza as espécies. As populações ameaçadas não mais encontram condições para se restabelecer. Ao contrário, a superexploração dos recursos, a introdução de espécies exóticas e as mudanças climáticas brutais as empurra ainda mais rapidamente para a destruição. Segundo os especialistas, nos aproximamos rapidamente de um “ponto crítico” no qual a taxa de extinção será entre mil e dez mil vezes superior à taxa “normal” (uma espécie desaparecida a cada quatro anos). Hoje, no entanto, essa taxa já chega a uma espécie por dia!
Como se isso não bastasse, as zonas de forte biodiversidade são raras e muitas vezes pouco extensas. Vinte e cinco regiões que cobrem apenas 1,4% da superfície terrestre abrigam, sozinhas, mais da metade das espécies vegetais do planeta e um terço das espécies vertebradas terrestres. Elas estão na Província Florística da Califórnia, na América Central, no Cáucaso, Polinésia e Micronésia, Brasil, África Ocidental, Madagascar, Oeste da Índia e Sri Lanka, Indonésia e Sudoeste da Austrália.
O pior de tudo foi demonstrado há pouco pela AZE (Alliance for Zero Extinction,http://www.zeroextinction.org/). Essa organização ambientalista criou um mapa de 595 sítios contendo pelo menos uma espécie ameaçada de extinção iminente e calculou que, se em alguns desses sítios seria necessário investir mais de três milhões de euros por ano para restaurá-los, apenas 450 euros anuais bastariam para salvar alguns outros sítios. ”
Extinção: um fenômeno natural

O desaparecimento de espécies é um fenômeno natural, normal e inelutável. Basta dizer que mais de 99% das espécies que apareceram na Terra desde o surgimento da vida no planeta já desapareceram. Uma espécie desaparece após surgir e se desenvolver durante um a quatro milhões de anos. Significa, entre outras coisas, que o próprio homo sapiens – surgido há cerca de 200 mil anos – irá um dia desaparecer.

O que provoca esse perpétuo movimento de aparições e desaparecimentos de espécies em nosso planeta? A necessidade de se adaptar continuamente ao meio ambiente. Assim, embora hoje o mundo ainda esteja repleto de espécies, apenas as que conseguirem se adaptar às mudanças em curso – de origem natural ou humana – irão sobreviver.
Em si mesma, a extinção das espécies é um fenômeno natural. O que ocorre agora é que nós, humanos, interrompemos o processo normal das extinções, acelerando-o a um nível e a um ritmo que, brevemente, serão insustentáveis.
REVISTA PLANETA
EDIÇÃO 408

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